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Saiba tudo sobre Kingdom Hearts: O Melhor Game do Mundo Disney

E aí, meus caros camundongos? Animados para o último capítulo do “Melhores Games do Mundo Disney”? Espero que sim, já que conseguiram me aguentar por praticamente cinco meses, acredito que será fácil se permitirem ao dono do troféu de ouro do nosso especial.

Já vimos praticamente tudo que tem o dedo da gigante dos sonhos no reino dos jogos eletrônicos. Passamos por todas as gerações de consoles, enumeramos nove dos dez melhores de todos os tempos e ainda trouxe muita coisa que acabou ficando de fora (tudo isso é possível conferir aqui, aqui, aqui e aqui). Vocês, provavelmente, já devem estar experts no assunto. Acontece que hoje, toda minha carga de conhecimento será provada, o primeiro lugar é simplesmente a franquia, presente no mundo Disney, mais famosa e confusa do mercado. E para aumentar ainda mais o grau de responsabilidade, é meu game preferido de todos os tempos.

Antes de mais nada, preciso dar uma breve explicação sobre um outro jogo que tem tudo a ver com o dia de hoje. Já ouviram falar daquele RPG da Square Enix (antiga Squaresoft), chamado “Final Fantasy”? Então, antes de esticar o tapete vermelho, falarei um pouco sobre este, que é um dos maiores sucessos de todos os tempos.

Final Fantasy teve sua primeira aparição, em 1987, nos consoles da Nintendo. Na época, era uma tentativa de tirar a Square de uma possível falência, já que a empresa não andava bem das pernas. Acontece que o sucesso foi tão enorme que além de ter dado muito lucro, rendeu inúmeras sequências que, somadas, totalizam mais de 20 obras.

Mas foi no Playstation que a série estourou. Em uma geração onde os jogos de RPG ganharam mais força, “Final Fantasy VII” veio para arrasar a concorrência e criar um novo padrão para o estilo, além de, obviamente, conquistar uma legião de fãs no mundo todo. A partir daí a Square não parou mais, inclusive o título de número XV já está no forno e não tarda a dar as caras no Playstation 4 e Xbox One.

Todos esses anos renderam uma infinidade de personagens pois, apesar de levarem sempre o mesmo nome, os capítulos são independentes, com mundos, enredo e protagonistas particulares. Apenas algumas referências são mantidas. Da para imaginar o que 28 anos de franquia tem de carga? A quantidade de figuras ilustres que se tornaram estrelas no universo gamer? Infelizmente não tenho como ficar aqui contando cada uma das aventuras, seria necessário abrir uma matéria para cada uma delas e isso complicaria nosso lado.

O dono do nosso troféu de ouro nasceu de um encontro casual entre Shinji Hashimoto (produtor da Square) e um executivo da Disney, no elevador do prédio de seus escritórios em Tóquio. Uma conversa que gerou um cruzamento entre as duas gigantes dando vida a nada mais, nada menos que…

Sugiro que a partir daqui, todo player de trilha sonora que encontrarem, vocês cliquem para usar as belas canções do game como plano de fundo pela longa jornada que será este especial.

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Tetsuya Nomura

Kingdom Hearts é o primeiro jogo de uma franquia extensa e complicada de ser acompanhada. Lançado em 2002 para Playstation 2, é o primogênito de Tetsuya Nomura como diretor que, graças ao sucesso estrondoso que fora conquistado, hoje assume um posto de grande destaque dentro da Square Enix. Mas quem poderia acreditar que uma fusão entre a Disney e Final Fantasy poderia dar certo, sendo que grande parte do público era completamente distinto?

O anúncio foi recebido de formas bem diferentes no meio gamer. Enquanto os fãs de Final Fantasy, que já eram acostumados com jogos longos, melodramáticos e histórias mais adultas, franziam o nariz para algo aparentemente infantil, os amantes da Disney aguardavam “Kingdom Hearts” com o coração aberto e muita empolgação. Agora, imaginem a reação dos loucos por Final Fantasy que também eram fanáticos pela Disney… Bem, é aí que eu me encaixo.

O pós lançamento foi justamente o que a Square precisava para ver a mina de ouro que tinham criado. Crianças, gamers mais hardcores, adultos e até mesmo os que reclamaram durante o período de produção, se renderam ao produto final. Os críticos colocaram “Kingdom Hearts” como um novo estilo de jogo que misturava uma jogabilidade simples e inovadora, carisma, envolvimento e uma história única. E sabem o que mais? Aquela ideia de que seria algo infantil? Isso hoje só existe na cabeça de quem nunca jogou. Inclusive, é possível que a série tenha uma das tramas mais complexas do mundo dos games.

O capricho e a fidelidade dos elementos dessa mistura é tão grande que a cada novo passo de Nomura, reuniões com executivos da Disney eram feitas para que tudo fosse colocado “in-game” da forma mais próxima possível ao original. Nenhuma atitude fora tomada de forma leviana ou sem o aval da mestre do entretenimento ocidental. Inclusive, uma de suas maiores exigências, que era não poder misturar os clássicos, fora mantida. Até mesmo dubladores oficiais de ambas as empresas trabalharam duro em todos os 8 episódios da franquia dando a voz oficial a seus personagens, e olha que não são poucos, viu?!

https://youtu.be/KtmI0A-4K6E

Kingdom Hearts” não é apenas uma mistura sem nexo entre duas “culturas”, há uma originalidade muito envolvente, que insere toda essa mistura em um enredo com personagens próprios que conquistaram o mundo dos games. E quem protagoniza essa aventura é uma das celebridades mais famosas deste meio, o jovem Sora (dublado por Haley Joel Osment de “O Sexto Sentido” e “Inteligência Artificial“), que junto de seus amigos Kairi e Riku, formam o alicerce do game.

Tudo começa em um lugar chamado Destiny Island, uma ilha paradisíaca onde o trio se divertia e idealizava viagens para conhecer novos mundos. Aqui já começam os contatos com personagens da série Final Fantasy, Tidus (“Final Fantasy X“), Selphie (“Final Fantasy VIII“), e Wakka (“Final Fantasy X“) também estão presentes para interação neste belo lugar. Desculpem a observação, vamos continuar a “breve” introdução.

Um belo dia, a tranquilidade é tomada por seres sem coração (os chamados Heartless) que emergiam da escuridão. No meio deste caos, Sora vê Riku sendo consumido por uma entidade das trevas e sai em desespero a procura de Kairi e uma forma de sair dali. E é neste momento que a tão famosa Keyblade (uma espada em forma de chave), aparece em suas mãos para protegê-lo do mal.

De posse da única solução para acabar com os inimigos, nosso herói segue uma voz que o guia até o interior da mesma caverna onde o casal de amigos desenhava pelas paredes quando crianças. Chegando ao local, Sora se depara com Kairi que é lançada contra seu corpo e desaparece entre seus braços. Em seguida, uma misteriosa porta ali presente se abre e o suga para uma estranha dimensão, onde é forçado a enfrentar Heartless e fazer algumas escolhas enquanto é conduzido para um lugar chamado Traverse Town, a principal cidade do game.

Em paralelo a esses acontecimentos, sua majestade deixa o trono para ir aprender mais a respeito do mal que estava por vir, deixando instruções em uma carta para que seus fiéis seguidores achassem e seguissem o escolhido pela Keyblade. É, mas o que não podemos deixar de dizer é que o rei é o nosso tão amado Mickey Mouse… e seus seguidores são nada mais nada menos que Donald e Pateta. Ah, e o castelo é o Disney Castle! Já podem imaginar onde tudo isso vai levar, né?

Uma história emocionante que faz jus tanto aos densos enredos de Final Fantasy, quanto aos carismáticos e emocionantes clássicos da Disney. “Kingdom Hearts” conta ainda como o poder da amizade e da luz podem destruir o mal que pode ser plantado em nossos corações. Para isso, após o inusitado encontro, o trio formado, precisa percorrer o universo atrás de uma forma de destruir a fonte das trevas causada por “Ansem, o Caçador da escuridão” que tomara posse do corpo de Riku.

Como o foco do nosso especial é a série como um todo, bem como seu sucesso e tudo que a envolve, não irei me aprofundar na história. Poderia fazer um texto de inúmeras laudas destrinchando todo o enredo dos oito episódios da franquia, mas isso ficaria cansativo e fugiria do nosso objetivo. Se for do interesse dos meus queridos Camundongos, no futuro posso fazer algo mais específico e aprofundar mais nessa parte que será apenas introdutória neste capítulo final. Estou aberto a negociações. Hehe! De qualquer forma, fiquem armados para possíveis spoilers em parágrafos que comento sobre a trama.

Gameplay

Sora, Donald e Pateta são os grandes protagonistas de “Kingdom Hearts“, mas apenas o primeiro é 100% controlado pelo jogador. Há uma mistura muito homogênea entre Hack’n Slash e RPG que torna a jogabilidade fluida e muito agradável. Enquanto o personagem principal detém os direitos da Keyblade e usa ataques rápidos que envolvem altos combos, Donald assume o posto de mago que com seu cajado lança fortes magias e cura a equipe. E por fim, graças a mais uma das exigências da Disney, Pateta utiliza um escudo para combater e se chocar com inimigos.

Como todo bom RPG, há um sistema de levels e evolução baseado em habilidades e equipamentos. A medida que a equipe fica mais forte, mais combos e novas magias vão tomando conta dos combates, os deixando ainda mais fluidos e rápidos. Há uma possibilidade de configurar os membros do grupo para que ajam de acordo com suas necessidades, algo como frequência de uso de poções de cura ou ataques específicos. Esta customização não é tão ampla assim, mas foi evoluindo ao longo da série e acaba que cumpre seu papel de forma decente.

As batalhas geralmente envolvem uma quantidade considerável de Heartless. Os combos aplicados pelo jogador geralmente vão de um inimigo para outro transformando o campo do combate em um cenário de muita pancadaria (foi a melhor palavra para dar-lhes a real da coisa). Além disso, os chefes vão desde criação própria, até figuras carimbadas de Final Fantasy e do universo dos clássicos Disney (Capitão Gancho, Ursula, Jafar, Clayton e muito mais). E aqui devemos tirar o chapéu para o que a Square conseguiu, é tudo muito épico.

Universo

Kingdom Hearts” possui um universo próprio povoado por pequenos mundos baseados, em sua maioria, nos grandes clássicos da Disney. Cada um deles detém uma história própria (basicamente a mesma da original) que se misturam apenas com o enredo principal do game. Nada de planetinha se misturando com o outro, afinal era a maior exigência feita para a franquia poder decolar. Os personagens de Final Fantasy, ou até mesmo os exclusivos do jogo, até podiam participar de Hércules, por exemplo, mas o citado nunca poderia dar as caras dentro do mundo de Tarzan. O pedido foi acatado de forma bem rigorosa.

“Sora, Donald and Goofy” (a frase mais falada pelos personagens), precisam viajar pelas galáxias para acabar com as trevas que passaram a consumir esses pequenos lugares. Para isso, o trio precisa pilotar a tão odiada Gummi Ship, uma espécie de nave feita com peças que parecem “Lego”, que possui uma pegada um pouco semelhante (gente, semelhante, viu?!) a “Star Fox“. O gameplay entre um planeta e outro é um shooter de muito mal gosto que felizmente foi corrigido nos capítulos seguintes. Ao menos só é preciso ser feito uma vez, após isso o caminho fica liberado e é possível acessar as localidades apenas com um clique (Palmas!!!).

Por mais “separados” e independentes que esses mini-mundos sejam, a vilania era implacável. Liderados por Malévola, a trupe de famosos vilões decide contribuir para a invasão dos Heartless em seus clássicos. E para ajudar Sora a acabar com esses planos, cada um dos mocinhos da Disney resolve ajudar a derrotá-los. Para tal, o jogador precisa decidir entre Donald ou Pateta para ser substituído por personagens como Aladdin, Tarzan, Peter Pan, Jack Skellington dentre outros. Este auxílio só é válido para o mundo do clássico do protagonista em questão, logo, Ariel, por exemplo, só pode fazer parte de sua equipe no cenário de Atlântida.

A Square foi muito feliz na escolha de tudo. Além de propor um desafio digno que pode ter a dificuldade alterada de acordo com o potencial do jogador, há também uma variedade boa no gameplay. Alguns chefes, alguns cenários, em várias passagens e em todos os oito episódios, tudo vive em constante evolução. Nem sempre agrada, mas a série nunca caiu na mesmice.

Pouco tempo depois “Kingdom Hearts Final Mix” deu as caras no Japão, a ideia era trazer a obra original com alguns extras e cenas que tinham ficado de fora anteriormente. Uma pena que ficou apenas nas terras nipônicas. Quem quisesse jogar por aqui, precisaria fazer umas aulinhas de japonês ou seguir guias online. Mas isso mudou no futuro, lá na frente vocês saberão!

Em 2004, foi lançado “Kingdom Hearts: Chain of Memories” para Game Boy Advance, criando um link entre o primeiro e o segundo episódio da franquia que viria ao mercado apenas em 2006. O game é uma sequência direta do original, começa exatamente onde seu antecessor termina e introduz uma série de novos elementos e personagens.

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Por ter sido produzido para um portátil, a Square optou por gráficos 2D e uma jogabilidade diferenciada. Aqui, Sora conta com um deck de cartas que é usado para golpes, cura e até mesmo uso de seus amigos. Pateta e Donald não estão presentes em forma de equipe durante a batalha desta vez, e sim, habilidades especiais que podem ser usadas no combate.

Na trama, “Sora, Donald and Goofy” são atraídos por uma estranha figura que os leva para Castle Oblivion. Dentro do lugar, os heróis são testados pela misteriosa Naminé, que os conduz por uma enigmática jornada até topo do castelo. Acontece que quanto mais alto fosse o progresso, mais suas memórias seriam desfragmentadas pelos andares que viriam a seguir, até serem consumidos pelo total esquecimento. Enquanto isso, muitos degraus abaixo, Riku lutava contra a escuridão para eliminar as trevas que tinham invadido seu coração.

A história é muito interessante. Além de dar uma boa base do que estaria por vir, apresenta uma cartela de novos antagonistas que despertam uma curiosidade enorme na gente, a conhecida Organização XIII. Treze encapuzados que, com suas armas exóticas, vão mostrando suas misteriosas identidades à medida que as coisas vão se desenrolando. Suas habilidades especiais renderam lutas épicas para uma das sequências que iremos citar mais à frente.

Kingdom Hearts: Chain of Memories” é uma aventura excelente e obrigatória para quem quer entender tudo que se passa no universo da franquia. Além de possuir um excelente potencial, dá aos jogadores a chance de jogar uma campanha inteira protagonizada por Riku, entendendo ainda mais tudo que já foi e ainda viria a seguir. Uma pena que os fãs tiveram que se virar para conseguir ir atrás dos oito episódios para ficar por dentro de tudo… Vocês verão que a partir daqui, a Square começou a plantar um capítulo em cada plataforma, deixando a galera louquinha.

Mas pelo menos com este, a falha foi “corrigida” em 2008, quando a versão portátil recebeu um belo remake para Playstation 2. Isso mesmo, quem não teve oportunidade de jogar o original, obteve a chance de degustar algo muito melhor, com jogabilidade renovada e extras que engrandeceram ainda mais a imersão. “Kingdom Hearts Re:Chain of Memories” é um upgrade em grande escala que não só somou, mas simplesmente substituiu o que um dia foi exclusividade da Nintendo. E é graças a isso que consegui deixar a matéria com essas imagens mais bonitas. É provável que tenha sido uma solução para dar a oportunidade que os fãs desejavam, afinal, nem todo mundo tem grana para ficar acompanhando o ídolo por aí, mas é óbvio que para a criadora de Final Fantasy, uma rendinha a mais não iria fazer mal, né?

A aventura que começou no Game Boy Advance, teve um desfecho muito importante para sua sequência. Enquanto Riku, com ajuda de King Mickey e DiZ, aprende a controlar as trevas dentro de si, Sora é lançado para um sono profundo para resgatar e fragmentar todas suas memórias perdidas em Castle Oblivion. E neste cenário, “Kingdom Hearts II“, também para Playstation 2, era lançado, em 2006, no ocidente.

https://youtu.be/xYi-sqrbcE8

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Se repararem na abertura acima, verão muito do que eu contei a respeito dos acontecimentos em Chain of Memories, recomendo que deem uma olhadinha em cada um dos vídeos introdutórios que estou colocando no especial. Além de ajudar a entrar na vibe, auxiliam e muito para a compreensão de alguns fatos. E, obviamente, dão vida às minhas palavras.

Enfim, viram o Sora com uma roupa diferente aí no final da introdução? Pois bem, aquele não é ele. O nome deste personagem é Roxas, e é quem protagoniza as primeiras horas do segundo episódio de Kingdom Hearts. Qualquer semelhança não é mera coincidência.

O garoto é, na verdade, um dos membros da Organização XIII que, derrotado por Riku, é colocado em uma simulação criada por DiZ, em um lugar chamado Twilight Town. O projeto era uma forma de ajudar na recuperação das memórias do nosso querido protagonista adormecido, mas o que os dois não sabiam é que o melhor amigo do jovem viria para levá-lo de volta.

Kingdom Hearts II” tem um início conturbado e desanimador para alguns jogadores. Os acontecimentos na cidade são meio complicados de se entender e sem muita ação. É dia após dia cumprindo objetivos do cotidiano onde pouca coisa acontece. Digamos que é meio agarrado. Demora um pouco até o jogo realmente começar para valer, ou seja, algumas horas. Mas no fim das contas, Roxas, mesmo confuso com os lapsos de sua vida real, liberta “Sora, Donald and Goofy” do sono profundo que tiveram por um ano.

Muita novidade surgiu junto com novo capítulo da franquia. Não foi apenas a história que amadureceu, os personagens já conhecidos de 2002 também tiveram sua evolução física e mental, afinal o tempo passa para todo mundo. Há também a entrada de um termo que é tão importante quanto o criado no primeiro game, os Nobody, que além de inimigos, possuem uma complexidade enorme para a compreensão de tudo. Olha, podem ter certeza que entender essa parte é a chave para dominar o enredo da série.

Os heróis e vilões da Disney voltam com força total, alguns dos mini-mundos presentes anteriormente também retornam enquanto outros são adicionados no universo, agora reformulado, da Gummi Ship. Quem fecha a cartela de antagonistas, são os membros da Organização XIII que ficaram de fora de Chain of Memories. E entre eles, seu líder Xemnas.

A evolução foi enorme com a chegada de “Kingdom Hearts II“. Aqui o gameplay que já era bom se tornou praticamente perfeito. Os combos e todo sistema de combate da equipe ficaram muito mais dinâmicos e com uma fluidez que fazia o jogador ter uma imersão muito superior ao que já tinha sido proposto pela Square. Além disso, surgiram algumas sequências de QTE (Quick Time Event) e golpes combinados com os outros participantes da party. Somado a todas essas novidades vem as famosas fusões (Oi, “Dragon Ball Z“) que dão a Sora habilidades surpreendentes durante os combates, elevando assim as lutas a um nível altíssimo de pancadaria e efeitos mágicos.

Vocês já jogaram Final Fantasy? Não? Bom, quem já teve contato sabe o quão clássico é a entrada de seres evocáveis para auxiliar os jogadores. Nessa mistura com a gigante do entretenimento não poderia ser diferente, né? Só que desta vez ao invés de podermos evocar demônios, seres misticos e dragões, quem assume os papeis de Summons são personalidades como Simba, Gênio, Bambi, Dumbo, Mushu, Tinker Bell, Peter Pan, Stitch e até mesmo Chicken Little. Se não bastasse esse grupo de estrelas, é a Fada Madrinha quem os introduz no primeiro episódio da franquia.

Graficamente falando, na opinião de muitos, o primeiro e, principalmente, o segundo episódio da série, estão entre os jogos mais bonitos e vivos da geração onde deram as caras. E olha que em uma era onde a Sony dominava o mercado, isso não era tarefa fácil. A arte, o capricho e tudo aquilo que remetia ao reino encantado da criadora de Mickey Mouse, tinham uma harmonia e uma beleza extremamente singular.

Tudo foi criado com tanta fidelidade que há momentos em que cenas se parecem muito com o desenho. Um trabalho de muito bom gosto que ainda hoje é admirável. Mesmo com toda a evolução dos consoles. Deem uma olhada em como ficou parte do elenco da Disney…

Se Kingdom Hearts já era consagrado até o lançamento do II, seu brilho só cresceu ainda mais com a chegada do preferido da maioria de seus fãs. As ações que envolviam a marca, tomaram proporções absurdas na geração do Playstation 2. O sucesso que a Square adquiriu colocou as aventuras de Sora em segundo lugar entre seus jogos mais rentáveis, perdendo apenas para os muitos FFs que mantiveram a empresa viva por todos esses anos. Seguindo o exemplo do primeiro, lançado em 2002, “Kingdom Hearts II Final Mix” também chegou ao Japão sobre aquelas mesmas condições, vários extras, novos chefes, novos desafios, novas cenas e novos ocidentais desanimados com a exclusividade oriental. Ainda assim muitos (Oi!!!) foram atrás para não deixar nada de fora.

Como se não bastasse a chuva de elogios feitos até o momento, ainda há algo que merece um destaque tão grande quanto todo o resto: A mente por trás do arranjo e toda a arte orquestral presente em todos os episódios é Yoko Shimomura (Super Mario RPG: Legend of the Seven Stars, Parasite Eve e Final Fantasy XV).

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São temas originais que envolvem ainda trechos de clássicos de ambos os universos. Além das obras sonoras criadas para o próprio game, há aquelas que precisam ser englobadas nos pequenos mundos visitados pelos personagens, e que devem ser construídas de modo a não perder sua originalidade e nem ficar “igual” ao já existente. E quanto a isso Shimomura não poupou esforços. Os sons seguem à risca todo tipo de emoção que as imagens passam aos jogadores. São engrenagens que trabalham de forma impecável.

Ao longo desta matéria, coloquei alguns temas famosos para, além de servir de degustação, darem ainda mais clima para a leitura. Espero que gostem. Eu mesmo já perdi a conta de quantas vezes ouvi as “Original Soundtracks” durante a minha longa escrita neste especial. Então é só clicar! Não custa tentar. Aproveitem para reparar a obra de arte que foi feita para deixar tudo com o estilo Disney, tanto que a própria tirou o chapéu para o resultado alcançado pela Square.

Utada Hikaru

Viram as introduções que postei até aqui? As músicas presentes em cada uma delas são compostas e cantadas pela estrela do J-Pop, Utada Hikaru. Inclusive foi Kingdom Hearts quem abriu as portas do ocidente para que seu sucesso alcançasse uma massa maior à qual a garota já estava acostumada em terras nipônicas. Tanto a primeira, “Simple and Clean”, quanto a segunda, “Sanctuary”, possuem também versões cantadas em japonês que estão presentes na trilha oriental do game. São elas, respectivamente, “Hikari” e “Passion“, e confesso que as prefiro, sugiro que as ouçam para tirarem suas próprias conclusões. Por conta de direitos autorais não pude colocá-las na matéria, mas clicando nos nomes dos singles, serão enviados direto para seu videoclipes.

Obviamente que as exigências feitas pela Disney também se estenderam para a parte sonora. Mas aparentemente não foram muito bem aceitas pela diva do pop japonês, o que rendeu diversos tipos de comentários estranhos vazados pela internet na época. Segundo algumas fontes, Utada teria achado péssimo trabalhar com a empresa por causa de uma série de pedidos de mudança em suas composições, principalmente na portabilidade de seus Hits para o inglês. Ao final de seu último trabalho junto à Square, a jovem teria até mesmo ameaçado nunca mais desenvolver para a franquia, já que teria se irritado o suficiente com o processo como um todo.

De todo modo, as obras viraram um fenômeno no reino dos jogos eletrônicos. Sucesso que fora reaproveitado nas aberturas dos episódios que viriam a seguir. O que é algo que não deixa de ser lamentável, afinal, aficionados como eu querem mesmo ver e ouvir novidades. Tanto que todo novo capítulo de Kingdom Hearts, há aquela expectativa de nos depararmos com uma nova canção, vinda daquela bela voz já conhecida.

Muita gente pensou que após o segundo episódio da franquia, teríamos o grande desfecho da saga de Sora pelo Reino do Coração, acontece que a Square tinha em mãos uma mina de ouro que não podia deixar de usar a seu favor. Diante da pouca confusão criada nos enredos anteriores, Nomura, aparentemente, decidiu trazer ainda mais complicação para a cabeça dos fãs. E com isso, foram anunciados mais três (isso mesmo, três) episódios que, para variar, seriam para três plataformas distintas. Parece piada, né?

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Em 2009,”Kingdom Hearts 358/2 Days” era lançado para Nintendo DS. O sucesso conquistado por Roxas, acabou o trazendo uma aventura solo que até hoje é muito questionada.

A trama, que se passa na mesma época em que Sora estava em seu profundo sono para resgatar as memórias perdidas em Castle Oblivion, conta muito das origens da Organização XIII. Há também a presença de um 14º membro chamada Xion que, vista pela maioria como uma grande forçação de barra, é de grande importância para o entendimento de tudo. A garota é, na verdade, uma criação de Xemnas baseada nas lembranças de nosso protagonista adormecido.

Aqui também ficamos sabendo quem realmente é Roxas, os motivos de ter deixado a organização, bem como as razões de sua semelhança com o escolhido da Keyblade. A história também mostra como Riku voltou a ser dominado pelas trevas de seu coração, além do papel, mesmo que de pouco destaque, de King Mickey no meio de toda essa confusão.

358/2 Days tem conteúdo, relevante, suficiente para ter feito parte de um capítulo de “Kingdom Hearts II“. Sua jogabilidade, já muito parecida, é imposta em inúmeras missões repetitivas que tornam o desenrolar do game algo extremamente maçante e enjoativo. A única variação fica por conta da possibilidade de controlar também os outros membros da organização. Muito jogador nato da série acabou deixando este aqui pela metade por não ter tido estômago para aguentar toda a enrolação. E o fato de ser uma obra para portátil, onde o conforto não é o mesmo de um console, deixou todas as falhas ainda mais visíveis.

O capítulo que conta a história da Organização XIII não foi o primeiro dos muitos “caça-níquel” que saíram do cruzamento entre Disney e Final Fantasy. Em 2008, “Kingdom Hearts Coded” surgiu no Japão com a proposta de levar a franquia também para telefones celulares. Sério, onde isso faz algum sentido? O pior dessas ideias mirabolantes do Nomura, é que cada um desses muitos episódios possui certa significância para entender todo o roteiro que envolve a saga de Xehanort. Ou seja, quer entender? Então, jogue!

Ao final de “Kingdom Hearts II“, já de volta ao Disney Castle na companhia de King Mickey, Donald e Pateta, Jiminy Cricket começa a tarefa de organizar seus diários. Durante o processo, o Grilo encontra um livro em branco com uma misteriosa frase que dizia: “Nós devemos voltar para libertá-los de seus tormentos”. Ao tomar ciência da descoberta, sua majestade vai em busca de respostas junto ao sistema de informação do castelo, mas, o que o camundongo não sabia é que precisaria corrigir vários bugs para decodificar a mensagem.

Coded é um game em forma de puzzle onde há poucos elementos de ação. A aventura coloca um Sora virtual (a data base do personagem), criado por Mickey, em cenários já visitados anteriormente para corrigir essas pequenas falhas. O desfecho dessa obra lamentável? Só veio de forma “digna” quase três anos depois, quando a Square resolveu fazer um remake do game, trazendo-o finalmente para o ocidente.

Kingdom Hearts Re:Coded” foi lançado em 2011, para Nintendo DS. A ideia agora era mostrar o que já existia nos aparelhos celulares japoneses, porém com a facilidade de ser jogado em um console portátil. E para engrandecer a vontade dos jogadores em adquirir o produto alguns extras foram adicionados, bem como um desfecho mais extenso com alguns vestígios do que viria a seguir.

Tanto a aventura protagonizada por Roxas quanto esta última não precisavam de um jogo, ambos poderiam ter sido adicionados nos outros enredos principais. Fã nenhum curte spin-off, ainda mais quando feito de maneira tão descarada para arrecadar fundos. E foi justamente isso que fez a série perder um pouco de seu brilho. Teve muito jogador que pulou do barco depois do lançamento de Re:Coded e deu uma bela banana para Kingdom Hearts.

Quem conhece a franquia, sabe que no final de cada um desses episódios, geralmente, há um vídeo secreto que remete ao próximo que será lançado. E um deles, em especial, deixou muito jogador de queixo caído por alguns anos até descobrirem do que se tratava. Foi um período onde os aficionados, como eu, ficaram naquele hype infinito achando que teriam finalmente um “Kingdom Hearts III“. Mas não foi bem assim…

https://youtu.be/W3RoWYtdZHI

Não, não, o garoto da introdução também não é o Sora, tão pouco o Roxas, vamos seguir… “Kingdom Hearts Birth by Sleep” foi lançado em 2010 para PSP (portátil da Sony) e, na minha humilde opinião, é o capítulo que mais une os pontos confusos presente no universo da série. Ele é como se fosse o primogênito de toda essa bagunça e, além de trazer uma parte do elenco já conhecido, introduz uma cartela de três novos protagonistas.

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O enredo, que se passa dez anos antes do jogo de 2002, mostra Xehanort na busca para criar a X-Blade, uma Keyblade que poderia abrir o Reino do Coração, gerando assim uma guerra capaz de destruir o mundo e lhe permitindo recriá-lo à sua maneira. Cabe a Aqua, Ventus e Terra, candidatos a Keyblade Masters, acabarem com os planos do vilão. Para tal, o jogador precisa destrinchar três histórias diferentes que acontecem ao mesmo tempo, uma com cada um dos membros do trio. Só assim é possível entender realmente tudo que se passa nessa tão elogiada obra.

Tudo começa em um lugar chamado Land of Departure, que é onde nossos novos heróis estudavam para se tornar mestres. Terra e Aqua são os mais velhos da equipe e, graças à sua maturidade, são os primeiros a ingressar na jornada para parar Xehanort e sua sede por destruição. Enquanto isso, Ventus, o mais jovem e extremamente parecido com Roxas/Sora, é induzido por Vanitas, capanga do vilão, a seguir seus amigos. Aí é a hora de escolher por qual dos caminhos começar.

Aqui os mundos da Disney reaparecem. Alguns dos já usados retornam em uma linha temporal mais antiga, como é o caso de Hércules, que surge mais jovem e desengonçado, enquanto outros tem sua estreia de maneira encantadora. E por mais que os mini-mundos sejam vividos três vezes (uma com cada personagem), é muito legal ver que a Square conseguiu não torná-los repetitivos. Birth by Sleep, diferente das aventuras anteriores protagonizadas por “Sora, Donald and Goofy”, não possui a opção de adicionar os personagens clássicos da gigante do entretenimento ocidental na party, aqui isso acontece automaticamente quando necessário.

A juventude de outros personagens famosos também foi explorada, como é o caso de alguns membros de Final Fantasy, e até da Organização XIII antes de se tornarem membros do grupo. Sora, Kairi e Riku, também aparecem com em sua inocente infância, já criando assim um pequeno gancho que viria a ser de grande valia no futuro. E nada é por acaso, como o próprio Nomura diz: “Tudo está conectado…” Isso parece até slogan de “Malhação”!

O sistema de combate sofreu significativas alterações, que inclusive agradou muitos fãs. Desta vez, ataques especiais e magias são usados para preencher slots de ação usados durante a batalha. E o que melhora ainda mais toda a dinâmica do game é que Aqua, Ventus e Terra não partilham das mesmas habilidades e mesmo estilo de gameplay, cada um dos personagens detém uma forma própria de lutar e de ser controlado. Mesmo que hajam semelhanças na base de seus ataques, suas performances durante o desenrolar da trama devem ser tratadas de maneira bem singular. São, realmente, três jogos em um. E mesmo com todas essas novidades, ainda tiveram preocupação em fazer uma arena online, onde os jogadores poderiam testar suas habilidades, seja competindo ou cooperando uns com os outros.

Outra novidade é o surgimento de mais uma linhagem de inimigos. Se já entendemos os Heartless e os Nobody, aqui precisamos engolir também os Unversed. Complicou? Que nada, é bem tranquilo! Relaxem que lá na frente tem ainda outro tipo que irei introduzir. Sério gente, isso está virando um livro e estou começando a ficar com medo. Tenham paciência conosco.

Kingdom Hearts Birth by Sleep” resolve vários mistérios presentes nos outros cinco episódios lançados anteriormente. É nele que descobrimos as origens da escolha da Keyblade por Sora, junto da explicação de Kairi e Riku também serem capazes de usar a arma. Ficamos sabendo mais sobre o sumiço de Xehanort, a aparição de Xemnas e o surgimento de Castle Oblivion. Outro que exerce um papel importante na trama é Mickey Mouse que, ainda aprendiz de Yen Sid no treinamento para se tornar mestre, inicia sua jornada como salvador da pátria. A obra tinha tudo para levar o título de “III”, mas, aparentemente, a Square estaria guardando este número para o real desfecho da saga que, felizmente, não vai demorar a dar as caras na geração atual de consoles.

Mas quando todo mundo achou que os “caça-níquel” teriam seu fim, em 2012, “Kingdom Hearts Dream Drop Distance” foi lançado para Nintendo 3DS. Sim, mais uma plataforma para comprar, isso se você quiser realmente ser, como muitos de nós, mais um escravo da franquia.

https://youtu.be/DbEn3cWqDZI

Chegamos, finalmente, ao último episódio da tão confusa cronologia da fusão entre Disney e Square. Ficaram intrigados com a ordem dos acontecimentos? Não tem problema, vou tentar descomplicar para vocês. Se leram tudo com bastante atenção até aqui, viram que o vídeo aí de cima (Introdução do 3D) faz um resumão de quase tudo que eu disse até agora. Na verdade todas as openings que estão na matéria fazem um pouco disso. Abaixo, segue uma imagem com a linha temporal da série. Reparem que estamos na porta para, finalmente, abrir nossos braços para “Kingdom Hearts III“.

Ao final de “Kingdom Hearts II”, Sora, Kairi e Riku, já tranquilos em Destiny Island, recebem uma carta do Rei Camundongo. Dá para acreditar que de 2006 até 2013, ficamos sem saber o conteúdo daquilo? Pois é, essa chuva de spin-offs não nos deu nem uma prévia, nem uma dica… Nadica de nada.

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Dream Drop Distance, coloca Mickey Mouse e Yen Sid na busca para transformar Sora e Riku em Keyblade Masters. As razões? Impedir o retorno eminente de Xehanort. Para tanto, a dupla de amigos deveria ser lançada para os mundos onde a extinção dos Heartless já estivesse completa. Acontece que durante o processo, os dois adormecem e se desconectam completamente, sendo assim lançados, paralelamente, para o mundo dos sonhos, onde não teriam ajuda nem mesmo um do outro. O despertar só viria com o amadurecimento necessário para, finalmente, estarem preparados para a guerra que estaria por vir.

O último capítulo desta longa timeline, traz mini-mundos completamente novos, onde os protagonistas precisam passar por várias situações que vão aos poucos servindo de aprendizado, tanto pessoal quanto de combate. Pode parecer um pouco clichê ou até mesmo bobo, mas acredito que muita gente que jogou teve uma boa percepção da real ideia do game. Sora e Riku eram duas crianças quando começaram sua jornada em 2002, era finalmente a hora de transformá-los em homens de verdade, dar-lhes o verdadeiro peso da responsabilidade. Olha, não é papo de fã, mas Nomura conseguiu fazer dessa premissa uma verdadeira obra prima.

E por falar no grande criador de toda essa bagunça, não é que ele trouxe uma outra franquia famosa gerada por suas mãos para o Kingdom Hearts em questão? Pois é, em 2008, o Nintendo DS recebeu uma pérola de grande destaque em sua geração. Um game com um enredo muito envolvente que, somado a seu gameplay inovador e um trilha sonora de muita qualidade, conquistou uma enorme massa de amantes do entretenimento digital. Justamente por se passar no reino dos sonhos, Dream Drop Distance substitui os famosos personagens de Final Fantasy pelos carismáticos Neku, Shiki, Joshua, Beat e Rhyme, o grupo principal de “The World Ends with You”.

As novidades não param por aí, além do efeito 3D sem óculos que, diferente dos muitos outros games do portátil, fora projetado com muita qualidade, o gameplay sofreu algumas inovações responsáveis por várias torções de nariz. A primeira delas é o sistema de Drop que forçava ao jogador trocar de Sora para Riku (e vice-versa) quando uma barra de time chegava no limite. Não dá para dizer que a mecânica veio para somar, afinal é algo que chega a incomodar bastante à medida que avançamos, de certa forma quebra um pouco da imersão do momento. Teria sido muito mais agradável se copiassem a fórmula de Birth by Sleep.

A segunda foi o maior erro da Square, o que fez todas as outras qualidades perderem o brilho. Lembram dos Heartless, Nobodys e Unverseds? Pois bem, como essas criaturas não conseguem alcançar o reino dos sonhos, surgem os Dream Eaters para formar a cartela de inimigos. Até aí tudo bem, acontece que é possível transformá-los em Spirits para fazer parte da nossa party. Isso mesmo, aqui, os personagens da Disney não estão disponíveis para ingressarem na equipe, então as parcerias são preenchidas por esses “Pokémons” irritantes. E o pior de tudo é que nossas habilidades estão diretamente vinculadas ao tipo de Spirit que temos na equipe, ou seja, mudar de aliados, substituir um mais fraco por outro mais forte que não tenha as magias necessárias, geralmente é um grande transtorno. E esse sistema é tão necessário para o desempenho quanto complicado de se dominar, além de exigir um tempo enorme do gamer. Em poucas palavras eu diria que é chato, sem carisma e desgastante. Uma falha lamentável.

O episódio que conta a busca de King Mickey para fazer de Sora e Riku verdadeiros mestres da Keyblade, apesar de receber críticas com fundamento, é um excelente game, na opinião de muitos o melhor para Nintendo 3DS. Além das mecânicas já citadas, temos o Flowmotion que nos dá ainda mais dinâmica durante os combates usando o cenário a nosso favor, bem como o Dive Mode que veio como uma forma divertida de substituição para a Gummi Ship.

Kingdom Hearts Dream Drop Distance” fecha a linha temporal em grande estilo, seu desfecho é basicamente um prelúdio para o final da saga de Xehanort. A obra tinha tudo para ter brilhado muito mais, só que o fato de ser exclusiva para um portátil e ainda não ser o tão aguardado “Kingdom Hearts III“, fez muito fã ficar por aí xingando o Nomura pra tudo que é canto. Tanto que foi logo depois disso que a Square Enix liberou oficialmente a timeline da franquia, colocando os dois nomes bem coladinhos.

Finalmente o sonho de todo mundo estava perto de se realizar. Mas é óbvio que eles não poderiam deixar a fusão entre Disney e Square de fora do mercado até isso acontecer, não é mesmo? Então vamos falar do capítulo mais recente da franquia. Não fiquem com raiva, aqui é jogo rápido!

Lançado em 2013 para browsers de Internet, “Kingdom Hearts X” ou [chi], como é chamado no Japão, é um game free to play que possui disponibilidade de se pagar por conteúdo adicional.

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Sua história se passa durante a “Keyblade War” e coloca o jogador no papel de um portador da chave, que pode ser customizado e controlado por todo o percurso. Por estar localizado em um período de grande importância, o episódio X, segundo o próprio diretor, faz conexão com o tão esperado “Kingdom Hearts III” e merece receber uma chance da galerinha que está na sede pelo desfecho da Saga Xehanort.

Por se tratar de um game online, há constantes atualizações que, além de melhorar os recursos já existentes, geram mais conteúdo e ainda mais vestígios que linkam sua trama à tão aguardada pelos fãs. Sério, a gente sempre fica naquela de “esse eu passo”, mas temos que tirar o chapéu para a forma com que conseguem aguçar nossa curiosidade, não é mesmo? Ainda mais com algo “gratuito”.

Ficaram na vontade? Pois é, mas infelizmente para nós, pobres ocidentais, a Playdom, uma rede de jogos sociais que pertencia à Disney Interactive, foi fechada em 2014, e como a Square Enix não possui esse tipo de rede aqui para os nossos lados, ”Kingdom Hearts X [chi]” está disponível apenas em terras nipônicas. Mas há indícios de que a empresa esteja buscando parcerias para conseguir trazer mais esta obra para cá. É, o jeito é aguardar. A boa notícia é que ele não faz parte da linha cronológica principal que mencionei lá em cima.

Perceberam que para entender tudo que se passa no universo de Kingdom Hearts, até o momento, é necessário ter vários vídeo games à disposição? Essa é a maior crítica de todo maluco que acompanha a série, desde que fora lançada em 2002. Acontece que, para a alegria geral da nação, a dona de Final Fantasy tomou juízo e lançou “Kingdom Hearts HD 1.5 Remix” em 2013, e “Kingdom Hearts HD 2.5 Remix” em 2014, ambos para Playstation 3, duas coletâneas totalmente remasterizadas que reúnem seis dos oito episódios que vocês, agora, já conhecem. E ainda existe um super box com a coleção completa.

A primeira conta com “Kingdom Hearts Final Mix”, “Kingdom Hearts Re:Chain of Memories” e ainda toda a história de “Kingdom Hearts 358/2 Days” contada por vídeos. Já a segunda, traz “Kingdom Hearts II Final Mix”, “Kingdom Hearts Birth by Sleep Final Mix” junto com toda explicação acerca de “Kingdom Hearts Re:coded”. Tudo com qualidade HD feita de maneira impecável, e o que ainda era melhor: Com as versões Final Mix totalmente em inglês.

Outra coletânea que fora lançada junto aos jogos, foi a de trilha sonora. Um lindo box que contém todas as belas canções presentes ao longo da série. Mais uma forma de arrecadar fundos, afinal a fama rentável das aventuras de Sora já é alta, não é à toa. Aproveitar desse fanatismo é retorno garantido.

Infelizmente “Kingdom Hearts Dream Drop Distance” ficou de fora do combo, a exclusividade da Nintendo ainda não permitiu que o capítulo passeasse por outros consoles. Há quem diz que ele pode estar em uma possível nova versão com todos os episódios para Playstation 4 e Xbox One, mas até onde sabemos são só suposições. Certeza mesmo é que o final da saga de Xehanort chega ao fim em breve…

Kingdom Hearts III” apareceu de surpresa na E3 (Electronic Entertainment Expo) de 2013. O teaser veio após algumas imagens inéditas de “Final Fantasy XV”, game que também conta com a direção de Nomura. Foi algo realmente inacreditável para os fãs da série, não havia nenhum rumor de que esse milagre pudesse acontecer. O anúncio trazia toda a nostalgia da longa timeline e ainda mostrou um Sora com gráficos surpreendentes em cenas muito rápidas de combate. Até a galerinha que tinha pulado fora do barco deu o braço a torcer e se deixou invadir pelo hype.

https://youtu.be/vRwDTzqY1cw

Quase dois anos já se passaram e as expectativas em cima do título não param de crescer, as últimas informações foram bem animadoras: Segundo o próprio diretor, o desenvolvimento está indo “de vento em popa”, inclusive houve uma mudança na engine gráfica para dar mais agilidade ao processo. Outra boa notícia é que, recentemente, o projeto de mais um spin-off da franquia fora cancelado, isso mesmo, “Kingdom Hearts: Fragmented Keys”, que pretendia trazer “Enrolados“, “Detona Ralph“, “Frozen” e até mesmo “Star Wars” para essa famosa fusão de empresas, não verá a luz do dia. É o que esperamos! O bom é que já é possível identificar a probabilidade de alguns novos mundos para o tão aguardado jogo que está no forno.

Arte do Single (clique para ampliar)

Para a felicidade dos amantes sonoros (Olha eu aqui de novo!), Utada Hikaru estará de volta com uma nova composição que, muito provavelmente, estará na introdução do game. Sério, notícia boa essa, viu?! Ficamos anos e anos esperando para ouvir uma canção da rainha do pop japonês e só recebemos remixagens, nada mais justo que ter a diva novamente no controle do canto. Inclusive a imagem de seu novo single foi feita pelo próprio Tetsuya e remete bastante à esta afirmação. Yoko Shimomura também está confirmada e promete trazer todo aquele feeling emocional de volta ao palco. Basta aguardar pelo espetáculo.

Além do sistema de batalha que voltará às origens, aproveitando mecânicas elogiadas dos spin-offs, Nomura já deixou claro que não está poupando esforços para conseguir firmar mais acordos com a Disney. A intenção é trazer outros mundos que ficaram de fora dos episódios anteriores. Há boatos que citam, inclusive, Pixar, Marvel e “Star Wars” como possíveis novos entrantes na série.

Muita coisa ainda é especulação, mas o diretor afirmou que haverão novos clássicos a serem explorados que, junto a alguns já conhecidos, terão papel de grande importância na trama. Outra afirmação, que na verdade é mais uma notícia ruim, é que nosso coleguinha aí em cima resolveu dizer nas últimas semanas que tem vontade de trazer algo relacionado à mais nova obra também para Smartphones. Se essa ideia se concretizar, será lamentado por muitos, né? Melhor nem comentar!

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Kingdom Hearts III” coloca Sora, Donald e Pateta novamente à frente do roteiro principal, o trio sai em busca dos sete guardiões da luz e da chave capaz de resgatar os corações perdidos, em contrapartida Riku e King Mickey saem em uma quest paralela para recrutarem mais ajudantes no intuito de destruir Xehanort de uma vez por todas. O vilão volta com força total e ainda mais focado em sua ideia de balancear as trevas com a luz que existe no universo, acabando com o que ele chama de “tirania da luz”. Gente, imaginem termos um Darth Vader do lado negro da força?

Com versões para Playstation 4 e Xbox One, o título final (será?) desse magnífico crossover entre as empresas, tem tudo para ser o melhor da franquia. Sua aparição já está confirmada para a E3 deste ano (A partir de 16 de Junho de 2015) e há chances de termos algumas boas novidades. Prometo que O Camundongo não irá deixar passar nadinha!

E este foi o grande desfecho da saga da Disney dentro da Square, ou seria o contrário? Sei que há muitas dúvidas relacionadas a todo o enredo de Kingdom Hearts, o que é compreensível. Infelizmente não tenho como mergulhar a fundo em cada um dos oito jogos mostrados no especial. Viram o tamanho que isso ficou? Imaginem então se fosse explicar detalhes para o entendimento completo de toda a conexão? Este mini-livro viraria uma série que invejaria até George R. R. Martin.

A última parte do “Os Melhores Games do Mundo Disney” foi na verdade um especial duplo para todos os leitores do nosso querido site. Estou entregando a vocês, basicamente, tudo que sei sobre o produto que mais gosto no mundo do entretenimento eletrônico, e espero que tenham gostado. Me desculpem o tamanho, até pensei em dividir tudo isso em matérias separadas, mas achei mais justo dar-lhes uma página inteira com todo o conteúdo de uma vez. Está tudo aí, feito com todo carinho para nossos queridos Camundongos. E o que ficou de fora a gente pode discutir aí em baixo, seria ótimo!

Eu gostaria de agradecer à equipe por ter estado do meu lado durante toda essa “super-produção” e aos muitos sites que me ajudaram a relembrar várias coisas que eu havia me esquecido (e que fizeram minhas memórias dar um belo UP). Queria agradecer também à Square e Disney por terem proporcionado algo tão fenomenal para um dos maiores vícios que tenho na vida (os games), afinal, desde Janeiro que venho jogando todos os episódios (pela enésima vez) para auxiliar na matéria. E agradecer, principalmente a vocês, que me deram força e coragem para dar um destino para meu conhecimento. Obrigado!

E a gente se vê em novos projetos em breve, Camundongos!

Escrito por Rafael

Formado em Administração com especialização em Marketing, o atual colunista do "O Camundongo" é amante nato do Universo Disney, viagens e games. Curioso com a arte da fotografia e culinária, tem como representantes de suas paixões "O Rei Leão", "Orlando" e "Kingdom Hearts" com menções honrosas de "Mario", "Zelda", "Final Fantasy", fotos sem flash e Cheesecake de amora.

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