Com os altos valores alcançados nas bilheterias pelos filmes de animação produzidos com computação gráfica, os grandes estúdios de Hollywood passaram a investir cada vez mais no formato, dando menos espaço para os stop-motion e, com maior destaque, os feitos à mão.
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A Walt Disney Animation Studios, pioneira na produção de animados tradicionais, tendo lançado o primeiro filme de animação em 1937, “Branca de Neve e os Sete Anões”, chegou, inclusive, a anunciar que não iria mais desenvolver projetos de desenhos bidimensionais, após amargar nas bilheterias diversas vezes.
O estúdio, porém, voltou atrás e, em 2009, lançou “A Princesa e o Sapo”, que faturou US$267 milhões mundialmente. Sendo, em comparação com o predecessor (“Bolt: Supercão” – US$310 milhões) e o sucessor (“Enrolados” – US$590 milhões), ambos feitos utilizando computação gráfica, um fracasso.
“Branca de Neve e o Sete Anões“, o primeiro longa-metragem animado de todos.
A nova investida na animação tradicional veio através de “Winnie The Pooh” (2011). Com um orçamento aproximado de US$30 milhões, o filme faturou cerca de trinta e três milhões de dólares ao redor do mundo, mal cobrindo os custos de produção. A nova aventura do ursinho guloso, no entanto, fora prejudicada pela campanha publicitária fraca e pelo circuito de exibição limitado.
Na última semana, o CEO da Disney, Bob Iger, durante a reunião dos acionistas da empresa, afirmou que nenhum dos estúdios de animação – o que agrega Walt Disney Animation Studios, Pixar e DisneyToon Studios – está trabalhando ou tem planos de desenvolver um novo longa-metragem animado manual.
“Detona Ralph“: o 52º clássico e a maior abertura nas bilheterias de um animado do estúdio.
Ele ressalta que não há uma proibição, mas o cronograma atual – que cobre cerca de quatro anos – não incluí nada do gênero. Iger também comentou que existe, sim, uma grande atividade em relação às animações feitas utilizando lápis e papel, entretanto, todas voltadas para a televisão
Steve Hullett, do The Animation Guide, completou a informação dizendo que o projeto de Ron Clements e John Musker (“Aladdin”, “Planeta do Tesouro”) tem elementos de animação bidimensional, porém, não se assemelha ao visual de seus trabalhos anteriores, como “A Pequena Sereia”, e nem ao curta-metragem “O Avião de Papel”, que utilizou uma técnica híbrida.
Arte conceitual de “Frozen – O Reino do Gelo“, próxima animação do estúdio a ser feita em computação gráfica.
O blogueiro finaliza dizendo que alguns curtas tradicionais estão em desenvolvimento, mas isto está a alguns “cliques de distância” de um filme de animação tradicional, em uma possível referência aos futuros lançamentos: “Frozen – O Reino do Gelo” e “Big Hero 6”, baseado em um grupo de heróis japoneses da Marvel, que deve ser oficializado em breve.