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Galavant | 2×09 – Battle of the Three Armies & 2×10 The One True King (To Unite Them All)

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“A espada do verdadeiro Rei. E ele está lá embaixo e ele é um deus.”

Chester Wormwood

Há um ano, Galavant estreou sem alarde e com uma proposta inusitada. Aos poucos, a sátira aos contos de fadas foi conquistando o seu lugar ao sol — ao menos, com quem a assistia — e, depois de uma renovação surpresa, voltou mais segura de si, entregando episódios com uma qualidade superior aos da primeira temporada. Porém, nada nos preparou para a excelência dessa dupla final.

Bobo da Corte, enfim, teve sua chance de ter um solo neste ano. E fez bonito. Com o instrumental de “Galavant“, a recapitulação serviu para aguçar a curiosidade para os desfechos das tramas principais. O final da música também foi ótimo, com dois dos três exércitos do título já a postos para a batalha, conforme o terceiro se aproxima.

Enquanto Isabella faz um discurso distorcido para os “soldados” de Hortênsia, armados com frigideiras e colheres, Madalena e Wormwood preferem assistir à guerra de camarote. Gareth percebe a mudança de comportamento da namorada, e contrariado, decide desfrutar de seu presente de aniversário sozinho, afinal era um bom dia para se morrer.

Alan Menken e Glenn Slater fizeram um trabalho incrível em todos os episódios, mas nestes, a dupla de compositores se destacou ainda mais, porque cada música esbanjava magia e criatividade. A diversão e inspiração dos dois estavam evidentes. Foram piadas e referências a Game of Thrones (2011), Titanic (1997), Peter Pan (1953), Nem que a Vaca Tussa (2004) e até com o destino da série e com o próprio Menken.

Galavant é uma série com orçamento modesto, o qual é gasto principalmente com as participações especiais. Por isso, a batalha épica foi uma grata surpresa, desde o impressionante número de figurantes até o excelente figurino de todos os personagens. “A Good Day to Die” e a coreografia da luta foram a cereja do bolo e coroaram a cena como a melhor de todo o seriado.

Sem uma gota de sangue derramado, a batalha ainda foi palco dos aguardados reencontros de Galavant com Isabella e Richard com Gareth. A edição do momento foi crucial para acelerar a reconciliação de ambos porque era desnecessário arrastar o conflito entre eles com uma ameaça muito maior surgindo. Ao perceber a presença da Espada do Herói,  Wormwood passa a controlar os zumbis de Galavant.

Porém, o plano musical de Madalena de usar o D’DEW sai pela culatra e acaba reunindo os exércitos de Valência e Hortênsia e os demais personagens contra ela, incluindo seu amado Gareth. As novas camadas ganhadas por Gareth e Madalena durante a temporada, assim como o desenvolvimento de um romance entre eles, trouxeram mais profundidade para a traição dupla. E as atuações de Vinnie Jones e Mallory Jansen estavam na medida certa.

Como esta é uma série cheia de surpresas, Sid chega com um quarto exército composto apenas pelos personagens vistos nos outro oito episódios, sem qualquer ator famoso e reconhecível, pois o orçamento não permitia. O grupo se divide. Enquanto Gareth e Galavant lutam com os zumbis, Richard e Isabella enfrentam Wormwood e Madalena em duelos na colina.

Richard, no entanto, foi a grande estrela da temporada. Sua transformação de um rei infantil e completamente mimado em um herói valente e digno de respeito foi muito mais interessante de se acompanhar do que a nova jornada de resgate de Galavant. Tad Copper, o qual se revelou ser mesmo um dragão no final, foi importante para Richard despertar a sua bravura e matar o grande vilão, Wormwood.

De certa forma, todos os personagens receberam seus finais felizes. Galavant e Isabella se casaram e foram morar perto da praia; os reis de Valência recuperaram suas coroas; Madalena partiu em busca de mais poder das trevas, com Gareth e Sid partindo para salvá-la; e Richard foi atrás de Roberta em uma típica cena de aeroporto, mas, dessa vez, usando navios, cavalos e gatos. O clima de despedida na música dos monges cantores era gritante.

Os roteiristas aproveitaram para amarrar certas pontas soltas, a exemplo do destino de Chefe e Gwynne. A dupla fugiu para uma pequena e simples cabana, onde vivem como sempre sonharam. Mas algumas dúvidas ainda restam. Se Richard é o verdadeiro rei, qual é o seu reino? Seu castelo original foi desmanchado e seus súditos vivem em uma democracia. Talvez, nunca tenhamos resposta para essa pergunta.

Ficou evidente a intenção dos roteiristas e da equipe de oferecerem um final satisfatório e épico para o público, ao contrário da temporada passada.E felizmente, eles conseguiram cumprir essa missão. Se antes o risco de cancelamento era enorme, agora as chances da ABC trazê-la para uma terceira temporada são mínimas, embora existam ganchos para possíveis novas aventuras.

Mas milagres podem acontecer. Mesmo se a emissora do alfabeto optar por não renová-la, existem esperanças da série ser resgatada por algum outro canal a cabo ou mesmo por serviços de streaming, como a Netflix. Porque seria um desperdício descontinuar uma produção tão engraçada e criativa, com ótimas e cativantes músicas e um elenco tão bem entrosado.

Galavant estreou como um mero tapa-buraco, uma série a ser descartada. Apesar disso, a série foi além de suas limitações e conquistou uma pequena legião de admiradores, e com razão. O futuro pode ser incerto e sombrio para a turma do nosso herói, porém, foi uma honra podermos acompanhá-la nesses dezoito episódios e escrever a respeito. E será um prazer podermos continuar, caso a sorte nos sorria novamente. Muito obrigado pela excelente aventura, Galavant!

Escrito por Lucas

Um grande aficionado por cinema, séries, livros e, claro, pelo Universo Disney. Estão entre os seus clássicos favoritos: "O Rei Leão", " A Bela e a Fera", " Planeta do Tesouro", "A Família do Futuro" e "Operação Big Hero".

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