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Disney in Concert: Noite de Magia e Música

 

 

Em Setembro de 2014, a cidade de São Paulo foi privilegiada por ser a única cidade do Brasil a receber o Disney in Concert, um espetáculo audiovisual com a presença de sessenta e seis músicos regidos pelo Maestro Renato Misiuk, os intérpretes Beto Sargentelli, Bianca Tadini, Felipe Domingues, Kacau Gomes, Lissah Martins e Thiago Machado, e a mestre de cerimônia Estela Ribeiro. Os três dias de espetáculo – 19, 20 e 21 de Setembro – foram lotados. O Teatro Bradesco Bourbon, localizado do Shopping Bourbon na zona leste de São Paulo, tem a capacidade para 1.439 pessoas e as cadeiras são estrategicamente posicionadas para que ninguém tenha a visão prejudicada, seja por uma pessoa mais alta que sente na poltrona da frente ou para uma pessoa mais baixa que sente ao fundo do teatro. Todos tem a perfeita visão do palco e nesse espetáculo, isso foi essencial.

Quando as luzes diminuíram, um foco de luz foi posicionado no meio do palco, com as cortinas ainda abaixadas, a mestre de cerimônia chega para falar com os espectadores. Após a calorosa saudação de boa noite dos espectadores, ela perguntou se havia alguma criança na platéia e até tinham algumas – acredito que totalizavam vinte ou trinta no máximo -, mas posso dizer que a maioria eram pessoas acima de vinte anos. Quando a mestre de cerimônia desejou um bom espetáculo, a cortina subiu, lá estavam os músicos com seus instrumentos brilhantes preparando-se para afiná-los e uma tela enorme com a imagem do Disney in Concert iluminou o teatro. Poucos minutos depois, Estela Ribeiro voltou para apresentar os músicos, o regente e os cantores e foi, então, que a magia começou.

O maestro regeu as primeiras notas e foi dado início a um medley com clássicos da Disney acompanhado de cenas de diversos filmes como “Branca de Neve e o Sete Anões”, “Dumbo”, “Mary Poppins”, “Pinóquio”, “A Pequena Sereia”, “O Rei Leão” e entre outros filmes e séries, como “O Clube do Mickey Mouse”. Esse medley durou por volta de cinco minutos e foi finalizado com as notas de “Zip a Dee Doo Dah” e com uma bela imagem de Walt Disney. O teatro inteiro aplaudiu com vontade e muitas pessoas, assim como eu, se emocionaram. A segunda música foi um suite do  filme “A Pequena Sereia“, que começou com o instrumental “Fathoms Below” e os seis intérpretes introduzindo o público ao cenário do filme.

Logo depois, cinco intérpretes saíram, deixando Bianca Tadini no palco para cantar a versão da redublagem de “Parte do Seu Mundo”, que foi acompanhada de imagens de diferentes momentos do filme. Em seguida entra Beto Sargentelli, deu início à terceira música do suiteAqui no Mar”, a qual teve um toque especial de magia Disney, pois, de repente, bolhas de sabão começaram a flutuar pelo teatro e não foram poucas. Foi a quantidade suficiente para criar uma cortina diante dos olhos, dando a sensação de estar dentro no mar dançando ao som da música do personagem Sebastião, foi espetacular!

Ao final desta faixa, o ambiente ficou mais escuro e a música da vilã Úrsula começou a ser tocada, porém sem nenhuma intérprete, somente com as imagens do filme e o jogo de luzes. Para finalizar o suite, foi tocada e acompanhada pelos intérpretes e por cenas do fim do filme,  a última música do longa que possui um coro com trecho de “Parte do Seu Mundo”. Os sons que vinham da orquestra, as imagens e a letra das músicas eram uma combinação tão delicada e tão impactante! Cada nota tocada atingia a memória e a alma, preenchendo o corpo de uma forma que a vontade era – e continua sendo – de ficar lá pelo resto da vida.

A terceira música do Disney in Concert foi “Cores do Vento”, do clássico “Pocahontas”, foi cantada por Kacau Gomes. O fato engraçado deste momento foi que, ao introduzir a música, foi dito algo como “A música que será tocada agora é de uma princesa que sacrificou tudo para salvar sua família. Vocês sabem quem é?”, a grande maioria falou Mulan, pois obviamente ela se sacrificou por seu povo para proteger seu país, mas foi, então, que relevaram que era Pocahontas. Isso causou um certo estranhamento no público, mas quando as notas da música de Alan Menken iniciaram, qualquer “erro” (se é que se pode considerar um erro) foi esquecido.

Escutar essas músicas ao vivo, faz com que você admire ainda mais pelas trilhas sonoras dos filmes da Disney, pois se ao som estéreo você se apaixona, ao escutar a melodia ao vivo, você percebe o detalhe, o refinamento e a perfeita combinação entre o som e a letra. Ao final da música, obviamente, todos aplaudiram. A interpretação de Kacau Gomes foi espetacular, sua voz é forte assim como no filme e aquilo faz com que a música tenha uma nova forma, sem deixar sua essência de lado.

Em seguida, outro suite, só que dessa vez de “A Bela e a Fera”. Como em todas as músicas que tocaram, sempre tinha uma introdução e nesse suite foi dito o comum, da história que faz com que você perceba a beleza do interior das pessoas. E então, a música “Bela” tem seu início, junto de cenas do filme do momento da música, e foi interpretada por Bianca Tadini. As vozes dos personagens, que aparecem ao fundo da música, foram feitas pelos outros intérpretes. As outras duas músicas foram “À Vontade” e o tema do filme. A música do candelabro Lumiére foi interpretado por Thiago Machado e o dueto de “A Bela e a Fera” ficou a cargo de Kacau Gomes com Felipe Domingues. Acho que não preciso dizer que foi absolutamente mágico, não é mesmo? Nesse momento, ao final das músicas, algumas pessoas já começaram a aplaudir de pé, porque realmente toda aquela experiência estava sendo fora de série.

A próxima música foi “O Rei do Fogo” do filme “Mogli – O Menino Lobo”, o que por sinal achei bem interessante, pois achei que, no caso desse filme, tocariam “Somente o Necessário”, mas claramente não deixou a desejar. A melodia foi interpretada por Thiago Machado e todos acompanharam a música, junto ao trecho do filme que passava na enorme tela com lâmpadas de LED. As duas últimas músicas do primeiro ato foram a romântica música do filme “Enrolados” interpretado por Beto Sargentelli e Lissah Martins e depois um medley do filme “Mary Poppins” cantado e dançado pelos seis intérpretes. O medley teve as músicas “Supercaligragilisticespialidoce”, “Chim Chaminé Chim”, “Acertem o Passo” e “Nosso Dia é Tão Feliz com Mary”. Essas músicas, em especial, fecharam o primeiro ato com chave de ouro, pois você sente a leveza e delicadeza das notas, é possível sentir a fluidez das notas acompanhadas pelas imagens que seguiam na tela, e isso é extremamente mágico.

O segundo ato contou com um medley instrumental do belo filme “O Corcunda de Notre Dame”, que misturou as canções “Os Sinos de Notre Dame”, “Às Avessas” e “Lá Fora”. Sinceramente, eu não consigo explicar o que foi esse medley. Essa trilha sonora possui notas tão fortes, melodias tão bonitas para se escutar ao vivo, não está escrito as emoções que passaram pela minha cabeça. São canções que crescem, que constroem uma imagem, uma superação, que te dá uma vontade de simplesmente escutar aquilo em pé. Foi esplêndido. A música seguinte foi bem óbvia, em algum momento eles teriam que tocar, seria até errado se não tocassem, e foi do longa-metragem que está sendo um enorme sucesso, “Frozen: Uma Aventura Congelante”, a música cantada por Lissah Martins foi nada mais, nada menos que “Livre Estou” e, particularmente, na voz dela ficou muito melhor que na versão dublada do filme, mas a melhor parte nem foi essa, e sim a neve – era uma espuma fina em pequenos fragmentos- que cobriu o teatro todo! A maioria das pessoas estavam cantando a música, principalmente as crianças, e com todas as cenas da animação, a “neve”, a orquestra, tudo era de encantar os olhos e obviamente o público aplaudiu calorosamente.

A terceira música do segundo ato foi um suite de “Aladdin”  com as músicas “Amigo Insuperável”, interpretada muito bem por Thiago Machado, e a música-tema “Um Mundo Ideal”, interpretada por Bianca Tadini e Beto Sargentelli, que foi ambientada por uma fumaça baixa que se espalhou pelo palco dando a impressão de que estavam voando. Ambas as canções foram bem interpretadas, sem muitas diferenças com o original, apenas em “Um Mundo Ideal”, que tem um fator emocional que encanta a todos. A música tem a dose ideal de romantismo e inocência. Após o suite, foi a vez da orquestra brilhar sem os intérpretes ao tocar uma parte da trilha sonora de “Piratas do Caribe”. Não sou muito fã dos filmes da franquia, mas a música tocada no concerto foi espetacular, ela possui melodias fortes e crescentes que te coloca em um suspense e te instiga a assistir todos os filmes. Faltando somente mais duas músicas, o próximo suite foi do incrível e maravilhoso clássico “O Rei Leão”. Como era de se esperar, começou com o “Ciclo Sem Fim”, que é desnecessário dizer como foi. Um sentimento de nostalgia predominou, e tomou conta da minha memória, levando-a à primeira vez que assisti ao filme. A segunda canção do suite foi “O Que Eu Quero Mais é Ser Rei”, cantada por Kacau Gomese e a última foi “Nesta Noite o Amor Chegou”, as interpretações foram muito bem feitas, colocando, assim como no filme, a emoção ideal para atingir ao público.

Para finalizar o belíssimo espetáculo, a orquestra iniciou a música “Mundo Pequenino”, a música feita pelos irmãos Sherman para o brinquedo predileto de Walt Disney na Disneyland. Fazia muito tempo que eu não escutava a versão em português e devo admitir que quando os intérpretes começaram a cantar, meu coração se encheu de alegria, pois tem um valor sentimental, é uma canção que marcou minha infância e, no meio daquela canção e da imagem da atração “It’s a Small World” no telão, de repente, surge a maior herança de Walt Disney que é o querido Mickey Mouse. Ninguém esperava por aquilo, todos os adultos e crianças ficaram de queixo caído ao ver o personagem e, devo confessar que fiquei bem comovida. Ao final do show, há uma explosão de fitas coloridas vinda do palco que fecha o espetáculo com chave de ouro. O público ficou estupefato, todos aplaudiram de pé por pelo menos cinco minutos. Todos aqueles que participaram estavam tão satisfeitos que o sorriso estava estampado claramente estampados em seus rostos.

Foi a melhor coisa que eu já tive em São Paulo, você sai do teatro tão leve, tão revigorado e, acima de tudo, tão alegre que a única vontade é de chegar em casa e assistir a todos os clássicos e fazer de tudo para que essa magia e essa sensação jamais saia de seu corpo. Não sei se farão futuramente em outras cidades, mas eu aconselho que, caso tenha, vocês devem ir. É uma experiência única, até mesmo para quem já foi aos parques, porque é uma experiência tão gostosa que realmente só indo para ver mesmo.

Escrito por Catarina

Colecionadora de tsum tsums, seu filme favorito da Disney varia de acordo com o humor. Apaixonada pelas trilhas sonoras da Disney e o mascote do site é o seu maior xodó gráfico.

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