A Edição Diamante de “Mogli – O Menino Lobo” já está disponível no Brasil, embora o resultado final tenha desagradado a maioria dos consumidores – confira nossa breve resenha e fotografias do Blu-ray nacional.
Para celebrar a ocasião de seu lançamento pela primeira vez em alta definição, separamos algumas interessantes curiosidades a respeito da produção do clássico animado inspirado no livro escrito por Ruyard Kipilling.
Através destes fatos, é possível observar a evolução do projeto e as mudanças ocorridas no decorrer dos anos, além de muito mais. Leia-as logo a seguir.
- Bill Peet, um dos roteiristas da Disney, o qual estava com o estúdio desde 1937, fez storyboards de um rascunho de “Mogli – O Menino Lobo”, o qual tinha uma história mais clara do que os contos episódicos de Kipling, mas ainda mantinha o tom escuro do livro original. Walt considerou a versão de Peet séria demais para um filme da Disney e queria mudanças. Peet recusou e se desligou tanto do projeto e quanto de seu trabalho na Disney. Ele se tornou um bom escritor e ilustrador de livros infantis.
- Embora muito da versão de Peet para longa-metragem tenha sido refeita, alguns elementos que ele criou permanecem, incluindo Rei Louie e o final onde Mogli se apaixona por uma jovem e retorna para a aldeia dos humanos com ela.
- Uma das dificuldades dos animadores foi encontrar o design certo para Balu. Quando Walt sugeriu que se inspirassem em Phil Harris, dublador do personagem, a equipe demonstrou espanto, mas foi esta a ideia que os colocou no caminho certo – e o urso se tornou o centro emocional da trama, uma figura carinhosa não muito paternal, dividida entre seu desejo de Mogli permanecer na selva e a responsabilidade de fazer o que é correto para o filhote humano.
A banda de Louis Prima (Rei Louie) gravando “Eu quero ser como você“.
- Claro exemplo da influência exercida por Phill Harris na personalidade de Balu foi o fato de ele ter criado as respostas que o urso dá ao rei Lui durante um trecho da canção “Eu quero ser como você”.
- A importância que Walt dava ao enredo e ao entretenimento faziam com que Shere Kan, o vilão do filme, ficasse sendo “empurrado” cada vez mais, de modo que a participação dele ficou praticamente reduzida ao clímax da história.
- Outra dificuldade foi determinar um fim para a história: seria difícil ver Balu concordar que seu grande amigo Mogli fosse para a aldeia dos homens. Até que numa reunião, Walt sugeriu que o garoto fosse atraído pela menininha da aldeia. Foi difícil para Ollie Johnston tornar aquela cena convincente, mas certamente foi o melhor final que a história poderia ter.
- As músicas do filme foram compostas pelos Irmãos Sherman. Depois de rejeitar uma versão mais sombria da trilha, composta por Terry Gilkyson, Walt pediu aos Irmãos Sherman que reestruturassem o repertório, para dar-lhe mais vida e humor (a única canção de Terry que se manteve foi “Somente o Necessário”).
Bruce Reitherman (Mogli) na cabine de gravação com seu pai, Wolfgang Reitherman (diretor do filme).
- Os Irmãos Sherman buscaram inspiração nos tempos de guerra que tiveram de enfrentar para compor a canção que embala a marcha dos elefantes. Já a canção da Kaa não é nada mais do que uma reformulação de uma canção que fora rejeitada para “Mary Poppins”, filme da Disney lançado em 1964.
- A canção que os abutres cantam para animar Mogli inicialmente seria em ritmo de rock, numa clara referência aos Beatles, banda inglesa que fazia sucesso nos anos 1960 e que deveria dublar o quarteto de pássaros. Para que o filme não ficasse datado, Walt rejeitou a ideia.
- A parte instrumental da canção que a menininha canta para atrair Mogli no fim do filme pode ser ouvida durante várias cenas anteriores.
- Bruce Reitherman, responsável pela voz original de Mogli, é filho do diretor do filme, Wolfgang Reitherman. Com doze anos quando o filme foi lançado e tendo dublado Christopher Robin em um curta de Winnie the Pooh, Bruce substituiu David Alan Bailey, escalado originalmente para o papel, porém, devido aos três anos de produção, seu tom de voz não era mais infantil.
Os dubladores ensaiando com Robert Sherman.
- Mogli foi criado pelo escritor Rudyard Kipling no final do século XIX. Apesar do filme manter o nome do livro de Kipling (“The Jungle Book” – “O Livro da Selva”, em português), Walt Disney dizia para as pessoas envolvidas no projeto não levarem a obra do autor em consideração. Ele achava a trama original muito dramática e sombria.
- “O Livro da Selva” teve duas adaptações live-action: “Mowgly – O Menino Lobo” (1942) e “O Livro da Selva” (1994) – esta última também produzida pelo Walt Disney Studios, que já prepara outra versão com atores, prevista para 2016.
Sterling Holloway (Kaa) ao lado de Walt Disney.
- O livro original de Rudyard Kipling contém uma história composta por vários segmentos, e o primeiro desafio na estruturação dos storyboards foi criar uma história linear e coesa. Algumas diferenças entre a história original de Rudyard e o filme:
– Baguera não era tão sério no livro.
– Na obra original, o papel de Balu estava reduzido a ensinar á Mogli a lei da floresta.
– Mogli se conscientiza que precisa voltar para a aldeia no livro, onde não há uma menina que atrai Mogli, mas existe uma mulher que o adota.
– Não há abutres no livro.
– Kaa hipnotiza as pessoas com uma dança, e não com seu olhar no livro.
- Em “Mogli – O Menino Lobo”, apenas um personagem foi eliminado. Chamava-se Rocky e era o rinoceronte que fazia parte da sequência da versão rock da música “That’s What Friends are For”. Contudo, quando a canção foi substituída, o personagem foi retirado porque não foi encontrado um local onde ele se encaixasse.
Os Irmãos Sherman no estúdio com Louis Prima.
- O choque e frustração tomaram conta do estúdio quando Walt descobriu que tinha câncer pulmonar. Em Dezembro de 1966, fez sua última visita ao estúdio. Uma semana depois, Ollie Johnston foi o primeiro a noticiar, com lágrimas nos olhos, que Walt falecera. Pouco antes de morrer, Walt chamou Woolie Reitherman ao hospital e pediu que assumisse todo o desenvolvimento do filme.
- Em Outubro de 1967, quase um ano após a morte de Walt Disney, “Mogli – O Menino Lobo” chegou aos cinemas. No seu lançamento original, rendeu excelentes $73 milhões de dólares, a maior bilheteria do estúdio desde “101 Dálmatas” (1961). Ajustado pela inflação, este valor corresponde a $468.8 milhões de dólares.
“Eu Quero Ser Como Você”:
Embarque na trilha dessa jornada cheia de aventuras com Mogli, enquanto ele segue para a Vila dos Homens, com Baguera a sábia pantera. No caminho, ele conhece o biruta Rei Lui, a cobra Kaa e o amável urso Balú, que ensina Mogli a sua filosofia “Somente o necessário” da vida e o verdadeiro significado da amizade.
A Coleção Diamante em Blu-ray representa os mais prestigiosos clássicos da The Walt Disney Studios. a Coleção será composta de muitos dos maiores tesouros animados clássicos de Walt Disney a serem lançados até 2016. Estes títulos representam o mais alto nível de imagem e som, filmes surpreendentes, bônus imersivos em estado de arte, e incluem níveis de interatividade sem precedentes, personalização e customização, possíveis graças à tecnologia do Blu-ray.
Curiosidades adaptadas do site Disneypedia.