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A História da Disney•PIXAR

A Parceria com a Disney

Apesar da renda oriunda da sociedade milionária e dos trabalhos comerciais, a empresa ainda estava perdendo dinheiro. No final de 1994, Steve Jobs, à época ainda chairman e detentor de todas as ações, desde 1991, planejava vender a Pixar – e entre os interessados, encontrava-se a Microsoft. O co-criador da Apple, no entanto, deu uma nova chance à companhia e assumiu ativamente a liderança, tornando-se Diretor-executivo.

O primeiro fruto da parceria “Toy Story”, com um orçamento estimado em US$30 milhões, estreou nos Estados Unidos em 22 de Novembro de 1995, e chegou ao Brasil depois de exatamente um mês. A novidade acumulou doze vezes mais (aproximados US$360 milhões, sem reajustes) nas bilheterias.

John Lasseter e Steve Jobs na Pixar, em 1995.

Uma semana após o lançamento nos cinemas, em 29 de Novembro, Jobs abriu o capital da Pixar, e ela se tornou a maior oferta pública inicial daquele ano, com US$22 por ação. O ocorrido fez de Jobs um bilionário, com um patrimônio líquido avaliado em US$1,5 bilhão.

Na cerimônia do Oscar® de 1996, John Lasseter recebeu uma estatueta pela direção de “Toy Story”, e Ed Catmull, junto com a sua equipe de engenheiros, levou o prêmio de Ciência e Engenharia pela invenção e composição das imagens digitais.

John Lasseter recebendo o Oscar® por “Toy Story”.

Dois anos depois, em 25 de Novembro de 1998, chegou aos cinemas “Vida de Inseto”, com direção de John Lasseter e Andrew Stanton, faturando uma quantia equivalente à de “Toy Story” nas bilheterias.

Contudo, a produção de “Toy Story 2” gerou os primeiros conflitos entre os dois estúdios. A casa do icônico camundongo planejava lançar a sequência diretamente em home vídeo, portanto, excluindo-a do acordo de três filmes. A novata, porém, foi capaz de convencer a veterana e a nova aventura de Woody e Buzz estreou também nos cinemas. E em 1997, ambas optaram por expandir o acordo original, para a produção de outros cinco filmes em dez anos.

Trailer (em inglês) de “Vida de Inseto”:

Com os pedidos para adiarem a data de lançamento da continuação, marcada para 24 de Novembro de 1999, negados tanto por parte da Disney quanto por Steve Jobs – devido aos produtos licenciados – e insatisfeita com o material produzido, a Pixar recrutou a primeira equipe criativa, com intuito de refazer o projeto dentro de um prazo de nove meses sob a liderança de Lasseter e Lee Unkrich.

Mudando-se de Richmond, na Califórnia, a Pixar inaugurou seu próprio estúdio em Emeryville, de vinte e dois acres, em 27 Novembro de 2000, onde emprega mais de seiscentas pessoas.

O famoso balcão de cereais, onde os funcionários passam para recarregar as energias.

Em 2001, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas estabeleceu a categoria de Melhor Longa-metragem de Animação, da qual “Monstros S.A.” foi um dos primeiros concorrentes, derrotado por “Shrek”, da DreamWorks Animation. Em Fevereiro de 2004, “Procurando Nemo” (2003) marcou a primeira das muitas vitórias do estúdio nesta categoria.

Neste mesmo ano, as duas companhias tentaram alcançar um novo acordo, porém sem sucesso. O novo contrato abrangeria apenas a distribuição, visto que a Pixar pretendia ter total controle criativo e financeiro, pagando apenas uma taxa de distribuição de 10 ou 15 por cento.

Trailer (em inglês) de “Monstros S.A.”:

http://youtu.be/8IBNZ6O2kMk

Desentendimentos entre Steve Jobs e Michael Eisner, diretor-executivo da The Walt Disney Company no período, tornaram as negociações mais intricadas, ao ponto de, em meados de 2004, Jobs anunciar publicamente que o estúdio estava à procura de outra distribuidora. Em Março de 2005, um ano antes da expiração de seu contrato, Eisner anunciou que se desligaria do cargo, assumido pelo atual, Robert Iger.

Funcionários posam para fotografia em comemoração ao vigésimo aniversário do estúdio.

Apenas depois da troca de diretores que as negociações foram retomadas. E em 24 de Janeiro de 2006, poucos dias antes de completar vinte anos de fundação, a Disney anuncia a completa aquisição da Pixar, por US$7,4 bilhões. Steve Jobs, que havia reassumido a presidência da Apple, em 1997, e ainda era o maior acionista do estúdio (com 50,1% das ações), foi elevado ao posto de maior acionista único da Disney (com 7% das ações) e se tornou membro do conselho de diretores.

Como parte do novo contrato, John Lasseter, na época Vice-presidente Executivo, assume a posição de Diretor-criativo do Pixar Animation Studios e do rebatizado Walt Disney Animation Studios. Catmull permaneceu como Presidente, porém, agora, também comandando o WDAS.

As Expansões e a Atualidade

Assim como tudo na vida, chega o momento de explorar novas áreas e expandir. Em 20 de Abril de 2010, foi inaugurado a Pixar Canadá, uma subsidiária localizada em Vancouver, em British Columbia, escolhida devido aos incentivos fiscais e à compatibilidade com o fuso horário do estúdio em Hollywood.

O plano inicial de três anos da sucursal era produzir curtas-metragens de personagens estabelecidos no universo do Pixar Animation Studios com o intuito de serem exibidos na televisão, home vídeo, parques, cinema e internet – a pós-produção e o trabalho estereoscópico ainda permaneciam sob a responsabilidade da matriz.

Reunião do brain trust da Pixar.

A filmografia do estúdio, todavia, é bem curta, a saber: “Air Mater” (DVD/Blu-ray de “Carros 2”), “Mate, o Viajante do Tempo” (televisão), “Um Dia de Soluços” (televisão), “Um Visitante Indesejado” (televisão), “O Novo Talento de Guido” (televisão), parte da série “Carros Toons”; “Um Pequeno Grande Erro” (exibido no cinema antes de “Os Muppets”) e “Festa-Sauro Rex” (exibido no cinema antes de “Procurando Nemo 3D”), parte da série “Toy Story Toons”.

Após três anos de operações, a Pixar Canadá encerrou suas atividades em 08 de Outubro de 2013, para “reorientar operações e recursos em uma única instalação.” Cem pessoas foram demitidas.

John Lasseter e equipe se divertem com a tecnologia 3D.

Sem se abater, o estúdio principal continuou a transitar por mares não navegados dantes. “Toy Story de Terror” é o primeiro especial televisivo a ser produzido pela Pixar, e foi transmitido pela ABC (Estados Unidos) e pelo Disney Channel (Brasil), em Outubro de 2013, durante o período do Halloween.

Um novo especial da franquia, desta vez natalino, está previsto para estrear nas telinhas no final de 2014 – ano em que o estúdio não lançará nenhum longa-metragem nos cinemas, devido aos problemas ocorridos na produção de “The Good Dinosaur”.


Ao Infinito e Além

O Pixar Animation Studios é muito discreto e restrito quando se trata a respeito dos seus futuros projetos. Três deles, no entanto, já estão oficialmente confirmados e irão chegar aos cinemas do mundo todo nos próximos dois anos.

O primeiro é “Inside Out”, dirigido por Pete Docter (“Monstros S.A.”, “UP: Altas Aventuras”), marcado para 03 de Julho de 2015. A animação terá como protagonistas uma garota de onze anos, chamada Riley, que tenta se adaptar em uma nova cidade, e as suas emoções, pois parte da trama será ambientada no cérebro de Riley.

O interior do prédio do Pixar Animation Studios.

Enquanto o citado “The Good Dinosaur” imagina como seria a Terra se os dinossauros não fossem extintos e a relação deles com os humanos, visto por eles como insetos.

Em uma missão para restaurar a paz, após um evento traumático abalar sua pacata comunidade agrária, o caçula Arlo, dublado por Lucas Neff (“Raising Hope”) conhece um garoto humano, chamado Spot, e um inesperado laço de amizade se forma entre os dois. O filme chega às salas de cinemas nacionais em 01º de Janeiro de 2016.

Lee Unkrich trabalhando em “Toy Story 3”.

Para 01º de Julho de 2016, o estúdio reservou o lançamento de “Procurando Dory”, a tão aguardada e ansiada sequência de Procurando Nemo” (2003). Nela, um ano após os acontecimentos do original, a desmemoriada Dory tenta se descobrir, e para tanto, embarca em uma aventura à procura de seus familiares.

Outra animação em desenvolvimento é “Dia de Los Muertos” (título provisório). Com direção de Lee Unkrich, o único detalhe divulgado sobre o projeto é que será situado no Dia dos Finados, no México. Ainda não há data definida, mas espera-se que a estreia aconteça em 16 de Junho de 2017.

A invejável sala de escritório de John Lasseter.

O estúdio também possui outras duas datas reservadas (22 de Novembro de 2017 e 21 de Novembro de 2018) no calendário de lançamentos, para filmes sem títulos.  Em meados de 2013, a Pixar anunciou que lançaria sequências a cada dois anos, e um dos possíveis candidatos a esta vaga seria “Carros 3”, segundo declaração de um dos dubladores.

Diretores Pete Docter e Lee Unkrich brincando no estúdio.

Outra possibilidade ventilada recentemente, após a aquisição do Lucasfilm pela The Walt Disney Company, foi a da produção de um longa-metragem derivado do universo de “Star Wars”, o que contraria o cerne da Pixar de trabalhar e desenvolver apenas ideias originais.

Até o momento, o Pixar Animation Studios possui vinte e sete Oscar®, seis Globos de Ouro e onze Grammy, além de outros duzentos prêmios e indicações – e a sua história está apenas começando.

 

Referências Bibliográficas:

BLITZ, Matt. Dos sonhos para a realidade 3D: a fascinante origem da Pixar. Gizmodo Brasil.

BOX OFFICE MOJO: Toy Story, A Bug’s Life.

DISNEY CLÁSSICOS. Disney e Pixar, juntos desde o início.

IMDB: Toy Story.

PIXAR: Life at Pixar, Our Story.

THE PIXAR WIKI: Pixar Animation StudiosPixar Canada.

WIKIPÉDIA: Edwin Catmull, Luxo Jr., The Adventures of André & Wally B., Pixar, Pixar CanadaSteve Jobs, Toy Story, Toy Story 2.

Escrito por Lucas

Um grande aficionado por cinema, séries, livros e, claro, pelo Universo Disney. Estão entre os seus clássicos favoritos: "O Rei Leão", " A Bela e a Fera", " Planeta do Tesouro", "A Família do Futuro" e "Operação Big Hero".