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Tudo sobre o 'recente' clássico "Lilo & Stitch"

Nesse terceiro “Post de Nostalgia” você ficará sabendo tudo relacionado ao “recente” filme Clássico Disney: “Lilo & Stitch”.

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– Lançamento Original:  Março de 2002 –

Em Disney DVD e VHS

Embarque nesta aventura para o Havaí com o sucesso Disney, LILO & STITCH. Um filme sobre a importância da amizade e da família, embalado ao som de Elvis Presley e de personagens muito divertidos.

Numa exótica ilha do Havaí, uma garotinha solitária chamada Lilo adota um “bichinho” de estimação e passa a chamá-lo de Stitch. Só que ela não sabe que o pequeno ser é uma perigosa experimentação genética que fugiu de um planeta alienígena. O único interesse de Stitch em relação a Lilo é usá-la como escudo para se proteger dos caçadores alienígenas que vieram capturá-lo.

No final, é a fé de Lilo em “ohana”, uma tradição da família havaiana, que abre o coração de Stitch e dá a ele aquilo que nunca poderia imaginar ter em sua vida – a capacidade de gostar de alguém.

Ficha Técnica

Título Original: Lilo & Stitch

Título em Português: Lilo & Stitch

País de Origem: EUA

Ano de Produção: 2002

Distribuído por: Buena Vista Home Entertainment

Produzido por: Walt Disney Pictures

Duração: 85 minutos

Elenco Principal: Desenho animado

Gênero: Desenho animado

Classificação Sugerida: Livre

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Especificações de VHS

Formato: Dublado

Código de Produto:

Dublado: 220153

Código de Barras:

Dublado: 7896012218280

Especificações de DVD

Idiomas: Inglês/Português/Espanhol

Legendas: Inglês/Português/ Espanhol

Som: Dolby Digital 5.1

Formato de Tela: Widescreen 1.66:1 (16 x 9)

Código de Produto: 790051

Código de Barras: 7896012218303

EDIÇÃO ESPECIAL LIMITADA

DVD + CD-ROM

Lançamento MARÇO de 2003

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O CD-ROM é um estudio de impressão que permite a criação e a personalização de projetos de impressão para a escola, amigos, família, aniversários ou ocasiões especiais com motivos de Lilo & Stitch. Os seus clientes poderão criar:

– Agendaslilo_all-about_DVD-game-details_350

– Porta-retratos

– Decorações para festas

– Marcadores de livros

– Etiquetas

– Papéis de carta

– Cartões postais

– Calendários

– Convites

– Envelopes

– e muito mais

BÔNUS ESPECIAIS

Jogo: Crie seu próprio experimento extraterrestre

Faça poções mágicas e responda as perguntas de LILO & STICTH para criar suas próprias criaturas alienígenas.

Aula de Hula

“Burning Love” – por trás das câmeras com Wynonna

A imagem de Lilo & Stitch

Animação de Hula

Descubra a antiga arte da dança do Hula e veja como foi colocada na tela através da arte da animação.

Nas locações com os diretores

Cenas excluídas

Campanha de trailers de cinema

Stitch cria a maior confusão em uma série de clássicos Disney.

INFORMAÇÕES DE PRODUÇÃO

Haverá muita confusão – e um festival de gargalhadas – no paraíso, quando uma menininha havaiana solitária chamada Lilo, ao ver uma estrela cadente, pede aos céus para ter um amigo e a resposta chega na forma do alienígena mais mal comportado de toda a galáxia, na divertida nova comédia de animação da Walt Disney Pictures, Lilo & Stitch.  Combinando personagens inesquecíveis, um enredo exótico e imaginativo e uma animação coloridíssima (trata-se da primeira grande produção do estúdio nas últimas seis décadas a fazer amplo uso da técnica de aquarela nos cenários), o filme conta a história cativante do contato imediato entre Lilo e Stitch, um irascível experimento genético que fugiu de um planeta alienígena, cuja nave espatifou-se na Terra. Fazendo-se passar por um “cachorrinho de estimação” de aparência estranha, Stitch é adotado por Lilo, mas deixa um enorme rastro de destruição em seu caminho. Graças ao seu amor, confiança e fé inabalável na “o’hana” (o termo no dialeto havaiano para o conceito de família), Lilo ajuda a abrir o coração de Stitch e lhe dá a única coisa para a qual ele não havia sido originalmente criado – uma família. Com seu cenário tropical e luxuriante, um senso de humor único e embalado por clássicos do repertório de Elvis Presley, Lilo & Stitch promete levar os espectadores numa divertida excursão através de um universo animado.  Este é o segundo longa-metragem produzido pelo estúdio da Walt Disney Feature Animation na Flórida, que já havia criado anteriormente o grande sucesso de animação de 1998, Mulan.

Tornando Lilo & Stitch ainda mais divertido e original, sua animadíssima trilha é digna de um “Rei” – Elvis Presley, é claro.  O filme apresenta seis dos maiores sucessos do repertório de Elvis, na voz do próprio cantor, bem como uma magnífica regravação de clássico de Elvis, “Burning Love,” numa versão moderna da cantora country nomeada do Grammy, Wynonna.  Outro grande sucesso de Elvis, “Can’t Help Falling in Love with You”, é ouvido durante os créditos finais numa nova versão do popular grupo vocal  sueco, A*Teens.  O compositor aclamado Alan Silvestri (indicado ao Oscar® com Forrest Gump – O Contador de Histórias/ Forrest Gump) somou diversão e fantasia ao andamento criativo do filme, com sua trilha original, além de ter trabalhado em parceria com o renomado mestre e dançarino de hula, Mark Keali‘i Ho‘omalu, em dois números com temática havaiana.  As canções havaianas são interpretadas pelo coro infantil de alunos da escola Kamehameha.

A dupla de diretores e roteiristas Chris Sanders & Dean DeBlois guiou Lilo & Stitch desde suas origens ao longo de sua produção.  Sanders – um artista polivalente que trabalha no departamento de animação dos estúdios Disney desde 1987 e já havia criado anteriormente os storyboards das cenas mais importantes de A Bela e A Fera (Beauty and the Beast), fora desenhista de produção de O Rei Leão (The Lion King) e chefe de história de Mulan – foi o autor do argumento original do filme.  DeBlois, que havia trabalhado anteriormente em parceria com Sanders como co-chefe de história de Mulan, contribuiu para o projeto com sua experiência como artista de história e de layout.  Sanders e DeBlois tiveram a honra e o privilégio de criar os storyboards de seu próprio roteiro, ao invés de recorrerem à prática mais usual de entregar essa tarefa ao departamento de história.  Deste modo, a visão dos cineastas permaneceu intacta ao longo de todo o projeto e deu à equipe de animação e criação diretrizes precisas e claras para todas as fases do trabalho.

O filme foi produzido por Clark Spencer, um veterano que trabalha há 12 anos na área administrativa e financeira dos estúdios  Disney e que, mais recentemente, exerceu o cargo de vice-presidente sênior e gerente geral da Walt Disney Feature Animation da Flórida.  Lisa Poole foi a produtora associada. O coordenador artístico Jeff Dutton contribuiu com seu talento criativo e administrativo para maximizar os recursos da produção, levando uma grande obra para as telas.

Segundo Thomas Schumacher, presidente da Walt Disney Feature Animation, “Estamos tão orgulhosos com  Lilo & Stitch quanto com nossos demais filmes.  Trata-se de uma história completamente original, muitíssimo divertida, emocionalmente comovente, um filme belíssimo de se ver.  Chris e Dean realizaram um filme maravilhoso e divertido e transmitiram seu entusiasmo e visão à toda a equipe do nosso estúdio na Flórida.  É uma realização de alto nível e a fantástica animação  desenhada à mão por by Andreas Deja, Alex Kupershmidt, Byron Howard extrapola os limites desta forma de arte. O cenário do filme pintado com a técnica de aquarela mostra imagens estilizadas do Havaí de grande beleza, que acentuam a singularidade dessa incrível técnica artística.”

Um dos principais responsáveis pelo apelo emocional e pelo charme do filme é seu elenco de dubladores de primeira.  Daveigh Chase (atualmente com 11 anos) foi escalada no papel-chave de Lilo.  Ela participou de uma audição de elenco aberta (ao lado de outras 100 jovens candidatas) e seu teste deixou os diretores impressionados.  Sanders relembra que “ela tinha uma personalidade diferente e ia dizendo instintivamente certas falas que atingiam exatamente a nota certa.  Acho que, no ato, percebemos que havíamos encontrado nossa Lilo.”

O teste da simpática atriz havaiana, Tia Carrere, para o papel de Nani também impressionou os diretores e lhe garantiu o papel da problemática irmã de Lilo.  Ving Rhames conferiu as doses certas de autoridade e mistério necessárias ao papel do assistente social Cobra Bubbles.  David Ogden Stiers, um dos astros mais versáteis e talentosos de Hollywood e um dos dubladores favoritos dos animadores Disney, expande seu repertório com um desempenho divertido no papel do gênio do mal, Jumba Jookiba.  Kevin McDonald, integrante da trupe Kids in the Hall e astro do seriado televisivo That 70s Show, dubla o entusiasmado perito sobre o planeta Terra, Pleakley.  Jason Scott Lee (que interpretou o papel de Mogli, na adaptação live-action Disney de O Livro da Selva/The Jungle Book), também natural do Havaí, dubla a voz do ex-namorado e colega de surfe de Nani, David Kawena.  A atriz vencedora de quatro prêmios Tony, Zoe Caldwell, contribui para o ar solene de sua personagem, a Conselheira-Mor.

“Um dos temas principais dos nossos filmes de animação”, comenta Schumacher, “é a verdade.  E em seus melhores momentos, eles têm verdades que provêm de vários lugares.  Em Lilo & Stitch, esse elemento de veracidade veio dos nossos astros, Tia Carrere e Jason Scott Lee, ambos nascidos no Havaí.  Eles deram autenticidade e credibilidade aos seus papéis.  Suas dublagens são fantásticas e tornaram seus personagens muito interessantes, mas também sugeriram aos diretores e roteiristas Chris e Dean o que eles diriam ou o que aconteceria na narrativa do ponto de vista de um havaiano nativo. Eles contribuíram muito para a riqueza do filme.”

Lilo & Stitch é o segundo longa-metragem a ser produzido nos estúdios Disney da Flórida.  Todos os aspectos da produção, com exceção da colorização digital empregando o sistema CAPS premiado com o Oscar®, ficaram a cargo da equipe de 300 artistas, animadores e técnicos baseados na divisão de animação do estúdio, a Walt Disney Feature Animation, da Flórida.

Segundo o produtor Clark Spencer, “O estúdio da Flórida tem um enorme orgulho deste projeto e nos forneceu artistas e criadores talentosos e entusiasmados o suficiente para levar o projeto a termo.  O espírito de trabalho deles é ótimo e todos não viam a hora de provar que estavam à altura do desafio.  Desde o início da produção, os artistas e técnicos abraçaram o projeto com toda dedicação.  Quando decidimos, na última hora, criar uma seqüência final com uma montagens de cenas que mostram a vida futura dos protagonistas, toda a equipe arregaçou as mangas e deu vida à nossa idéia.”

O desenhista de produção, Paul Felix, o diretor de arte, Ric Sluiter, e o supervisor de cenários,  Bob Stanton, ajudaram os diretores a materializar sua visão artística nas telas. Os desenhos originais de Sanders sugeriam o uso da técnica de aquarela e Sluiter logo percebeu que o estilo esfumaçado desta técnica de pintura seria o melhor para registrar a luminosidade, a vegetação luxuriante e a exuberância das ilhas.  Trabalhando em equipe, o departamento artístico realizou vários testes em aquarela e descobriu novos modos de tornar a técnica mais prática e condizente com a produção do filme.  As aquarelas foram amplamente usadas nas primeiras produções dos estúdios Disney, em filmes como Branca de Neve e os Sete Anões (Snow White and the Seven Dwarfs), Pinóquio (Pinocchio), Dumbo e Bambi, porém os artistas acabaram migrando para a técnica de guache a óleo, cujos erros podem ser mais facilmente corrigidos (um tipo de pintura opaca) como seu meio preferido.  Com Lilo & Stitch, a equipe de cenários resdescobriu essa arte literalmente perdida (na indústria da animação), empregando-a de uma maneira nova e sensacional.

Os outros supervisores artísticos de unidade do filme foram Arden Chan (Layout), Joe Gilland (Efeitos Visuais), Eric Guaglione (Animação Digital), com Phillip Boyd e Christine Lawrence-Finney supervisionando a Arte-Final.  Gilland e Guaglione encontraram meios de fazer um casamento sem emendas visíveis entre os elementos e efeitos espetaculares da computação gráfica de última geração (criados no computador) com as aquarelas pintadas à mão da cenografia de Lilo & Stitch.  A equipe de Produção Digital e Efeitos da Flórida criou modelos e animou diversos objetos como naves espaciais, armas de raio laser, pranchas de surfe, caminhões carregados de cana-de-açúcar e a imponente nave-mãe vista na cena de abertura do filme.  Criou também efeitos incríveis para as cenas submarinas e até conseguiu mostrar aos espectadores cenas que nenhum filme live-action jamais mostrou de tão perto – uma visão interna de um tubo sendo surfado.  Outros efeitos espetaculares do filme incluem jorros de lava, explosões e a imagem impressionante da nave de Stitch entrando em hiper-velocidade e cortando o tempo e o espaço.

Passado no cenário magnífico e exuberante do Havaí, os cineastas e um grupo de supervisores artísticos fizeram uma excursão a campo para registrar a incrível beleza natural das paisagens tropicais do arquipélago.  Sanders, DeBlois, o diretor de arte Sluiter, o supervisor de cenários Stanton, o animador Andreas Deja e vários outros membros da equipe, pegaram suas câmeras, pincéis e blocos de desenho e viajaram ao Havaí para duas semanas de estudos.  A maior parte da visita foi passada na ilha de Kauai, onde a equipe fez mergulhos submarinos de baixa e alta profundidade, surfou e visitou locais como Hanalei, Hanapepe, a Costa Napali, Princeville e Ke’e Beach.  O grupo passou vários dias nas praias e parques nacionais, observando a folhagem e a vegetação nativas, pedras vulcânicas, areias cor-de-laranja, águas turquesas, cadeias montanhosas imponentes e crepúsculos incríveis.  Deja visitou uma escola havaiana onde se ensinam o idioma e a cultura locais.

Talvez a maior herança que os cineastas levaram de sua expedição à ilha tenha sido o conceito de “o’hana” – uma filosofia de união da família que é muito respeitada pela população local.  Sanders relembra: “Antes de irmos ao Havaí, havíamos ouvido falar na “o’hana”, mas só percebemos sua importância quando estivemos lá.  Por toda parte aonde íamos, havia um senso de comunidade e família que ia muito além do grupo familiar de sangue. Todos eram super simpáticos e essa simpatia parecia fazer parte da mentalidade havaiana.  Precisávamos de um motivo em nossa trama para a transformação de Stitch de mau em bom e começamos a pensar em como ele poderia ser afetado pela “o’hana”.  Esse foi um momento de revelação para nós.  Começamos a encarar Stitch como um órfão típico que, quando aprende com Lilo sobre o conceito de uma grande família, agarra-se à idéia de uma maneira radical.  Nossa decisão de usar o Havaí como locação do filme ajudou a definir seus rumos. Além disso, a tradição da ´o’hana’ estava lá, esperando que nós a descobríssemos e a incorporássemos ao filme.”

E acrescenta Schumacher: “Uma das coisas que adoro em Lilo & Stitch é a noção de que não importa quem você seja – um experimento genético de outra galáxia ou uma menininha solitária no mundo – todos podemos encontrar nosso lugar e ter uma família. Nós podemos nos amar e  respeitar uns aos outros.  Adoro a idéia de que podemos assistir ao filme e passar algumas horas muito divertidas, mas, que sairemos do cinema com uma mensagem fantástica como essa.  Chris e Dean realmente infundiram os valores certos no filme, criando uma obra de entretenimento original e muito divertida.”

A HISTÓRIA:

A vida é cheia de desafios para Lilo, uma menininha havaiana solitária que mora com sua irmã e tutora, Nani, uma jovem de 19 anos.  As duas lutam com dificuldade para dar conta de todas as suas responsabilidades sozinhas, mas as coisas não vão nada bem. Quando Cobra Bubbles, um severo assistente social, aparece para uma visita de rotina, ele encontra as irmãs no meio de uma discussão e a casa, numa grande desordem.  Ele avisa a Nani que ela tem três dias para provar ser a tutora apropriada para Lilo ou sua situação terá de tomar outro rumo.  Naquela noite, Lilo vê uma estrela cadente cortar os céus diante da janela do seu quarto e faz um pedido: ela deseja ter “alguém para ser seu amigo, alguém que não a abandone”. E acrescenta: “Podia me mandar um anjo – o melhor anjo que tiver.”

Na verdade, a estrela cadente é a espaçonave de Stitch, uma criatura rabugenta (oficialmente conhecida como “Protótipo 626”) que fugiu do planeta Turo.  Seu criador, um cientista louco chamado Jumba, explica que Stitch é “à prova de bala, de fogo e pensa mais rápido que um super computador.  Ele enxerga no escuro e é capaz de levantar objetos três mil vezes maiores do que ele.  Seu único instinto …é destruir tudo em que tocar.” A Conselheira-Mor da Federação Galáctica não se deixa impressionar, condena Jumba à prisão e decreta que Stitch seja extraditado para um asteróide deserto e distante.  Antes que a sentença possa ser executada pelo capitão Gantu, Stitch rouba uma nave policial e aciona seu mecanismo de hiper-velocidade para chegar à Terra. Sem outra opção, a Conselheira-Mor oferece a Jumba a liberdade em troca de sua colaboração na captura de Stitch.  A fim de mantê-lo na linha, ela envia junto com ele Pleakley, um alienígena com três pernas e um único olho que é um entusiasmado perito sobre o planeta Terra (embora todo seu conhecimento seja fruto do estudo das imagens de seu visualizador portátil de slides, o View-master®).

Ao invés de ser recebido por um comitê de boas-vindas, Stitch é imediatamente atropelado por um caminhão carregado de cana-de-açúcar.  Ele acorda num canil, onde acaba cativando Lilo, que decide adotá-lo e batizá-lo de Stitch.  Suas habilidades sofisticadas lhe permitem esconder dois de seus membros extras (passando de seis para quatro), sua antena e as  espinhas dorsais de seu corpo, assumindo a forma de um cachorro de aparência bizarra.  Para horror de sua irmã e da funcionária do canil, Lilo fica louca por Stitch e insiste em adotá-lo.  Ao perceber que Lilo e Nani lhe servirão como um escudo perfeito para proteger-se de Jumba e Pleakley, Stitch aceita a adoção e “gruda feito cola” em sua nova família.

Todavia, nem tudo vai bem no universo familiar. Stitch apronta sem parar, cria um grande caos e demonstra ser o bicho de estimação menos afetuoso que poderia haver no planeta.  Quando Lilo leva-o para visitar o restaurante tipo luau onde Nani trabalha, Stitch cria a maior confusão e Nani acaba sendo demitida.  Mesmo assim, Lilo o acolhe e o encoraja a se tornar um cidadão exemplar como seu ídolo, Elvis Presley.  A fim de animá-la, o ex-namorado e colega de trabalho de Nani, David Kawena, sugere que nada poderia ser melhor para diverti-las do que passar a tarde surfando. Stitch supera sua aversão inicial à água e acaba pegando o jeito da coisa.  É quando Jumba e Pleakley entram em cena, derrubam Stitch da prancha, puxando-o para o fundo do mar, e David é obrigado a salvá-lo.

Da praia, Cobra Bubbles testemunha a cena desastrosa e informa a Nani que não lhe resta outra alternativa senão levar Lilo embora.  Stitch percebe que está separando essa família e que a fé de Lilo na “o’hana” (o termo havaiano para o conceito da família, que quer dizer que ninguém é abandonado nem esquecido) está desaparecendo.  Quando a Conselheira-Mor demite Jumba e Pleakley por incompetência, a dupla decide jogar uma cartada final indo à procura de Stitch na casa de Lilo e Nani.  Eles acabam destruindo toda a casa, sem, no entanto, conseguir capturar Stitch.

Quando parece que a situação não poderia ficar pior, o capitão Gantu chega em sua espaçonave gigante para capturar Stitch. O alienígena escapa, mas Lilo é levada a bordo com ele. Percebendo ser parte da família de Lilo e Nani, Stitch convence Jumba e Pleakley a ajudá-lo a salvar Lilo.  Segue-se uma perseguição alucinada em meio à cadeia montanhosa do Havaí e Stitch consegue salvar Lilo.  Quando a Conselheira-Mor desembarca na Terra para assumir a custódia de Stitch e levá-lo de volta ao espaço, o jogo parece ter terminado.  Só que as regras deste jogo não têm nada de previsíveis.


ORIGENS DO PROJETO: UM PONTO NO TEMPO

Chris Sanders começou a pensar num personagem como Stitch há quase 17 anos, quando havia acabado de concluir seus estudos e trabalhava em seu primeiro projeto de animação. Ele desenhou uma criatura monstruosa e começou a bolar várias histórias diferentes envolvendo o personagem. Ele foi desenvolvendo o personagem ao longo de vários anos, enquanto continuava à procura do veículo ideal no qual pudesse aproveitá-lo.

: “Em 1985”, relembra Sanders, “fiz um desenho de Stitch na forma em que ele então se encontrava na minha cabeça.  Após trabalhar algum tempo na história, cheguei a um impasse e deixei o projeto de lado.  Anos depois, enquanto trabalhava no roteiro de Mulan, voltei a pensar nele.  Na primeiras versões, Lilo não existia e Stitch não era um ser alienígena, e sim uma aberração que ignorava suas origens.  Era uma anomalia e vivia sozinho numa floresta.  Depois disso, ele se tornou um ser extraditado para a Terra  por ter feito algo terrível. Na época, a história era passada no estado do Kansas, num universo habitado exclusivamente por animais rurais.  Quando eu a submeti a Tom Schumacher, ele sugeriu que colocássemos Stitch no mundo humano para que sua situação ficasse ainda mais contrastante.  Foi basicamente a partir daí que a história decolou e iniciei minha parceria com Dean.”

O produtor Clark Spencer relembra que “o filme originalmente iria se passar no Kansas porque é um estado pouco habitado e isso era perfeito para a ambientação da trama.  Mais ou menos nessa fase do desenvolvimento visual do filme, Chris tinha uma viagem planejada ao Havaí.  Ao estudar o mapa do arquipélago, ele visualizou o conjunto de ilhas cercadas por um oceano de um azul intenso.  E  pensou: ‘O Havaí é um área bem isolada e seria um cenário fantástico para o filme.’  Estudando suas riquezas culturais e a história das ilhas, tudo começou a tomar forma.  A escolha do Havaí como locação trazia consigo inúmeros outros elementos de grande riqueza.  Havia a dança hula, o surf, uma tradição musical local respeitada e uma gama de cores que não se encontram em nenhuma outra região do mundo.  No nosso filme, o público que não conhece o arquipélago passará a conhecê-lo e entenderá uma cultura que é muito diversa daquela encontrada no restante dos EUA.”

DeBlois relembra, “Quando li o livro de apresentação criado por Chris, eu me apaixonei por Lilo porque ela sempre é capaz de perdoar e é cheia de amor. Tudo que precisa é de alguém a quem dar esse amor.  Nani e Lilo batem de frente com o destino e mal conseguem levar adiante sua convivência doméstica, quando Stitch surge em suas vidas e acelera a desintegração de sua família.  Ao fazer isso, ele acaba influenciado pelo comportamento de Lilo, a ponto de se tornar o único capaz de restabelecer a harmonia naquela  família. Este dois personagens inusitados acabam afetando a vida um do outro de um modo que até então eles jamais poderiam ter imaginado.”

Sanders observa que “a maior parte da ação do filme recai sobre Nani.  Ela é o personagem de Gregory Peck, em O Sol É Para Todos (To Kill a Mockingbird).  Ela é o pivô de toda a história, em termos narrativos.  Toda a pressão recai sobre ela.  Os outros personagens têm muito a perder, mas só ela está plenamente consciente disso.  A  cena em que está prestes a contar a Lilo que elas terão de se separar para sempre é um perfeito exemplo da responsabilidade que ela terá de enfrentar.”

DOS STORYBOARDS ÀS TELAS: OS DIRETORES E ROTEIRISTAS CHRIS SANDERS & DEAN DEBLOIS COMPARTILHAM SUA VISÃO

Em geral, o processo de criação de um longa de animação Disney envolve a seleção de uma história, uma primeira versão do roteiro e então a equipe de artistas de história passa à sua adaptação ao meio visual ao longo das novas versões do roteiro que vão sendo recriadas.  Ao mesmo tempo, outra equipe de artistas de desenvolvimento visual desenham os personagens e os cenários, enquanto um outro grande número de decisões envolvendo os rumos artísticos da produção são tomadas.

Uma das coisas que contribuiu para tornar Lilo & Stitch especial foi o trabalho em parceria de Chris Sanders e Dean DeBlois. Sanders não só foi o autor do argumento original do filme, mas também trabalhou juntamente com DeBlois na escritura do roteiro, na ilustração visual através dos storyboards de todas as cenas e diálogos e ambos dividiram a direção do filme.  A dupla serviu também como chefe de história, dando prosseguimento a uma parceria criativa que teve início em Mulan.  O processo garantiu aos cineastas que sua visão permaneceria intacta ao longo de todas as inúmeras fases de produção do filme.

Segundo DeBlois, “Queríamos que o filme se concentrasse na simplicidade e no afeto de seus relacionamentos.  Dumbo e Bambi foram nossas duas maiores influências devido à simplicidade narrativa e visual de sua direção de arte.  Tinham uma pureza e uma nostalgia que nos agradavam muito. Muitos filmes recentes se concentraram sobre as maravilhas técnicas, buscando extrapolar os limites da tecnologia da animação, mas decidimos deixar isso um pouco de lado nos concentrando no desenvolvimento dos personagens e sua relações. Queríamos pôr o pé no freio e acabar com as cenas épicas ou de multidões para nos concentrarmos nesses dois personagens protagonistas e no modo como interagem”.

E Sanders acrescenta, “Também quisemos romper com algumas convenções narrativas.  Desde o início da produção, havíamos decidido deixar de lado os conceitos tradicionais de “bem” e “mal”.  Eles funcionam bem em fábulas infantis, mas queríamos que nosso filme tivesse um apelo diferente.  Nossos personagens têm mais ‘áreas cinzentas’. Eles possuem todas as fraquezas humanas. Lilo, Stitch e Nani não são em 100% bons nem maus.  Eles têm todas as características humanas intrínsecas.  O resultado foi uma interação interessante e sofisticada entre os personagens.  Eles podem dizer ou fazer coisas das quais se arrependam futuramente, mas nenhum deles é realmente mal.  Cobra Bubbles é um ótimo exemplo de um personagem bastante complexo.  Ele representa a maior ameaça à união de Lilo com sua irmã, mas o público percebe que ele não está querendo separar essa família por maldade ou com más intenções.  Ele está simplesmente fazendo seu trabalho.  Ficamos orgulhosos em constatar que o filme tem um forte apelo emocional por trás de sua mensagem aparentemente despretensiosa.  De um certo modo, é parecido com Bambi, pois ninguém imagina o impacto que terá ao assisti-lo pela primeira vez.”

“A personalidade de Lilo é uma amálgama entre a minha e a de Dean”, explica Sanders.  “Ela é convincente porque não a criamos pensando em torná-la mais esperta que os outros personagens do filme. Quisemos também evitar essa convenção.  Ela não é nenhum gênio. É uma menininha inteligente e muito, muito estranha.  Acho que ela tem um lado sofrido que nenhuma das suas amigas ou dos outros personagens do filme têm.  Ela também é uma graça porque realmente procura aprender com seus erros.  É impossível não se deixar conquistar por ela.  Suas intenções são boas e honestas, na maioria das vezes.”

E conclui DeBlois:  “Decidimos que Lilo seria o elemento central do filme, ao redor do qual tudo acontece.  Ela nunca se deixa derrotar, não importa o que lhe aconteça.  Sempre acredita na família e tem total fé nessa tradição.  Ela sabe, melhor do que ninguém no filme, que família não é uma “coisa”, é uma “idéia”. Adotamos a idéia de que ninguém é perfeito.  Os relacionamentos não são perfeitos, nem as famílias são sempre ideais.  O resultado acabou sendo a criação de uma família que nunca será perfeita, já que é uma família problemática que inclui um alienígena, uma tutora muito jovem e uma menininha bastante rebelde.  Ao final, entretanto, todos formam uma família bastante unida.”

Em função do longo tempo que dedicariam à criação do storyboard do filme, Sanders e DeBlois perceberam que teriam de nomear vários supervisores artísticos, passando a eles as responsabilidades adicionais dentro de cada departamento.  Com a ajuda do coordenador artístico do filme, Jeff Dutton, os vários chefes de departamento criaram suas próprias soluções, deixando a dupla de diretores e roteiristas livres para que se concentrassem na história.  “Jeff parecia um mágico no estúdio”, conta DeBlois.  “Pesou sobre ele a responsabilidade de cuidar da produção do filme, com todos os seus desafios de tempo e orçamento.  Ele conseguiu manter todos dentro do cronograma de trabalho sem sacrificar nada que fosse importante para a estética do filme.”


O SONHO DE UM ANIMADOR: DANDO VIDA AOS PERSONAGENS

Lilo & Stitch é a mais nova grande realização em longa-metragem da galeria de obras-primas Disney desenhadas à mão. Todos os personagens do filme foram desenhados à mão, fotograma a fotograma, pelos especialistas da equipe de animação do estúdio e constituem exemplos espetaculares desta grande forma de arte.  Para os animadores que trabalharam no filme, seus personagens ricos e suas situações fantásticas foram um trabalho de sonho.

Segundo Sanders, “O filme teria um visual radicalmente diferente se tivéssemos optado pelo uso da animação digital.  Ele não teria sido tão leve nem tão alegre. As cenas de surfe não teriam sido tão estilizadas nem  relaxantes.  E a cabeça de Lilo teria de passar por uma transformação radical para que funcionasse num ambiente tridimensional.  Queríamos que o filme fosse impressionante em função de sua história e do charme de seus personagens.”

O supervisor de animação da personagem-título, Lilo, foi o veterano de 20 anos nos estúdios Disney, o animador Andreas Deja.  Considerado um dos maiores animadores do mundo, Deja havia sido anteriormente o supervisor de animação de personagens populares como Gaston (A Bela e a Fera/Beauty and the Beast), Jafar (Aladdin), Scar (O Rei Leão/The Lion King), Hércules (“Hércules/Hercules), e o camundongo Mickey (Cérebro Fugitivo/Runaway Brain e Fantasia 2000).

“Meu primeiro contato com o filme foi quando vi alguns storyboards em um dos corredores do estúdio”, relembra Deja.  “Depois, vi o livro de ilustrações de apresentação que Chris havia criado e achei que seria muito divertido trabalhar neste projeto.  Quando me contaram a sinopse do enredo, eu me apaixonei completamente pelo filme.  Era uma história emocionante e surpreendentemente excêntrica; muito comovente e genuína, se ser piegas; e era absolutamente original.  Ela resgatava o charme dos filmes Disney dos anos 30 e 40, com uma sensibilidade moderna.  Eu quis muito trabalhar nesse filme.”

Antes de mudar-se para a Flórida por quase dois anos para trabalhar na produção do filme, Deja e seus colegas realizaram uma expedição de estudos ao Havaí. Os principais destaques dessa viagem foram uma visita a uma escola local de ensino fundamental onde se ensina o idioma e cultura havaianos. Para Deja, o gelo foi quebrado quando as crianças descobriram que ele havia trabalhado em A Pequena Sereia (The Little Mermaid).  Seguiu-se uma troca de desenhos e as crianças cantaram vários cânticos em sua língua nativa.  Deja desfez-se em lágrimas.  Ele também teve a oportunidade de observar as crianças em sala de aula e suas reações e movimentos corporais quando o professor se dirigia a elas. Tudo isso foi bastante útil.

“Animar Lilo foi o trabalho mais divertido de toda a minha carreira”, afirma Deja.  “E também o mais complexo.  Ela é uma personagem que enfrenta questões sérias.  Ela pensa, apronta, tem emoções profundas e não se pode expressar tudo isso com poses e gestos exagerados.  É preciso haver um tremendo grau de sutileza.  Meus primeiro desenhos eram cheios de ação e tive de aprender a torná-los mais sutis.  Passei muito tempo trabalhando até conseguir as expressões adequadas ou a atitude ideal dentro do contexto da história.  Isso é bem difícil de se conseguir na animação, uma vez que nosso meio se baseia fundamentalmente em motricidade e movimento.  É sempre mais difícil animarmos personagens mais sutis e Lilo é super sutil.”

“O que torna Lilo & Stitch um projeto tão único é a profundidade dos seus personagens e a interação rica, interessante, pouco convencional e excêntrica entre eles”, acrescenta Deja.  “É diferente dos outros materiais e tem um clima de grande espontaneidade.  Eu tenho duas irmãs, uma mais nova e outra mais velha, e a relação entre Lilo e Nani me pareceu muito verdadeira.  Eu me lembro do nosso dia-a-dia em casa, como elas viviam gritando uma com a outra, mesmo se amando muito.  Estas personagens são muito realistas.”

Deja só tem elogios ao desempenho de Daveigh Chase, a voz de Lilo.  Segundo ele, “Eu não poderia nem imaginar qualquer outra voz que não fosse a dela para Lilo.  Nós testamos várias meninas e ela foi a única que possuía não só a voz adequada, mas também seu tom tinha um ar casual que parecia querer dizer, ‘Você não entende o meu mundo?’  Nas sessões de gravação, ela algumas vezes gritava suas falas e daí se recolhia, toda tímida.  Ela tinha a capacidade de incorporar e deixar a personagem de um jeito muito fácil.  Fiquei impressionado com sua naturalidade.  Muitas vezes, quando pedimos a crianças muito pequenas que leiam suas falas, é difícil para elas concluir a primeira frase.  Chase lia os trechos inteiros e parecia entendê-los perfeitamente.”

Deja conclui: “Este foi um filme fantástico para os animadores por ser uma história tão irreal, onde as regras da lógica nem sempre são aplicáveis.  Basicamente, temos um mundo lógico onde vivem Lilo e Nani e todo um outro universo irreal da ficção científica, onde a fantasia realmente decola.  Chris e Dean foram sensacionais no modo como deram espaço e criaram várias cenas para explorar a personalidade das personagens, ao invés de passarem correndo à cena seguinte.  A cena na qual Lilo pede dinheiro emprestado a Nani para comprar Stitch no canil é um ótimo exemplo de um momento cativante e tipicamente infantil, que confere ainda mais emoção à história.”

Observa o diretor DeBlois:  “Tivemos sorte de termos cativado o interesse de Andreas no nosso filme.  Ele adorou a história e quando começamos a criar os storyboards, ele nos visitava com freqüência para integrar-se ao processo.  Ele criou para Lilo um desempenho realmente revolucionário.  No início, Chris e eu ficamos um pouco intimidados em dirigir um animador tão incrível.  Ele captou muito bem a sensibilidade e a honestidade que buscávamos e deu tudo de si para tornar Lilo o mais sincera e convincente possível.  Ele é realmente um dos maiores artistas trabalhando neste meio e fez um trabalho fantástico na animação da sua personagem.”

A atuação hilária e quase sempre imprevisível de Stitch foi supervisionada por Alex Kupershmidt, outro artista e animador veterano que trabalha há 20 nos estúdios Disney e que integra a equipe da Flórida desde sua fundação, em 1989 (ele foi um dos três primeiros animadores contratados). Nascido na Ucrânia e formado pela School of Visual Arts de Nova York, os créditos anteriores de Kupershmidt incluem o cavalo Khan, de Mulan, e as hienas de O Rei Leão (The Lion King).

“Stitch é um personagem único na vida de um animador”, observa Kupershmidt.  “Eu já tinha ouvido sobre ele através de Ric Sluiter, que vivia brincando comigo, dizendo que este personagem era feito sob medida para mim.  Quando os diretores finalmente me avisaram que o trabalho era meu, eu dancei de alegria com minha mulher.”

“Ele é um personagem com pouquíssima hesitação”, continua Kupershmidt.  “É um personagem que pensa, mas seu raciocínio é rápido demais e quando toma uma decisão, ele decola como um foguete.  Ele reage com todo seu corpo.  Chris e Dean queriam que ele fosse imprevisível, sem dar indícios do que vai acontecer.  Por isso, o público será constantemente surpreendido por suas reações.  Ele tem olhos pretos duros e impenetráveis, sem pupilas.  Geralmente, os olhos transmitem aquilo que o personagem está pensando, mas se olharmos nos olhos de Stitch continuaremos sem qualquer pista.  Tudo pode acontecer.”

“Eu tenho um cachorro e alguns gatos em casa, portanto tenho um bom estoque de animais disponíveis para pesquisa. Descobri que estudar os movimentos dos lagartos era bastante útil.  Eles têm uma agilidade incrível:  num momento estão parados e imóveis sobre uma pedra e, um segundo depois, eles somem.  A aparência externa de Stitch não tem nada a ver com seu modo de locomoção.  Ele também adora um caos e barulhos estridentes.  Nesse quesito, ele é igual a uma criança que não faz travessuras por maldade, mas curte uma grande bagunça.”

Kupershmidt observa que Stitch foi um personagem relativamente fácil de ser animado.  “Ele tem praticamente as mesmas proporções que o camundongo Mickey”, explica ele.  “A grande diferença é que ele não tem pés grandes e seu estilo é mais arredondado.  Chris o descrevia como um hidrante.  Ele é mesmo pesado e sólido. Já eu o vejo mais como um saco cheio de cimento, maleável, mas bastante robusto e indestrutível.”

“Chris fez um ótimo trabalho dublando Stitch e seu desempenho foi engraçado e encantador”, conclui Kupershmidt.  “Volta e meia durante nossas reuniões, ele começava a falar como Stitch e era espantoso como mudava seu tom de voz e incorporava o personagem.  Essencialmente, Stitch foi uma criação 100% concebida dentro da cabeça dele.  O filme foi uma grande injeção de confiança no estúdio de animação da Flórida.  Foi um projeto perfeito para dar seqüência a Mulan e realmente nos deu a chance de provar toda nossa capacidade.”

Segundo o diretor Sanders, “Alex é um artista incrível, com um conhecimento mais profundo de anatomia do que a maioria dos animadores.  Ele foi nossa primeira opção para animar Stitch.  É super divertido e tem uma visão bizarra de tudo, de uma maneira positiva.  Ele sempre queria saber o que Stitch estava pensando e o que ele faria em certas situações.  Ele perguntava coisas do tipo: ‘Stitch gosta de aspargos ou preferiria comer ovos cozidos?’  Nós respondíamos e ele desaparecia, nos deixando intrigados querendo saber por que ele precisava daquele tipo de informação.  Alex trabalhou em sintonia perfeita com os demais membros da sua equipe e é um profundo conhecer do cinema.  Você pode citar um filme de 1962, feito na Itália, e ele sabe de cor todas as suas falas.”

Acerca da voz de Stitch, comenta Sanders: “Originalmente, Stitch não deveria falar.  Enquanto esboçávamos o enredo do filme, inventávamos vozes horríveis à toda hora.  Elas pareciam se casar tão bem com os desenhos que decidimos mantê-las. Ao longo do desenvolvimento da história, decidimos que ele falaria em algumas cenas, incluindo o discurso final da cena climática do filme.  Nós trabalhamos muito nessa área a fim de garantirmos que seu desempenho fosse honesto.”

O personagem da atormentada irmã de Lilo, Nani, ficou a cargo do animador francês Stéphane Sainte Foi.  Sante Foi trabalhou muitos anos no estúdio de animação Disney de Paris antes de mudar-se para a Flórida para integrar a equipe de Lilo & Stitch. Entre seus créditos anteriores, foi animador de cenas-chaves de Jane, no longa animado Disney de 1999, Tarzan.

Segundo Sanders, “Tivemos muita sorte de contarmos com Stéphane na nossa equipe.  Ele é um artista talentoso com um estilo muito delicado, tem uma facilidade incrível para desenhar formas femininas e é capaz de desenhar praticamente qualquer coisa.  Ele demonstrou muito amor e paixão pelo seu trabalho e deu tudo de si em suas cenas.”

Outro veterano do estúdio Disney de Paris, Bolhem Bouchiba, também transferiu-se para a Flórida para assumir a tarefa de supervisor de animação de Jumba.  Os diretores elogiaram seu perfeccionismo, que resultou num trabalho de animação genial.  O personagem foi dublado pelo versátil David Ogden Stiers, cujo vasto repertório vocal fez dele um dos dubladores favoritos dos estúdios Disney.

O supervisor de animação de dois personagens bastante diferentes dentro filme – o perito sobre o planeta Terra, Pleakley, e o ex-namorado de Nani, David Kawena – foi outro veterano e super-astro dos estúdios Disney, Ruben Aquino.  Aquino entrou para a Disney em 1982 e foi responsável por personagens inesquecíveis como a vilã Ursula de A Pequena Sereia (The Little Mermaid), Simba Adulto de O Rei Leão (The Lion King) e o heróico Shang de Mulan.

“Pleakley e Ursula foram os dois personagens mais divertidos que já animei”, conta Aquino.  “Ele tem três pernas, menos membros que Ursula, e por isso tivemos de bolar um padrão de locomoção único para ele, já que não há nada na natureza que pudéssemos copiar.  Ele também tem um único olho, o que nos obrigou a desenhar uma linha invisível no meio de sua única sobrancelha para criar suas expressões faciais.  Além disso, seu corpo é todo feito de cartilagem, o que nos deu muitas oportunidades para criarmos uma animação gelatinosa.  Ele não está acostumado à gravidade e por isso podíamos tornar seus movimentos ainda mais desengonçados.  Ele é um tipo de estudioso rígido, que segue estritamente o que aprendeu, a voz de autoridade que se julga um sabe-tudo.  Há ótimos momentos de humor quanto ele tenta impor sua autoridade a Jumba, que é muito maior do que ele.  Kevin McDonald dubla o personagem com uma voz aguda de falsetto e nos deu muitas idéias com seu ótimo desempenho.”

“David Kawena é dublado por Jason Scott Lee, um ator havaiano que deu ao personagem um sotaque autêntico”, acrescenta Aquino.  “David é surfista e tivemos a sorte de contar com alguns animadores na nossa equipe que também eram surfistas, o que nos permitiu mostrar esse esporte de uma maneira realista.  O personagem é longilíneo e atlético, mas também um pouco atrapalhado.  Ele quase ateia fogo no restaurante tipo luau onde trabalha como dançarino e  engolidor de fogo. Tem um grande coração e realmente gosta de Nani e Lilo.  David é um amigo de verdade e está sempre presente quando elas precisam dele.”

Segundo DeBlois,  “Ruben é um dos melhores animadores da indústria atualmente.  Ele é um sujeito muito calado, mas tudo em sua arte é minuciosamente calculado.  Nós discutíamos uma cena na qual David parecia pequeno demais e  Ruben me pediu para lhe mostrar de que tamanho eu gostaria que ele fosse.  Eu desenhei um traço e ele começou a fazer seus cálculos.  Após alguns cálculos matemáticos, ele chegou à proporção de 107%. Nós ampliamos a figura numa proporção de 107% e ela ficou absolutamente perfeita. Isso me permitiu ver como ele raciocina.  Acho que ele não desenhas as coisas várias vezes seguidas.  Acho que faz apenas um desenho, depois de pensar muito sobre ele.”

Byron Howard supervisionou a animação de Cobra Bubbles, o imponente assistente social de “classificação especial” que é convocado sempre que as coisas vão mal.  Além disso, Howard contribuiu para a animação de vários outros personagens variados ao longo do filme, dos membros do conselho alienígena às dançarinas de hula.

“O estilo de Chris é muito arredondado e simpático, sem contornos angulosos e com poucas linhas retas”, explica Howard.  “Meu trabalho consistia em pegar as ilustrações que ele e Dean haviam criado em seus storyboards e refiná-las para o filme.  Até um personagem ameaçador como Cobra tem linhas suaves.  Isso permite ao público perceber que há algo além daquilo que se vê e o torna um personagem com outra dimensão. No início do filme, Cobra usa óculos escuros que escondem seus olhos e deixam o público na dúvida sobre o que ele estará realmente pensando. A princípio, ele é bastante inacessível.  À medida que a história avança, ele passa a tirar os óculos e a baixar um pouco sua guarda, fazendo o público identificá-lo como um ser humano.  Tivemos de ter muito cuidado para não exagerarmos na sua animação, pois isso teria enfraquecido o personagem.  Ving Rhames nos presenteou com um desempenho severo e forte, que funcionou como um contraponto perfeito para os outros personagens.  Ele teve um grande cuidado em criar Cobra corretamente e empregou todos os seus esforços a fim de obter os melhores resultados.”

Sanders comenta: “Nenhum elogio fará jus ao trabalho sensacional de Byron Howard e sua grande contribuição para o nosso filme.  Ele animou cenas de vários personagens porque seu estilo se casava com perfeição com o do filme.  Ele é um talento nato, seus desenhos são encantadores, seu timing é fantástico e ele sabia exatamente quando NÃO dar movimentos a um personagem.  Ele possui um talento enorme e foi um membro muito importante da nossa equipe de animação.”

DIREÇÃO DE ARTE E DESENHO DE PRODUÇÃO: OS ARTISTAS DISNEY REDESCOBREM A ARTE DA AQUARELA

Ao apresentar o argumento original que havia criado para Lilo & Stitch, Chris Sanders criou um livro de ilustrações com 15 páginas, no qual contava apresentava os personagens e o enredo básico do filme.  Eram esboços simples, feitos em aquarela, que serviram de inspiração para todo o estilo da direção de arte do filme.  O diretor de arte Ric Sluiter foi o primeiro a elogiar a estética única de Sanders e a inspirar-se nela.  O supervisor de cenários Bob Stanton e sua equipe de 15 artistas fizeram um curso intensivo para aprender este estilo de pintura esquecido e para aprender como aproveitar suas técnicas na animação.

Segundo Thomas Schumacher, “Sou fã de Chris Sanders desde que entrei para o estúdio, há quase 15 anos.  Seus desenhos foram os primeiros que analisei seriamente.  Suas ilustrações para a história e seus desenhos para O Rei Leão (The Lion King) eram absolutamente fantásticos e seu traço, bastante arredondado, infunde maior peso na parte inferior do corpo dos personagens, com mãos desproporcionalmente grandes, o que os torna incrivelmente charmosos.  Quando Chris me mostrou seus primeiros esboços para o filme e alguns desenhos de Stitch e Lilo, eu me apaixonei pelo projeto e decidi que produziríamos um filme com o estilo visual dos seus desenhos.”

“Fiz as ilustrações da minha apresentação original na forma de aquarelas, porque é o meio no qual geralmente me expresso no meu trabalho”, explica Sanders.  “Quando preciso colorir alguma coisa, sempre pego minhas tintas de aquarela e faço exatamente o que eu fazia na terceira série da escola.  Pego um copo grande de água, mergulho meu pincel dentro dele e continuo fazendo isso até terminar.  Ric Sluiter viu minhas ilustrações e sugeriu: ‘Por que não fazemos os cenários do filme na forma de aquarela?’  Posteriormente, ele tentou retirar sua sugestão, já que o estúdio não produzia cenários em aquarela desde a década de 40.  Entretanto, quando vimos as amostras produzidas por ele, sabíamos que essa era a direção que deveríamos tomar.  Com uma dedicação extraordinária, Ric e sua equipe deram nova vida a esta forma de arte.  Ela definitivamente dá ao filme uma atmosfera especial e passa ao espectador uma sensação de frescor e leveza.”

Como explica Sluiter, “Numa visita de estudos ao Havaí, a primeira coisa que chamou nossa atenção foi como tudo tinha cores vivas e como o ar era puro.  Era como se as paisagens da ilha fossem lavadas todos os dias.  Tudo era muito limpo e sua palheta de cores parecia usar tons um pouco mais vivos que os de costume. Percebemos imediatamente que a aquarela seria perfeita para reproduzir o Havaí, com sua grande luminosidade e cores muito fortes.”

“Quando sugerimos o uso de cenários em aquarela, houve uma certa resistência inicial”, acrescenta Sluiter.  “Os artistas de cenários estavam acostumados a trabalhar com tintas acrílicas opacas.  Pintar aquarelas era praticamente uma arte perdida.  Trouxemos vários aquarelistas renomados de todo o país para ministrar oficinas de técnica de aquarela para nossa equipe do departamento de cenografia.  Também levamos ao estúdio o lendário diretor de arte de produções Disney e Warner Bros., Maurice Noble, integrante da equipe técnica de Branca de Neve e Os Sete Anões (Snow White), para passar aos animadores seus conhecimentos sobre o assunto.  Ele nos contou que pintar uma aquarela era criar algo de uma névoa.  É preciso ir construindo-a passo a passo para que os resultados se façam notar.”

E relembra o supervisor de cenários, Bob Stanton: “Nossa primeira reação quando nos contaram que os cenários seriam em técnica de aquarela foi de terror.  Após cerca de seis meses  de estudos intensivos e inúmeros testes, o medo passou. O processo passou por duas fases – descobrir cientificamente quais materiais deveríamos usar e depois desenvolver uma técnica adequada para realizarmos nosso trabalho. Nosso compromisso passou então a ser o de resgatar para o cinema esta incrível técnica artística.  Decidimos tentar imitar seu estilo.  A exemplo de um compositor que tenta imitar Mozart, tentamos pintar imitando os artistas das equipes técnicas de Branca de Neve (Snow White) e Pinóquio (Pinocchio).

“Queríamos captar o estilo rico de ilustração editorial que os clássicos Disney possuíam”, acrescenta Stanton, “e ao mesmo tempo mostrar a luminosidade e as belas cores do Havaí.  Usamos as estampas das camisas havaianas como inspiração e estudamos vários cardápios antigos de bebidas, da década de 40.  Os cardápios da época eram feitos por artistas geniais e tinham, em geral, cores quentes e belíssimas, com toques de sépia ao fundo.  A  cena de abertura do filme, que mostra Lilo saindo de uma praia luxuriante e indo para um estúdio de dança encontrar-se com outras dançarinas de hula – com tons fortes de vermelho e peles bronzeadas – foi diretamente inspirada nesse tipo de arte.”

Stanton e sua equipe optaram por uma abordagem simples para a criação de seus cenários.  Paisagens simples, com áreas de vegetação vibrantes, nuvens, céu e planícies se tornaram detalhes sem exagero.  Eles perceberam que os personagens não se destacavam tanto quanto deveriam quando os cenários tinham um excesso de detalhes.

Ao final, a equipe de cenários mostrou-se à altura do desafio com suas aquarelas magistrais. Segundo Sluiter, “Nossos artistas realizaram um trabalho incrível e realmente se apaixonaram pelo meio.  Acho que se tornaram pintores ainda melhores após terem trabalhado neste filme.  A aquarela obriga o artista a pensar na sua imagem. Ela não exige muitas pinceladas nem um trabalho excessivamente braçal, mas é preciso se concentrar no resultado final que você tem em mente.  Descobrimos que, na verdade, foi mais rápido pintarmos com aquarela do que segundo nossos métodos tradicionais.”

E DeBlois acrescenta: “Há acidentes bastante felizes quando se trabalha com aquarela. É esta a natureza da técnica.  Grande parte da textura provém de pinceladas casuais e suas pinturas nunca são exageradamente trabalhadas.  Nós pesquisamos muito antes de encontrarmos o papel adequado, com uma textura que absorvesse a tinta, sem deixá-lo encharcado.  O esfumaçado do céu e da água tinha de ser bastante uniforme ou o efeito seria um fracasso.”

Com relação à estética geral do filme, Sluiter observa: “Dumbo foi meu maior modelo para o visual do filme, com suas formas arredondadas e cenários simples.  Também estudamos o estilo e o visual de curtas-metragens antigos Disney, como Elmer the Elephant e Hawaiian Holiday.  Os esboços de história de Chris e Dean eram primorosos e nos deram todas as respostas.  Eles são artistas geniais e suas ilustrações traziam instruções precisas à equipe de layout quanto aos ângulos de câmera e à ambientação.”

O desenhista de produção Paul Felix, que trabalhou na equipe de criação visual de grandes sucessos Disney como Mulan, Tarzan e A Nova Onda do Imperador (The Emperor’s New Groove), descreve seu trabalho em Lilo & Stitch como “o filme de animação mais animado no qual já trabalhei.  Foi uma festa.  Tivemos a oportunidade de criar mais de 30 cenários diferentes para o filme:  de naves espaciais gigantescas à casa cercada de áreas verdes onde vivem Lilo e Nani.  Todos no estúdio se apaixonaram pelo estilo e pelo traço dos desenhos de Chris, e tornou-se um desafio para nós reproduzir seu domínio da forma e da estrutura.  Seu estilo lembra muito a caligrafia.  Eu costumo desenhar com muitos detalhes e variações de tons e, por isso, esse filme me obrigou a me concentrar em formas mais simples e adequadas à aquarela.”

“Estudando as ilustrações de Chris, vemos que seus personagens são basicamente triangulares e que as formas têm mais peso na parte inferior”,  explica Felix.  “É um visual bem parecido com o dos primeiros curtas-metragens dos estúdios Disney, personagens com formas de aparência gorducha.  O visual é muito atraente e tem uma leveza que os faz parecer pairar no ar.  Incorporamos estas características em todos os elementos do filme, das mesas e cadeiras às palmeiras.  Até cunhamos a expressão ‘tornar mais gorducho’ para descrever o estilo arredondado e inchado do desenho de Chris.”

O estilo de Sanders contaminou todos os demais aspectos da produção.  Segundo o supervisor de feitos visuais, Joe Gilland, “Todos os efeitos do filme, da água e fumaça aos laser e às explosões foram criados seguindo o estilo vibrante, simpático e arredondado do traço de Chris Sanders.  As explosões tiveram seus contornos arredondados, parecendo mais bolas de marshmallow, dentro do conceito visual do filme.  A produção inclui algum tipo de efeito de animação (qualquer coisa animada que não seja um personagem) em 90% de suas cenas.  Embora alguns deles tenham sido criados digitalmente, estamos muito orgulhosos do modo como eles se casam com os elementos desenhados tradicionalmente à mão.  Até peritos em computação gráfica terão dificuldade de identificá-los.  Trata-se de uma verdadeira revolução para nós no campo do casamento da animação desenhada à mão com efeitos criados no computador.”

Uma cena em especial que demonstra o modo como essa integração foi feita com perfeição é a cena de abertura do filme, na qual Lilo nada entre golfinhos.  Uma grade digital da superfície da água foi criada no computador para dar aos diretores uma idéia do movimento do mar.  Ela se tornou o ponto de referência para os artistas de animação tradicional de efeitos usarem como plataforma em seu trabalho de desenho manual. Conseqüentemente, o filme tem um mar digital com um movimento dinâmico, mas desenhado num estilo condizente com o do resto do filme.  A espuma das ondas é elegante em sua simplicidade e tem um estilo gráfico inédito.

Gilland orgulha-se, em particular, da cena de surfe que inclui um mar com ondas de  2 metros quebrando.  E explica: “Os diretores queriam ângulos de câmera que um filme live-action jamais poderiam mostrar, como a imagem de um surfista visto de frente dentro de um tubo.  As poucas imagens assim na vida real são cortadas no momento em que o cinegrafista precisa sair do caminho antes que seja atropelado pelo surfista.  No meio da animação, podemos continuar acompanhando o surfista e ver algo que nunca havia sido visto antes.”

EMBALADO PELOS ACORDES CERTOS DA MÚSICA DE ELVIS PRESLEY & PELA HULA

Que tipo de música se escolheria para um filme passado no Havaí que combina elementos tão díspares como o surfe e um rebelde alienígena como protagonista?  Esse era o desafio enfrentado pelos cineastas quando começaram a dar contornos definitivos ao roteiro e aos storyboards de Lilo & Stitch.

“Ainda no início da produção”, relembra Thomas Schumacher, “Chris e Dean me mostraram uma cena na qual Lilo tocava um disco de Elvis e eu achei hilário que aquela menininha fosse fã de Elvis.  Era uma idéia genial porque seria um gosto tipicamente adulto para uma criança.  Achamos que canções como ‘Suspicious Minds’ e ‘Hound Dog’ tornavam o filme mais rico e lhe davam uma característica ainda mais particularmente havaiana. Muitos de nós lembrávamos da fase havaiana de Elvis.  Eu me lembro da primeira vez que visitei Kauai, quando então pensei: ‘Nossa, estou na terra de Elvis.’”

“A música é um elemento orgânico nos nossos filmes”, acrescenta ele. “A música de Elvis nos deu senso de humor e um charme nostálgico.  Mas a música havaiana inclui também sons nativos fantásticos. A princípio, pensamos em tambores e ukuleles.  Mas a música tradicional havaiana inclui também muitos cânticos.  É um som rítmico otimista e genuinamente puro. Incluímos no filme a apresentação de um coro infantil fantástico e suas vozes angelicais impressionam na tela e representam a esperança e a inocência do arquipélago havaiano.  Ele confere uma pureza que nos deixa enlevados ao longo de toda a história.”

Durante o filme, Elvis é ouvido interpretando seis de seus maiores sucessos: “Heartbreak Hotel”, “Stuck on You”, “Blue Hawaii”, do filme Feitiço Havaiano, “Suspicious Minds”, “Devil in Disguise” e “Hound Dog.” As canções de Elvis Presley são mais um elemento cômico, narrativo e de entretenimento do filme e ajudam a definir seus personagens.  A trilha do filme de 1961, Feitiço Havaiano (Blue Hawaii), foi o maior fenômeno da carreira do astro, tendo permanecido no primeiro lugar das paradas musicais por 20 semanas.

Em sintonia com a temática da música de Elvis, os cineastas decidiram convidar dois dos maiores talentos da música atual para criar novas versões para antigos sucessos do ídolo.  A super-estrela da música country, Wynonna, gravou uma nova versão de “Burning Love” para o filme.  Ela despontou no cenário musical como parte de uma dupla com sua mãe, The Judds, em 1984, que, em apenas em seis anos, vendeu mais de 20 milhões de discos em todo o mundo e venceu mais de seis prêmios da indústria fonográfica, incluindo cinco Grammys, nove Country Music Association Awards e oito Billboard Music Awards.  Em 1991, Naomi Judd aposentou-se por motivos de saúde e, no ano seguinte, Wynonna deu início à segunda história incrível de sucesso de sua vida.  Ela assinou um contrato para gravar seu primeiro disco solo, em 1992, e seu álbum elogiado pela crítica, Wynonna, vendeu mais de cinco milhões de cópias, tornando-se  o álbum de estréia de maior vendagem de uma cantora em toda a história da indústria.  Em seguida, lançou outros discos de grande sucesso, como Tell Me Why, Revelations, Collection, The Other Side e New Day Dawning. Seu próximo disco será lançado no outono norte-americano de 2002.  As vendas de seus discos superam a marca de nove milhões de cópias, tendo também recebido mais de 17 dos principais prêmios da indústria, incluindo o cobiçado título de Melhor Cantora do Ano de 1994, da Academy of Country Music, além de ter emplacado mais de 13 sucessos nas paradas Top 10.

Relembra Schumacher: “Nós tivemos longas discussões acerca do final do filme e acabamos criando uma montagem de imagens que mostram como a história continua.  A idéia de pedir a Wynonna que gravasse essa canção veio de nosso supervisor musical executivo, Chris Montan.  Ele queria uma estrela jovem da música contemporânea que mergulhasse no repertório de Elvis e o tornasse atual.  E Wynonna criou uma versão que faz bombar.  Ela deu ao final do filme um grande impacto e lhe conferiu a energia e a emoção que buscávamos.”

Segundo Wynonna, “Gravar uma canção de Elvis para Lilo & Stitch é uma das maiores honras da minha carreira.  A canção de encerramento do filme é um momento de amor e celebração da vida, e quem não gostaria de regravar uma música de Elvis?  Além disso, participar de uma produção Disney é a glória.  Bambi foi o primeiro filme que assisti na minha vida e me lembro do meu pai ter me levado para assistir a Fantasia.  A experiência mudou minha vida.”

“Se me pedissem para escolher uma das músicas do repertório de Elvis para regravar, seria ‘Burning Love’”, acrescenta ela. “Sempre amei Elvis porque ele foi único e autêntico em sua arte.  Foi diferente de todo mundo. Cantava com o coração e acho que ele amava a música com todas as suas forças.  Creio que ele ficaria emocionado em ver a geração atual curtindo sua música e em ver que o rei ainda é o rei.”

Em sua preparação para gravar “Burning Love” para o filme, Wynonna conta ter “estudado cada nota da versão gravada por Elvis.  Eu definitivamente presto uma homenagem a ele com a minha gravação.  É o tipo de situação na qual se algo parecer errado, é melhor deixar como está.  Para mim, a música dele era muitas vezes algo em estado bruto e possuía uma inocência muito interessante.  Parecia que ele estava nos indicando que rumo deveríamos tomar. Sem dúvida alguma, eu tentei incorporar Elvis quando estava no estúdio de gravação.”

Acerca do filme, comenta Wynonna: “Há elementos atraentes para espectadores de todas as idades, porque os pais certamente irão se identificar com seu dia-a-dia tentando criar seus filhos e manter sua família unida.  Minha mãe sempre dizia, ‘Nós não somos perfeitos juntos, mas juntos temos tudo.’  E, para as crianças que não conhecem a música de Elvis, será uma maneira maravilhosa para pais e filhos celebrarem o ídolo juntos.  Ela dará às crianças a oportunidade de conhecerem melhor o mundo de seus pais e lhes dará uma experiência em comum. Trata-se de um modo fantástico de resgatar a música de Elvis e inseri-la na cultura musical atual. Tenho um grande orgulho de ser parte de algo que celebra a alegria e de ver minha música como parte de Lilo & Stitch.  O mundo precisa de mais filmes como esse”.

Uma outra canção popular de Elvis, “Can’t Help Falling in Love”, é ouvida na seqüência dos créditos finais e interpretada pelo popular conjunto vocal sueco, A*Teens.  Os dois primeiros discos do conjunto (The Abba Generation e Teen Spirit) venderam 1,5 milhão de unidades somente nos Estados Unidos, transformando o quarteto, da noite para o dia, num dos maiores fenômenos da música adolescente nestes últimos quatro anos.  O novo álbum do grupo, Pop ‘Til You Drop, foi lançado em junho de 2002.

Além da música de Elvis Presley, Lilo & Stitch apresenta duas canções originais ao estilo dos tradicionais cânticos havaianos.

Como explica Clark Spencer, “Procuramos muito algum cântico havaiano já existente que fosse perfeito para o filme. Nesta época, filmamos algumas imagens live-action de referência com dançarinas de hula e conhecemos um artista chamado Mark Keali‘i Ho‘omalu, que havia gravado vários cânticos tradicionais do repertório folclórico havaiano. Percebemos que era exatamente o tipo de música que procurávamos para o filme. Selecionamos dois cânticos e os mesclamos criando uma composição original.  Mark nos apresentou então ao fantástico coro de alunos da Escola Kamehameha School, com 40 jovens cantores.  Gravamos duas canções – ‘He Mele No Lilo’ e uma canção 100% original, ‘Hawaiian Roller Coaster Ride’.  Mark e Alan Silvestri trabalharam em parceria nas canções e sua criação sensacional está impregnada do espírito da vida havaiana.  Além disso, a pureza das vozes das crianças é maravilhosa.”

Para a cena da dança de hula, os cineastas queriam movimentos os mais realistas possíveis.  Segundo Spencer, “Queríamos pessoas nativas do Havaí que conhecessem realmente a hula para que fosse uma recriação genuína e não uma interpretação de como ela deveria ser.  Com sua música, o número de hula, a dança do fogo, o luau e o surfe, queríamos que o filme fosse uma representação verdadeira da cultura e do espírito do arquipélago havaiano.”

A EQUIPE TÉCNICA:

CHRIS SANDERS (Diretor/Roteirista/Dublador de Stitch) faz sua estréia diretorial em Lilo & Stitch, após uma carreira consagrada na animação como artista, designer e supervisor de história.  Ele foi o autor do argumento original de Lilo & Stitch e guiou-o ao longo de todas as suas fases de criação e transposição dos storyboards ao filme na tela, como roteirista e diretor (em parceria Dean DeBlois).  Exibindo outra faceta de seu talento, Sanders também dubla a voz do travesso astro alienígena do filme, Stitch.

Formado em 1984 pela CalArts (com especialização em Animação de Personagem), entrou para a Walt Disney Feature Animation, em 1987, tendo sido o primeiro profissional contratado para seu recém-criado departamento de desenvolvimento visual. Nesta função, contribuiu para a criação de Bernardo e Bianca na Terra dos Cangurus (The Rescuers Down Under), antes de transferir-se para o departamento de história. Em seguida, criou storyboards para inúmeras seqüências-chaves de A Bela e A Fera (Beauty and the Beast), incluindo a memorável cena da morte e da ressurreição da Fera.

Após desenvolver novos conceitos para Fantasia 2000, Sanders integrou a equipe de criadores de O Rei Leão (The Lion King) como desenhista de produção e ajudou a definir a direção do estilo visual do filme. Entre suas maiores contribuições para este filme, destacam-se o animado e espertíssimo número musical “I Just Can’t Wait to be King” e a cena impressionante do fantasma de Mufasa.

Em 1998, no longa de animação Disney, Mulan, Sanders trabalhou como co-chefe de história e roteirista.  Seu trabalho nesse filme lhe valeu dois Annie Awards nas categorias Storyboards e Roteiro.

Natural do Colorado, Sanders conta que gostava de desenhar quando era garoto, sendo em grande parte influenciado pela espetacular seqüência musical animada de Ward Kimball, de Você Já Foi À Bahia? (The Three Caballeros), dos estúdios Disney, ao assistir ao filme pela televisão no The Wonderful World of Disney, aos 10 anos.  “Ela é a cena mais alegre, livre e despreocupada da animação até hoje”, afirma Sanders.  Anos depois, sua avó leu um artigo acerca do programa de animação da CalArts, insistiu para que ele se matriculasse e Sanders foi aceito.  Depois de formado, iniciou sua carreira na indústria da animação, trabalhando durante quatro anos na Marvel Productions, como um dos desenhistas de personagens do popular seriado animado da TV, The Muppt Babies Show.

DEAN DEBLOIS (Diretor/Roteirista) faz sua estréia como diretor e roteirista de um longa-metragem em Lilo & Stitch. Em parceria com Chris Sanders (co-diretor e co-roteirista do filme), DeBlois ajudou a definir a história desde sua fase inicial e supervisionou a equipe de artistas e animadores do estúdio da Disney Feature Animation da Flórida.

Formado pela Sheridan University, entrou para a equipe de animação dos estúdios Disney em 1994, passando rapidamente de artista de layout a artista de história, até chegar a chefe de história.  Sua produção de estréia no estúdio foi o longa-metragem de 1998, Mulan. Ele passou de artista de layout a artista de história até, finalmente, ser nomeado co-chefe de história (em sua primeira parceria com Sanders). Em 1999, DeBlois mudou-se para a Flórida para dar início à produção de Lilo & Stitch.

Natural de Ontário, Canadá, iniciou sua carreira na indústria como artista de layout de programas animados de uma emissora de televisão de Ottawa.  Nos quatro anos seguintes, trabalhou na Irlanda com o diretor Don Bluth, e seus créditos nessa época incluem artista de layout, chefe de unidade de layout e assistente-chefe de história em filmes como A Troll in Central Park e Thumbelina.

CLARK SPENCER (Produtor) contribui com sua vasta experiência na animação ao papel de produtor da divertida nova comédia da Walt Disney Pictures, Lilo & Stitch. Um veterano trabalhando há mais de 12 anos para os estúdios Disney, antes de assumir a produção de Lilo & Stitch, era vice-presidente sênior e gerente geral do estúdio Disney Feature Animation, da Flórida, onde supervisionava todos os aspectos operacionais e de produção.

Spencer entrou para os estúdios de Walt Disney, em 1990, como executivo sênior de administração, sendo promovido subseqüentemente a gerente administrativo do estúdio, em 1991,e a diretor administrativo, em 1992. Nesta época, integrou a equipe de implementação do Disney Channel na Ásia e participou da aquisição da Miramax Films e da criação da estratégia empresarial do estúdio Disney baseado em Paris.

Em outubro de 1993, transferiu-se para o Walt Disney Feature Animation, como diretor administrativo da divisão, sendo promovido 10 meses depois a vice-presidente executivo e financeiro. O Hollywood Reporter incluiu-o em sua lista “Next Generation” de 1995 de jovens e promissores executivos com menos de 35.  Em 1996, foi nomeado vice-presidente executivo e financeiro da Walt Disney Feature Animation and Theatrical Productions, cargo que ocupou até mudar-se para o estúdio da Flórida, em setembro de 1998.

Natural de Seattle, Washington, formou-se em História, em 1985, pela Harvard University.  Trabalhou três anos em Wall Street como financista associado da Bankers Trust Company, antes de retornar à Faculdade de Administração de Harvard, para obter seu mestrado, em 1990.

Um ávido explorador do mundo, Spencer já trabalhou numa linha de montagem da Nissan no Japão, desceu o Rio Amazonas e explorou as florestas do norte do Camboja.

ALAN SILVESTRI (Compositor), compositor nomeado a inúmeros Oscars® e Grammys, cria uma trilha impressionante e cheia de aventura, comedia e emoções, para Lilo & Stitch.  Ele também colaborou com o mestre de kumu hula, Mark Keali‘i Ho‘omalu, na criação de dois temas havaianos para o filme.

Silvestri compôs trilhas para um número extraordinário de grandes sucessos do cinema, incluindo a trilogia De Volta Para o Futuro (Back to the Future), Uma Cilada Para Roger Rabbit (Who Framed Roger Rabbit), O Pai da Noiva (Father of the Bride), O Guarda-Costas (The Bodyguard) e Predador (Predator), embora sua trilha sonora mais conhecida seja talvez a o vencedor do Oscar® de Melhor Filme, Forrest Gump – O Contador de Histórias (Forrest Gump).

Nos últimos anos, Silvestri acrescentou vários mega hits ao seu currículo: a comédia de Mel Gibson, Do Que As Mulheres Gostam (What Women Want), o drama de Tom Hanks, Náufrago (Cast Away), e o recordista de público do verão norte-americano, O Retorno da Múmia (The Mummy Returns).  Esses filmes, além da comédia romântica de John Cusack, Serendipity, e da comédia de ação de Robert DeNiro e Eddie Murphy, Showtime, são apenas as trilhas mais recentes dos mais de 70 filmes para os quais compôs ao longo das últimas três décadas.  Suas composições mais recentes incluem as trilhas dos longas ainda não lançados Stuart Little 2 e da comédia de Jennifer Lopez, Chambermaid.

Silvestri nasceu em Manhattan, foi criado em Teaneck, N.J., e cursou a prestigiada Berklee College of Music, de Boston, antes de entrar para uma banda de Las Vegas como guitarrista.  Seu talento como arranjador e músico levou-o a trabalhar em Los Angeles, onde acidentalmente acabou compondo a trilha de um longa-metragem. Mais tarde, compôs a música de mais de 100 episódios do seriado televisivo CHiPs, o que levou ao convite para que compusesse sua primeira trilha para uma grande produção do cinema, o sucesso de 1984, Tudo Por Uma Esmeralda (Romancing the Stone), dirigido por Robert Zemeckis.

Zemeckis e Silvestri fizeram mais nove filmes desde então. A dupla trabalha em parceria há mais de 17 anos. Fora a associação de Steven Spielberg com John Williams, trata-se da parceria mais longa e bem sucedida de Hollywood entre um diretor e um produtor.

Para outros cineastas, Silvestri compôs trilhas igualmente diversificadas, ora fortes ora comoventes, incluindo composições sombrias e tensas para Predador (Predator) de John McTiernan; outras de deslumbramento, com O Abismo (The Abyss), de James Cameron; animadas e festivas, para O Pai da Noiva (Father of the Bride), de Charles Shyer, o tema melancólico inesquecível de Whitney Houston, em O Guarda-Costas (The Bodyguard), de Mick Jackson, uma deliciosa trilha de gato-e-rato em O Pequeno Stuart Little (Stuart Little), de Rob Minkoff, e canções ao estilo faroeste pastelão para Julia Roberts e Brad Pitt, em A Mexicana (The Mexican), de Gore Verbinski.

Residindo em Carmel há 13 anos, Silvestri é piloto de aviões com habilitação para pilotar  por instrumentos e, recentemente, estreou na nova carreira de produtor de vinhos.  Nos próximos três anos, ele espera que seu vinhedo de 300 hectares no Vale de Carmel esteja em plena produção. Engajado ativamente na causa da luta contra a Diabetes Infantil – uma doença que atinge um de seus três filhos – ele fez um pronunciamento sobre o assunto diante de um comitê do Congresso e compôs a canção, “Promise to Remember Me”, que se tornou tema das campanhas da Fundação das Vítimas de Diabetes Juvenil.

ELVIS AARON PRESLEY (Cantor/Ator/Intérprete) nasceu numa família humilde, filho de Vernon e Gladys Presley, numa casa de dois cômodos em Tupelo, Mississippi, no dia 8 de janeiro de 1935.  Seu irmão gêmeo, Jessie Garon, nasceu morto, fazendo com que Elvis crescesse como filho único.  Ele e seus pais mudaram-se para Memphis, Tennessee, em 1948, onde Elvis concluiu o segundo grau, na Humes High School, em 1953.

Suas influências musicais foram as músicas pop e o country da época, o gospel que ele ouvia na igreja e nos clubes noturnos de gospel que costumava freqüentar, e o R&B dos negros que ele havia conhecido na histórica Rua Beale, de Memphis, em sua adolescência.  Em 1954, deu início à sua carreira de cantor no lendário selo Sun Records, de Memphis.  No final de 1955, seu contrato de gravação foi vendido à gravadora RCA Victor.  Em 1956, já era uma sensação internacional.  Com um som e um estilo únicos que combinavam suas diversas influências musicais e extrapolavam as barreiras sociais e raciais da época, ele deu início à toda uma nova era na música e na cultura popular da América.

Elvis estrelou 33 longas-metragens de sucesso, fez história com seus especiais e participações na TV e tornou-se uma lenda com seus vários shows, quase todos com lotação esgotada, em turnês internacionais e, especialmente, na cidade de Las Vegas. Vendeu em todo o mundo mais de um bilhão de discos, mais do que qualquer outro artista.  Nos Estados Unidos, venceu discos de ouro, de platina e vários discos múltiplos de platina pelos seus 131 álbuns e singles, uma estatística que supera os feitos de qualquer outro artista da indústria fonográfica.  Entre seus muitos prêmios e honrarias, foi 14 vezes indicado ao Grammy (venceu três) da Academia Nacional de Artes e Ciências Fonográficas, foi premiado com um Grammy Lifetime Achievement Award, aos 36 anos, e recebeu o título Um dos Dez Homens Mais Importantes do País, na década de 70, pela United States Jaycees.  Sem lançar mãos dos privilégios especiais que seu status de celebridade poderiam ter lhe valido, serviu honrosamente seu país no Exercito dos EUA.

Seu talento, sua beleza, sensualidade, carisma e bom humor o tornaram o ídolo de multidões, assim como a humanidade e gentileza que demonstrou ao longo de toda sua vida.  Conhecido em todo o mundo pelo seu primeiro nome, é considerado uma das figuras mais importantes da cultura popular do século XX.  Elvis faleceu em sua casa em Memphis, Graceland, no dia 16 de agosto de 1977.

Entre as honras que Elvis Presley recebeu postumamente destacam-se sua inclusão no Rock & Roll Hall of Fame (1986), no Country Music Hall of Fame da CMA (1998) e no Gospel Music Hall of Fame da GMA (2001).  Nenhum outro artista é membro de todas as três entidades.

OS DUBLADORES:

DAVEIGH CHASE (Lilo) confere excentricidade, personalidade e uma ampla gama de emoções à personagem-título do filme, uma solitária menininha havaiana.  Atualmente com 11 anos, a jovem atriz e cantora fez seu primeiro teste de elenco para o papel aos oito anos.

“Fiquei muito feliz de ser escalada para o papel”, relembra Chase.  “Adoro animação e um dos meus sonhos era dublar uma personagem animada!  Lilo & Stitch é um filme maravilhoso e eu me diverti muito com esse trabalho.  Chris e Dean sempre discutiam as seqüências comigo antes das gravações e assim eu formava uma idéia da cena na minha cabeça.  Eles me deixaram dar sugestões de como Lilo falaria, já que eu e a personagem tínhamos quase a mesma idade. Achei ótimo trabalhar com os diretores e todos nós nos divertimos muito.”

“A primeira vez que vi Lilo e ouvi minha voz saindo da boca da personagem achei meio estranho – e bacana ao mesmo tempo.  Ela tem até algumas das minhas expressões.  Vai ser muito legal ver o filme sem contar a ninguém que eu faço a voz de Lilo, e ver como as pessoas reagem.  Acho que muita gente – especialmente as crianças – vão se identificar com Lilo, porque ela é muito realista.  E fofa!”

Chase é uma criança bastante ocupada.  Além do papel de Lilo, já possui uma lista bastante longa de créditos como dubladora. Recentemente, estrelou no papel de Chihiro a versão inglesa do grande sucesso de animação do cinema japonês, Spirited Away, de Miyazaki. O longa foi o lançamento de maior sucesso da história do cinema japonês e, no outono norte-americano, será lançado numa versão em língua inglesa pela Disney (com John Lasseter,da Pixar, como consultor de criação).  Chase também dubla várias vozes no mais recente seriado televisivo animado produzido pela Disney, Fillmore!, que estréia na ABC no outono.

Entre os principais créditos da atriz, ela acaba de concluir sua participação no papel de Samara, no longa-metragem Ring, uma nova versão do telefilme de horror homônimo recordista de audiência na TV japonesa.  Ring está sendo dirigido por Gore Verbinski e será lançado pela DreamWorks no próximo outono.  Chase também conclui sua participação nos longas, Carolina (dirigido por Marleen Gorris para a Miramax), e Silence (Waldo/West Productions).  Outros créditos cinematográficos recentes incluem Donnie Darko (dirigido por Richard Kelly) e R.L. Stine’s Haunted Lighthouse (dirigido por Joe Dante), no qual, por interpretar uma jovem fantasma chamada Annabel, teve de aprender a “voar” (presa a cabos de segurança).

Seus inúmeros créditos televisivos incluem um papel regular (como Joyce) no seriado da Fox que estréia no próximo outono, Oliver Beene. Também atuou em seriados como Say Uncle, Family Law, Touched by an Angel, Plantão Médico (ER), The Practice e The Lot.

Uma cantora excepcional e vibrante, Chase começou a apresentar-se em público aos quatro anos.  Na cerimônia de entrega do prêmio American Veteran Awards de 2002, cantou a capela uma versão do hino nacional norte-americano, “Star-Spangled Banner”, e apresentou o número de encerramento, “God Bless America”, acompanhada no palco pelos cantores Randy Travis e Michael Bolton. No longa do diretor Steven Spielberg, Inteligência Artificial (A.I.), teve a oportunidade de gravar em estúdio com o compositor John Williams.  Também já abriu shows da cantora Reba McEntire no Oregon Jamboree, de 1999 e, aos oito anos, venceu duas etapas locais do concurso de canto Jimmy Dean Country Showdown. Ela adora todos os tipos de música e curte tanto cantar com bandas populares, quanto compor canções líricas.

Mesmo com uma agenda profissional tão lotada, Chase ainda leva a vida de qualquer criança normal da sua idade.  Ela é naturalmente carismática, uma criança sensível com um grande senso de humor e uma esportista dotada que gosta de andar de bicicleta, de dançar e curte a maioria dos esportes (incluindo patinação no gelo e equitação). Ela também curte não fazer nada em companha de sua família e seus amigos.

TIA CARRERE (Nani) explorou suas raízes havaianas e seus muitos anos como residente do arquipélago havaiano em seu desempenho vocal como Nani, a irmã mais velha de Lilo. Tentando ser uma boa tutora, uma chefe de família responsável e uma companheira carinhosa e divertida para sua irmãzinha, Lilo carrega o mundo sobre seus ombros e terá problemas ainda mais sérios com a chegada de Stitch à sua casa.

“Foi emocionante interpretar uma personagem havaiana, sendo havaiana”, conta Carrere.  “Desde o primeiro fotograma do filme, com a dança e as canções de hula, a gente se sente no Havaí, num clima leve e solto.  Eu nasci e fui criada em Honolulu e por isso quando me pediram para dar à personagem alguns maneirismos havaianos, inseri falas em dialeto local.  Trata-se de uma mescla de várias influências étnicas diferentes que junta palavras da língua inglesa de um modo específico.  A entonação é diferente, um pouco cantada.”

“Sem dúvida alguma, o fato de o filme ser passado no Havaí é um de seus pontos fortes”, acrescenta ela.  “Quando o assistimos, nós nos sentimos em férias no Havaí. A cena de surfe e o número de hula são incríveis e me levaram de volta a uma época muito feliz.  A música de Elvis também é fantástica e acrescenta um sabor de férias havaianas.”

“Quando conheci Chris e Dean, disse a eles que eu adoraria cantar num longa de animação Disney”, relembra Carrere.  “E ele me disseram que havia uma cena no enredo na qual as duas irmãs estão deitadas numa rede, na qual Nani precisa contar a Lilo a situação terrível que terão de enfrentar.  Eles não sabiam que tratamento dar à emotividade da cena e eu sugeri cantar uma cantiga de ninar para embalar o sono de Lilo. Cantei uma canção que minha avó costumava cantar para mim e disse que ligaria para ela para conseguir a letra.  A canção é ‘Aloha ‘Oe’, uma belíssima canção de despedida com uma atitude de aceitação.  Sempre foi uma das minhas favoritas do repertório de cantigas havaianas.  Eu a cantei para os diretores e eles decidiram incluí-la no filme.  Também fiquei muito satisfeita com o modo como ela foi inserida, porque proporciona um momento tranqüilo de reflexão antes que comece a ação.”

“Nani definitivamente é uma pessoa bem intencionada”, continua ela.  “Mas também é só uma garota tentando ser mãe para a irmã menor. A situação delas é muito difícil, mas devido ao fato de se amarem tanto, elas superam todas as barreiras.  O conceito havaiano da ‘o’hana’ significa que a união da família prevalecerá.  É uma filosofia muito bonita e que realmente confere impacto emocional ao filme. Tenho muito orgulho de fazer parte dele.”

Carrere já roubou o coração de Arnold Schwarzenegger, Wesley Snipes e Mike Myers em papéis memoráveis em filmes como True Lies, Sol Nascente (Rising Sun), e nos dois longas da série Quanto Mais Idiota Melhor (Wayne’s World).  Seus filmes faturaram mais de $750 milhões nas bilheterias de todo o mundo, mas são provavelmente suas campanhas publicitárias da TV que melhor resumem seu charme irresistível, como no comercial em que um apaixonado M&M amarelo deixou-se literalmente ser comido vivo por ela.

Atualmente, está estrelando o seriado de distribuição independente de grande sucesso, Relic Hunter. Carrere interpreta Sydney Fox, uma professora pouco convencional respeitada pelos seus conhecimentos acerca de civilizações antigas.

Carrere também é uma cantora renomada, com um CD intitulado Dream, lançado pela Warner Bros. Records. No momento, está gravando outro álbum, além de ter se apresentado recentemente em concertos beneficentes ao lado de Peter Gabriel.

VING RHAMES (Cobra Bubbles) empresta sua voz grave a este insociável assistente social com um passado secreto. Com sua estatura imponente, óculos escuros e dedos tatuados, esse assistente social de “classificação especial ” é chamado quando as coisas vão mal. O desempenho casual e estático de Rhames confere uma aparência assustadora a um homem que se revela compreensivo e afetuoso.

“Ving está perfeito no papel de um homem inflexível, mas capaz de se emocionar e mostrar frágil”, afirma Thomas Schumacher. “Sua voz impõe respeito e evoca um mistério. Ele deu uma enorme vida a este personagem com uma participação tão fundamental no destilo de Lilo.”

Rhames ganhou notoriedade em Hollywood, em 1994, após ter interpretado Marsellus Wallace, no sucesso cult de Quentin Tarantino, Pulp Fiction – Tempo de Violência (Pulp Fiction).  Também teve papéis inesquecíveis em Out of Sight, de Steven Soderbergh; Missão Impossível (Mission: Impossible), de Brian De Palma, e na sua continuação dirigida por John Woo; Vivendo no Limite (Bringing Out the Dead), de Martin Scorsese; O Massacre de Rosewood (Rosewood) e Baby Boy, ambos do diretor John Singleton; e ainda em Don King: Only In America, da HBO, cuja interpretação lhe valeu um Globo de Ouro de Melhor Ator de Minissérie de 1998. Recentemente, estrelou o telefilme da CBS, Little John.

Natural de Nova York, cresceu na região da Rua 126, no bairro do Harlem. Cursando o ensino fundamental, seu professor  de inglês percebeu seu interesse por poesia e pela língua inglesa e Rhames acabou sendo transferido para New York’s High School of Performing Arts, onde passou a dedicar-se à carreira de ator.  Depois de formado, foi aceito na Juilliard School of Drama e, posteriormente, atuou em montagens nova-iorquinas de Shakespeare, da companhia Park Productions.  Fez sua estréia na Broadway, em 1984, contracenando com Matt Dillon, em The Winter Boys.

Rhames teve papéis recorrentes em novelas populares como Another World e Guiding Light, antes de ser aclamado em papéis coadjuvantes em longas do cinema como Casualties of War e Jacob’s Ladder, que levaram ao seu desempenho-revelação em Pulp Fiction.  Seus créditos cinematográficos adicionais incluem Con Air – A Rota da Fuga (Con Air) e Final Fantasy (Final Fantasy: The Spirits Within). O ator virou manchete na mídia, em 1998, ao entregar seu troféu de Melhor Ator a outro candidato na categoria, seu colega Jack Lemmon, na cerimônia de entrega do Globo de Ouro.

DAVID OGDEN STIERS (Jumba) integra agora o grupo de veteranos com cinco longas-metragens de animação dos estúdios Disney em seu currículo, após ter encantado o público com seu talento cômico no papel de Cogsworth, o relógio de A Bela e A Fera (Beauty and the Beast), e de ter dublado também o ganancioso Governador Ratcliffe, de Pocahontas – O Encontro de Dois Mundos (Pocahontas), o arquidiácono de O Corcunda de Notre Dame (The Hunchback of Notre Dame), e o sr. Harcourt de Atlantis – O Reino Perdido (Atlantis: The Lost Empire).

O versátil Stiers é mais conhecido junto ao público pelos seis anos de trabalho no seriado de grande sucesso da TV, M*A*S*H, no qual interpretava o Major Charles Emerson Winchester III, um papel que lhe trouxe duas indicações para o Emmy. Em seguida, recebeu uma terceira indicação ao prêmio por seu trabalho na minissérie da NBC, The First Olympics: Athens 1896.

Natural de Peoria, Illinois, iniciou sua carreira no norte da Califórnia no Festival de Shakespeare e, mais tarde, no Actor’s Workshop de São Francisco. Em seguida, mudou-se para Nova York para aperfeiçoar sua técnica, estudando com John Houseman, na Juilliard School, e integrando com outros membros de sua turma a Houseman’s Acting Company. Como membro da companhia, integrou as turnês de The Beggar’s Opera, As Três Irmãs (The Three Sisters), Measure for Measure e The Lower Depths.  Na Broadway, atuou em Ulysses in Night Town, com Zero Mostel, e estrelou o musical de sucesso, The Magic Show.

No cinema, Stiers co-estrelou mais recentemente com Jim Carrey em The Magestic e foi dirigido por Woody Allen, em O Escorpião de Jade (The Case of the Jade Scorpion). Seus créditos cinematográficos incluem ainda Alguém Lá em Cima Gosta de Mim (Oh God!), Magia Negra (Magic), O Homem do Sapato Vermelho (The Man With One Red Shoe), Minha Vida é um Desastre (Better Off Dead), A Outra (Another Woman), O Turista Acidental (The Accidental Tourist), Doc Hollywood – Uma Receita de Amor (Doc Hollywood), Disputa em Família (Steal Big, Steal Little), Má Companhia (Bad Company), Poderosa Afrodite (Mighty Aphrodite), Meu Filho das Selvas (Jungle2Jungle) e Todos Dizem Eu Te Amo (Everyone Says I Love You). Seus créditos televisivos incluem produções famosas como North and South, The Innocents Abroad, The Day My Bubble Burst, Mrs. Delafield Wants to Marry, Anatomy of an Illness, The Final Days, Jornada nas Estrelas – A Última Geração (Star Trek: The Next Generation), bem como dublagens na produções Disney, Teacher’s Pet e House of Mouse.

Paralelamente à sua carreira consagrada de ator, Stiers regeu ainda muitas orquestras sinfônicas por todo os EUA, incluindo as sinfônicas de Portland, Maine, São Francisco, San Diego, Honolulu, Los Angeles e Chicago. O ator é regente associado da Orquestra de Câmera Yaquina e do festival Ernest Bloch Music Festival, de Newport, Oregon.

KEVIN MCDONALD (Pleakley) dubla este cômico estudioso do planeta Terra com três pernas e um único olho gigante, que é enviado até aqui para capturar Stitch e levá-lo de volta ao seu planeta de origem. O descabelado e alucinado membro da trupe cômica canadense The Kids in the Hall e intérprete do personagem do Pastor Dave, de That ’70s Show tem um desempenho hilário no papel deste perito em contaminação cultural que aprendeu tudo que sabe através das imagens do seu visualizador portátil de slides, o View-master®.

Segundo o presidente da Disney Feature Animation, Thomas Schumacher, “Nós sabíamos que queríamos uma voz que fosse cômica e que soasse como a de um especialista em coisa nenhuma e que, ao mesmo tempo, fosse espontânea e natural para o personagem.  Adoramos atores que se divertem no seu trabalho, e Kevin McDonald realmente deu asas à animação desde que foi escalado para o filme.”

Natural de Montreal, Quebec, McDonald entrou em contato com o show business pela primeira vez quando sua família mudou-se para Los Angeles, quando ele tinha sete anos, e ele passarou a residir em frente ao estúdio onde Let’s Make A Deal era produzida.  McDonald acostumou-se assim a ver gente andando pela rua com os figurinos do programa e coisas do tipo, e isso obviamente influenciou de uma maneira decisiva a formação do jovem ator e autor de comédias.

Enquanto ainda cursava o segundo grau em Missisauga, Ontário, decidiu que queria se tornar ator.  Aos 19 anos, mudou-se para Toronto e matriculou-se na Humber College, onde esperava estudar Teatro, mas de onde acabou expulso.  Um professor, entretanto, vendo seu talento cômico, recomendou-o a uma oficina do Second City improv, de Toronto, onde ele conheceu outro ator, Dave Foley, de quem tornou-se amigo.

McDonald e Foley reuniram-se com outro ex-aluno da Second City, Luciano Casimiri,  na primeira formação da trupe cômica, The Kids in the Hall, que, após sua estréia em clubes noturnos locais, acabou transformando-se numa companhia com cinco integrantes, incluindo McDonald, Foley, Scott Thompson, Bruce McCulloch e Mark McKinney.  Após uma bem sucedida turnê de um ano e um longa-metragem, McDonald passou a atuar também em filmes live-action de grandes estúdios, como Galaxy Quest e The Ladies Man.  Foi também dublador de personagens animados, incluindo The Almighty Tallest, de Invader Zim.

O ator alega ter sido resgatado de um prédio em chamas por Charlton Heston.  Atualmente, a The Kids in the Hall está realizando uma turnê teatral.  Um especial pay-per-view será lançado após a turnê. No momento, também está escrevendo uma documentário cômico sobre o rock & roll e criando um programa de TV.  McDonald reside em Los Angeles com a namorada, Breanne Munro, e os oito bichos de estimação do casal.  Não, ele não é louco; ele os salvou.

JASON SCOTT LEE (David Kawena) dubla a voz simpática do jovem ex-namorado e amigo de Nani.  David se torna um membro importante do círculo familiar de Lilo e Nani e está sempre por perto para ajudá-las nas ondas quando a maré se torna agitada e perigosa. Quando as coisas se complicam no seu emprego como dançarino engolidor de fogo, ele sabe que o melhor modo de esfriar a cabeça é rumar para a praia com sua prancha de surfe.

Segundo o ator, criado no Havaí desde os dois anos e que ainda reside no arquipélago, ele se sentiu muito à vontade no papel de David.  “Como cidadão havaiano, foi muito interessante ver nossas sensibilidades e sutilezas culturais inseridas no filme pelos cineastas.  Os sentimentos e o tom dos personagens estão muito corretos e bastante sólidos.  O destaque dado à  ‘o’hana’ foi, para mim, o elemento emocional crucial do filme.  Conhecendo a palavra e seu significado, achei a história ainda mais profunda e impactante.  De uma certa forma, a ‘o’hana’ está no centro do seu universo e é o ponto de partida para todo o resto.  O fato de ser citada por uma criança como Lilo lhe dá ainda mais gravidade.”

“David é um cara muito aberto”, acrescenta Lee.  “É o exemplo do havaiano.  Ele aceita os alienígenas e diz:  ‘ora, há espaço para todo mundo.’  Esse tipo de abertura é a essência do significado de ‘aloha’ e o desdobramento disso é a ‘o’hana’.  É um sentimento de amor natural pelos outros.  Não importa se temos ou não relações de sangue.”

“Os cineastas fizeram um trabalho magistral nas imagens que reproduzem o Havaí”, continua ele.  “A  cidadezinha de Lilo se parece com um lugar que conheço em Kauai, com aquelas casas em meio à plantações.  Elas representam extremamente bem o Havaí e a sensibilidade genuína de sua cultura.  A cena de hula também está perfeita, com sua música, movimentos e a apresentação das meninas. Fiquei fascinado quando a assisti.  As cenas de surfe têm muita energia e momentum e são muito divertidas de se ver.  Elas mostram o surfe como ele é, uma espécie de meditação.  É uma filosofia tipo, ‘Não sei como resolver as coisas, mas, ora, vamos pegar umas ondas e ver que solução encontramos para os nossos problemas.’  É um esporte muito terapêutico”.

“Vindo de uma pequena ilha do Pacífico, é ótimo pensar que minha voz vai estar para sempre ligada a esse personagem. David é um cara muito legal.  Ele é o exemplo da atitude havaiana tradicional, tipo ‘não se preocupe, a gente resolve tudo.’  Quando o dia está bom para o surfe, você vai surfar.”

Nascido em Los Angeles, de ascendência havaiana, chinesa e norte-americana, interessou-se por artes cênicas ainda no segundo grau; entretanto, não estudou teatro até entrar para a faculdade Fullerton do Condado Orange, na Califórrnia.  Seu professor de Teatro, Sal Romeo, aconselhou-o a seguir a carreira de ator e pouco tempo depois ele conseguia um papel em Born in East L.A.  Seguiram-se vários outros papéis na televisão e no cinema, em produções como De Volta Para o Futuro 2 (Back to the Future Part II) e no especial televisivo da CBS, American Eyes.  Com o longa da Miramax aclamado pela crítica Map of the Human Heart, o ator estreou como protagonista, no papel de Avik. Em seguida, teve um desempenho extraordinário no papel-título do documentário em longa-metragem, Dragon: The Bruce Lee Story.  Seus outros créditos como protagonista incluem o papel de Noro, de Rapa Nui, e de Mogli, na versão live-action dos estúdios Disney de O Livro da Selva (The Jungle Book).  Em 1998, estrelou o longa da Warner Brothers, Soldier, produzido por Jerry Weintraub, e, em 1999, atuou em Arabian Nights, da Hallmark.

Paralelamente à sua carreira no cinema, Lee atuou também em inúmeras montagens teatrais em Los Angeles, com a companhia Friends and Artists Theatre, e também na montagem da Honolulu Kumu Kahua Theater, da peça de Edward Sakamoto, Stew Rice.  Além disso, atuou na montagem do diretor Chris Renshaw de The King and I, no Palladium Theatre de Londres.

ZOE CALDWELL (Conselheira-Mor), atriz vencedora de quatro prêmios Tony, empresta toda sua maestria vocal à Conselheira-Mor da Federação Galáctica. Diante do projeto fracassado de um cientista louco, cuja experimentação genética ilegal produz um ser alienígena chamdo Stitch, ela promulga sua sentença e toma medidas radicais para retificar a situação.

Caldwell iniciou sua carreira profissional aos 9, em seu país natal, a Austrália. Atuou em várias companhias teatrais, incluindo a Union Repertory Company e a Elizabethan Theatre Trust, da Austrália, a Stratford-On-Avon, da Inglaterra, e a Stratford Festival Theatre, do Canadá.  A renomada atriz estreou na Broadway, em 1966, vencendo um Tony por seu desempenho no papel de Polly, de Slapstick Tragedy, de Tennessee Williams, e um segundo prêmio, em 1970, no papel-título de The Prime of Miss Jean Brodie.  Em 1982, venceu seu terceiro Tony com sua atuação em Medéia (Medea), e seu quarto, em 1996, no papel de Maria Callas, em Master Class.

Fez sua estréia diretorial em 1977, dirigindo produções como An Almost Perfect Person, com Colleen Dewhurst, Ricardo III (Richard II),These Men, Park Your Car in Harvard Yard e Vita and Virginia, com Vanessa Redgrave.  Atuou em produções originais da BBC, CBC e PBS.  Caldwell foi honrada com a Ordem do Império Britânico, pela rainha Elizabeth II, em 1970.  Seu único crédito cinematográfico antes de Lilo and Stitch foi no papel da condessa neurótica e trágica do filme dentro do filme A Rosa Púrpura do Cairo (The Purple Rose of Cairo), de Woody Allen.

KEVIN MICHAEL RICHARDSON (Capitão Gantu) dubla o militar alienígena gigante de 6m, encarregado de cuidar da extradição de Stitch para o espaço sideral. A partir do momento em que Stitch escapa à sua captura indo parar na Terra, Gantu não sai da sua cola e não descansa até que este experimento genético mal sucedido seja levado diante da justiça.

Richardson foi dublador de várias produções televisivas animadas, incluindo Buzz Lightyear of Star Command, House of Mouse, Justice League, The Legend of Tarzan, Lloyd in Space, Recess, The Wild Thornberrys, The PJs, Batman Beyond, Family Guy e Earthworm Jim.  Sua voz também pode ser ouvida nos videogames de Guerra nas Estrelas (Star Wars) da LucasArts, incluindo Jedi Outcast—Jedi Knight II, Jedi Starfighter, Galactic Battlegrounds, Obi-Wan, Super Bombad Racing, Force Commander e Jedi Power Battles.  Seus projetos mais recentes como dublador foram o longa-metragem dos estúdios Disney para o próximo verão norte-americano, The Country Bears, e o personagem Merkus no próximo lançamento em vídeo do estúdio, Tarzan and Jane.

Os créditos televisivos do ator incluem ainda um papel recorrente em Plantão Médico (ER, como Patrick) e Homeboys in Outer Space, além de uma participação especial dublando a voz de Barney Rubble no telefilme, The Flintstones on the Rocks (2001).  Foi apresentador dos candidatos ao prêmio Emmy de 2000 e sua voz pode também ser ouvida em várias campanhas publicitárias, trailers e outras produções animadas.

Escrito originalmente em: 03/06/02

Escrito por Jonas

O diretor de marketing de O Camundongo iniciou sua aventura virtual com a Disney há mais de seis anos e, desde então, acompanha o crescimento do projeto e se orgulha do que foi e será feito por aqui.