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Clássicos na Crítica | O Ratinho Detetive

 

 

 

 

 

Em 1986, os estúdios Disney criaram mais um dos ratinhos mais queridos da animação, o corajoso e excêntrico detetive Basil. E olha que a concorrência foi boa, além de Mickey Mouse, predecessor e grande símbolo do próprio estúdio Disney, muito outros ratinhos já conquistaram crianças e adultos, como Bernardo e Bianca, Despereaux e Remy, de Ratatouille. Posteriormente o filme foi nomeado como “As Peripécias do Ratinho Detetive” ao ser relançado nos cinemas em 1992. Marcou seu nome na história da animação por ser a primeira animação a usar computação gráfica como forma de criação. Grande parte das cenas ainda foram realizadas da forma original, através de desenhos, mas no clímax do filme que se passa dentro das engrenagens do Big Ben, foi usada a então nova tecnologia, proporcionando movimentos como os de uma câmera real, nunca antes vistos em animação, resultando em tensão e emoções ainda maiores.

“O Ratinho Detetive” é uma clara homenagem as aventuras de Sherlock Holmes, detetive britânico criado pelo médico e escritor Sir Arthur Conan Doyle em 1887, que além de seu grande sucesso no mundo literário, também está presente nas telonas desde 1939. A animação é repleta de explícitas e divertidas referências ao clássico. Desde Dr. Dawson, personagem que virá a se tornar companheiro de aventuras de Basil assim como Dr. Watson é para Holmes até a presença do violino, instrumento tocado pelo detetive. Logo no início do longa, inclusive, Basil solta para Dawson uma das frases mais icônicas de Holmes: “Elementar, meu caro Dawson!”. Só para dar um toque a mais, os criadores resolveram colocar os próprios Sherlock Holmes e Dr. Watson no filme, mesmo que por alguns segundos, ao mostrar que os ratinhos vivem dentro de sua casa na Baker Street.

 

 

O filme se inicia com uma tomada da Londres de 1897, revelando o ar levemente sombrio que tinha a cidade até o século XIX (quem já assistiu “Oliver Twist” ou “Sweeney Todd” vai reconhecer o visual). Então são apresentados a pequena Olivia e seu pai, Flaversham, um fabricante de brinquedos. Sem muitas delongas, Flaversham é raptado por um morcego capanga do grande vilão Professor Ratagão. A pobre Olivia acaba por encontrar ajuda com o gordinho e simpático Dr. Dawson, que a leva até Basil em busca de ajuda. Além da criação da amizade entre Basil e Dawson, é lindo ver o laço entre Olivia e o detetive, praticamente inexistente no início da história, se estreitar e a menina que antes só tinha ao pai, ganhar mais dois amigos.

O longa traz também um dos mais repugnantes vilões da Disney, que ganha vida pela voz de ninguém menos que Vicent Price, o maior e mais icônico ator de filmes de terror e suspense de todos os tempos. Ratagão é ambicioso e maquiavélico e tem como objetivo tomar o cargo da rainha. Rico e poderoso, quer sempre mais e pensa que pode tudo. Conta com uma trupe de malandros como aliados e com um gato, que tem, por incrível que pareça, como seu animal de estimação. O gato se contrapõe ao aliado de Basil, Dawson e Olivia, um cão muito fofo que gera bons momentos cômicos. Tanto o gato quanto o cachorro, curiosamente, não falam. Talvez para humanizar ainda mais os ratinhos.

 

Trailer do lançamento em VHS de “O Ratinho Detetive“:

http://www.youtube.com/watch?v=myZECsWS3lA&feature=related

 

Apesar de, comparado com os outros filmes da Disney, “O Ratinho Detetive” não possuir muitas canções em sua trilha sonora (composta por Henry Mancini, de “A Pantera Cor-de-Rosa”), se destacam o tema do Ratão, “O Rei O Gênio do Mal”, cantada pelo próprio Vincent Price, e “Let Me Be Good For You”, na voz de Melissa Manchester, música cantada pela charmosa dançarina no bar de jazz quando Basil e Dawson estão no meio de sua investigação.

 

Canção “Let Me Be Good To You” dublada em português:

http://www.youtube.com/watch?v=1QETE9Q7PE0

 

Uma curiosidade recentemente presente nos filmes da Pixar, é encontrar personagens de outros desenhos “escondidos” dentro de uma animação. Quem nunca se divertiu procurando os personagens de “Carros” em “Toy Story” ou o Nemo em “Monstros S.A.”? Em “O Ratinho Detetive”, há mais de 20 anos atrás, os criadores já brincaram com isso, adicionando o Dumbo como um dos brinquedos da loja de Flaversham e escalando o lagarto Bill de “Alice no País das Maravilhas” como um membro da gangue de Ratagão.

 

 

Como já é conhecido por todos, os filmes Disney sempre fazem questão de passar uma mensagem positiva e um ensinamento para as crianças espectadoras. Já foi pregado que o amor pode superar o mal em “A Bela e a Fera” e que a coragem é uma das maiores virtudes do homem em “A Espada Era Lei”. Em “O Ratinho Detetive” foi a vez de explicar que a inteligência é mais poderosa que a força física.

Nos extras do DVD, além do processo de realização do longa, é possível conferir dois divertido os curtas de animação com a trupe do Mickey: “Os Limpadores de Relógios” e “O Crime de Donald.”

 


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Escrito por Maiara Tissi