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Operação Big Hero | A construção de San Fransokyo

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Os cineastas decidiram ambientar a história cheia de ação de “Operação Big Hero” em um mundo inteiramente novo que tivesse influências japonesas, mas que fornecesse um ambiente inovador e diferente de tudo que público já viu. “Eu pensei em São Francisco”, diz o diretor Hall, “o que é legal, mas considerei: ‘E se fosse São Francisco misturado com Tóquio?’. Parecia um ambiente muito mais interessante — mais divertido e exótico. Era algo que podíamos criar. E as possibilidades visuais dessas duas cidades — que são bem diferentes do ponto de vista estético — misturadas, parecia um lugar legal para ambientar a história”.

São Francisco tem muitas pontos históricos incríveis e uma história muita rica — é uma cidade de classe mundial”, diz produtor Roy Conli. “Tóquio — com suas luzes neon e muita energia — é incrivelmente bonita. A combinação das duas é a locação ideal para este filme.” Os cineastas viajaram para a costa da Califórnia para visitar a primeira das duas cidades. “Nós passamos três dias passeando pela cidade, fomos à Ponte Golden Gate, Coit Tower, Market Street e Japantown. Nós passamos algum tempo em Angel Island”, diz Hall.

A equipe viu a cidade do chão, andando muitos quilômetros a pé — e do alto, em deslumbrantes voos de helicóptero. Conforme Hall, os cineastas usaram São Francisco para mais do que apenas inspiração. “Nós literalmente queríamos que nosso ambiente fosse geograficamente em São Francisco.” Os artistas usaram um software que basicamente fornece a eles uma planta baixa de São Francisco — do layout das ruas ao tamanho dos terrenos, áreas comerciais e residenciais. “Você pode acessar uma espécie de mapa assessor do condado de São Francisco”, diz o desenhista de produção Paul Felix. “E aí podíamos desmembrá-lo ainda mais e especificar os tipos de construções que queríamos em uma certa área ou bairro. Podíamos fazer protótipos e depois expandi-los processualmente dentro do programa para dar variedade. Não há construções iguais, mas elas são similares.”

Na verdade, parece São Francisco de certa forma”, acrescenta Driskill. “Tem as construções certas nos lugares certos e do tamanho certo. Não foi tudo inventado — foi, na verdade, fabricado a partir de dados reais para que tivesse um visual autêntico.” Os artistas estilizaram tudo para dar um aspecto único de San Fransokyo — algumas montanhas são maiores e alguns prédios seriam incrivelmente altos na vida real, mas tudo começou com a geografia real.

De acordo com Felix, Tóquio inspirou elementos estéticos. “Nós usamos o estilo arquitetônico estilizado de Tóquio”, diz ele. “Tiramos inspiração do desenho urbano de Tóquio — as gigantescas obras públicas e a densidade, e até como algumas ruas são organizadas: há pouquíssimas calçadas em algumas áreas, por exemplo. Nós queríamos garantir que essas ideias fossem capturadas de modo que o público sentisse que poderia ser um país asiático.” E os artistas encheram a cidade com sinalizações — um desenhista gráfico foi chamado há mais de dois anos para criar a enorme quantidade de desenhos necessários para encher a vasta cidade.

Hiro e Tadashi Hamada moram com a Tia Cass em uma casa localizada acima de sua padaria. O diretor de arte Scott Watanabe criou um visual de três andares que combina design japonês e vitoriano. Dentro, os artistas decoraram a casa com um estilo boêmio. “Tem a cadeira pendurada, clorófitos, macramé e grandes gravuras coloridas nas paredes”, diz Felix. “Há móveis tradicionais japoneses — como uma mesa de jantar baixa. E também há motivos vitorianos nos papéis de parede, mas com um toque japonês. Nós queríamos garantir que a casa tivesse uma sensação de história”, continua Felix. “Deveria parecer improvisado.

A San Fransokyo Tech mostra a missão arquitetônica de Stanford misturada à arquitetura japonesa. “Nós vimos várias universidades como a Caltech”, diz Felix, “onde há um estilo original de campus do início do século 20. E ao longo de décadas, isso proliferou em outros estilos de design”.

O supervisor técnico Hank Driskill foi com Felix e o supervisor de efeitos visuais Kyle Odermatt ao Laboratório de Jet Propulsion de Pasadena. “A viagem ao JPL foi uma viagem de estudo nos laboratórios espaciais”, explica Driskill. “Nós analisamos extensivamente suas unidades de fabricação porque estávamos levando em consideração como Hiro e seu grupo construiriam seus equipamentos, e a JPL é especialista na fabricação de componentes de sondas, aterragem e coisas assim. Nós também vimos alguns dos laboratórios especiais de nanotecnologia e robótica. Isso complementou as viagens de pesquisas prévias que os diretores fizeram a laboratórios de robótica nos EUA e no exterior, e com certeza ajudou a influenciar o visual do laboratório da San Fransokyo Tech.”

A tecnologia estava sempre presente nesta cidade ligeiramente futurista, e os cineastas incorporaram turbinas de vento à fantástica paisagem. A ideia, é claro, era apresentar um visual de uma cidade de um futuro próximo com energia limpa. O artista Kevin Nelson criou formas gigantes inspiradas em pipas japonesas. “Ficou moderno, mas funcional”, diz Felix sobre o desenho. “Kevin tem uma ótima noção de engenheira em seus trabalhos de desenho, então tudo ficou divertido, ainda que tecnológico — o tom perfeito para nossa cidade.”

Clipe “Hiro e Tadashi“:

O desenho elaborado de San Fransokyo — com visual amplo, grandes multidões e muitos detalhes — não teria sido possível sem uma nova tecnologia chamada Hyperion. Brent Burley, Sean Jenkins e Chuck Tappan do Walt Disney Animation Studios chefiaram a equipe de desenvolvimento para a criação da ferramenta de renderização. “Nós enfrentamos duas coisas”, diz ele. “E tivemos complexidades sempre crescentes por causa dos limites de memória”, diz Burley, principal engenheiro de software. “E havia um desejo de uma iluminação mais complexa e rica, de modo mais eficiente — a iluminação foi um trabalho bem intensivo.”

Os renderizadores em geral carregam a cena inteira na memória de uma forma ou de outra”, explica Hank Driskill, supervisor técnico de “Operação Big Hero”. “As máquinas não eram grandes o bastante para guardar tudo que queríamos fazer, então começamos a quebrar as cenas em camadas, renderizar as muitas camadas e reagrupar depois em uma imagem final. Foi ficando mais complicado a cada filme para os artistas gerenciarem os dados.”

O Hyperion da Disney permite que os artistas especialistas em iluminação foquem na arte, em vez de lidarem com enormes quantidade de dados. “Ele é capaz de lidar com muitas complexidades e dar uma simulação da iluminação realmente convincente dentro dessa complexidade”, explica Adolph Lusinsky, diretor de iluminação fotográfica. “Ao mesmo tempo, há muita simplicidade na Hyperion porque tem menos controles para os artistas, mas com um resultado melhor.”

Conforme o chefe de tecnologia dos Walt Disney Animation Studios Andy Hendrickson, o Hyperion chega mais perto de simular o que acontece no mundo ao nosso redor. “Nós decidimos seguir a física da vida real em termos de como os raios de luz incidem, como interagem com os materiais e o que acontece quando um raio de luz é refletido.”

O sistema possibilita pulsos múltiplos, que é como a luz funciona naturalmente. O produtor Roy Conli diz, “Assim que a natureza é alcançada, nossos artistas passam horas tentando alcançar um visual cinemático. Um filme live-action não tem luz natural — é muito estratégico. Então, agora a equipe de iluminação pode passar mais tempo iluminando uma cena como fariam em um filme live-action.”

Baymax é como um grande balão”, diz Jenkins, supervisor técnico do Hyperion. “Durante nossos primeiros testes, descobrimos que o vinil branco era um dos materiais mais complicados de iluminar — a luz passa por ele e reflete, reflete e reflete. São necessárias muitas luzes refletidas antes de começar a ter o visual certo — e sem essa ferramenta, teria sido difícil, senão impossível, de obter o visual final. Ele não teria o visual que tem.”

O Hyperion também possibilitou que os cineastas explorassem mais do mundo que eles criaram. “Nós fizemos sobrevoos com milhares de personagens da multidão”, conta Tappan, que trabalhou na integração artística do Hyperion. “Quando Baymax e Hiro voam pela primeira vez, eles sobrevoam San Fransokyo. É uma sequência deslumbrante. Arte desafia tecnologia.

O software está em desenvolvimento há dois anos e “Operação Big Hero” apareceu, de muitas maneiras, no lugar certo e na hora certa. E também foi o filme perfeito para adotar uma nova renderização, já que ele pedia os cenários complexos que o Hyperion foi construído para fazer. “Não poderíamos ter feito “Operação Big Hero” com as ferramentas que usamos para fazer ‘Frozen: Uma Aventura Congelante’”, diz Burley.

A cultura geral dos Walt Disney Animation Studios nos permite assumir riscos quando se trata de nova tecnologia”, diz Tappan. “Com a criação do Hyperion, nós mudamos muito. Fazer uma nova renderização é uma das maiores mudanças que podemos fazer. E agora que fizemos, as pessoas aqui acham que conseguimos fazer qualquer coisa.”

Clipe “Shhhhh!“:

Do Walt Disney Animation Studios chega “Operação Big Hero”, uma comédia de ação e aventura sobre o prodígio da robótica Hiro Hamada, que aprende a dominar seu temperamento — graças ao seu brilhante irmão Tadashi e seus amigos de ideais semelhantes: a aventureira Go Go Tomago, o obcecado por limpeza Wasabi, a maga da química Honey Lemon e o fã de mangás Fred. Quando um devastador evento se desdobra nas ruas de San Fransokyo, Hiro recorre ao seu companheiro mais próximo – um robô inflável de última geração chamado Baymax –, e transforma o grupo em uma equipe de heróis de tecnologia de ponta determinados a desvendar o mistério.

Escrito por Lucas

Um grande aficionado por cinema, séries, livros e, claro, pelo Universo Disney. Estão entre os seus clássicos favoritos: "O Rei Leão", " A Bela e a Fera", " Planeta do Tesouro", "A Família do Futuro" e "Operação Big Hero".

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