É quase certo que a maioria das pessoas conhece a estória de Dorothy e de seu cachorro Totó em Oz. Frank Baum escreveu “The Wonderful Wizard of Oz”, retratando a aventura da garota com sapatos de rubi, há mais de 110 anos, em 1899. Desde então, o livro foi contado e recontado diversas vezes, mas alguém assumiu que não se pode mais fazer filmes usando personagens de domínio público, como o Espantalho e o Leão Covarde.
E um tornando está prestes a passar por Hollywood, especialmente na área de merchandising, já que a Warner Bros. é dona de “O Mágico de Oz”, e o considera uma relíquia.
Em Outubro, Warner registrou sigilosamente o título “The Great and Powerful Oz”, podendo gerar uma grande disputa jurídica, afinal a Walt Disney Pictures está produzindo um longa-metragem, que se passará antes da chegada de Dorothy a Oz, com direção de Sam Raimi e James Franco como o mágico da terra dos tijolos amarelos, com o título “Oz: The Great and Powerful”. Sendo que o pedido do estúdio do Pernalonga foi feito uma semana após a casa do Mickey Mouse ter feito o registro.
Em 8 de Fevereiro, um examinador do Escritório de Registros dos Estados Unidos suspendeu a licença da Warner, porque a Disney chegou primeiro. Mas o 8º Tribunal de Reivindicações e as atividades do Escritório de Registros indicam que esse não será o fim da história.
Apesar do livro e das ilustrações de Baum estarem sobre domínio público, juízes do 8º Tribunal decidiram conceder à Warner “proteção de personagens”, devido a seus direitos autorais pela produção estrelada por Judy Garland em 1939. Nesse caso, que interessa à empresa que tenta vender produtos nostálgicos, o circuito comercial afirma que seria difícil imaginar esses personagens sem ter visto ao filme, mesmo se tiverem lido o livro antes.
Cena do clássico “O Mágico de Oz”, de 1939.
No ano passado, Warner foi uma das principais a se opor aos registros feitos no Escritório de Patentes e Marcas Registradas dos Estados Unidos. Especialmente em relação a “O Mágico de Oz”. Por exemplo, a empresa foi atrás do potencial merchandise associado a “Dorothy of Oz”, animação de 60 milhões de dólares programada para ser lançada no final desse ano.
O estúdio também atacou os registros de livros como “Se eu tivesse um Cérebro”, linha de roupas (“Mágico de Azz”), fábrica de fantasias de Dia das Bruxas (“Bruxo de Oz”), entre outros. Segundo Bruce Clark, representante do escritório, as reclamações do Warner são referentes ao livro de 1899 – e não sugerem relação com o roteiro, atores e fotos do filme –, e não são válidas, pois a estória está em domínio público e faz parte da cultura popular.
O caso entre os estúdios ainda não foi resolvido, contudo, tudo indica que a decisão final será favorável aos estúdios que irão lançar novos longas-metragens sobre Oz. A Disney pretende lançar “Oz: The Great and Powerful” em Março de 2013, assim como licenciar produtos cosméticos, roupas, mochilas, material escolar e relógios.
Paul McGuire, porta-voz da Warner, disse: “Isso não é sobre o filme da Disney. Estamos tentando proteger as marcas que usamos relacionadas ao nosso filme ‘O Mágico de Oz’ de 1939.”
“Oz: The Great and Powerful” conta a história de Oscar Diggs (James Franco), um mágico de circo não muito confiável que acaba sendo levado de Kansas para a vibrante Terra de Oz através de um violento tornado. Ao chegar no país das estradas de tijolos amarelos, ele pensa que enfim será bem-sucedido em seus planos, já que a fama e a fortuna agora parecem estarem cada vez mais próximas ao seu alcance. Entretanto, ele não contava com as bruxas Theodora (Mila Kunis), Evanora (Rachel Weisz) e Glinda (Michelle Williams), que são as únicas a duvidar de suas habilidades como feiticeiro.
Embora relutante, Oscar acaba sendo levado a enfrentar os épicos problemas que assombram os habitantes de Oz e deverá descobrir quem é bom e quem é mau antes que seja tarde demais. Ao colocar em prática seus truques mágicos de esperteza e de ilusionismo – incluindo toques de feitiçaria – ele acaba se tornando o célebre Mágico de Oz assim como um homem melhor.
Traduzido e adaptado de Hollywood Reporter.