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Os Muppets | Crítica de Fã para Fã #1

 

É hora de alegria. É hora de cantar. Chegou a vez dos Muppets!


E realmente chegou a vez dos Muppets! Após quase doze anos longe das telas de cinemas, Kermit, o sapo; Miss Piggy; Gonzo, o Grande; Fozzie e mais de 120 bonecos fazem um retorno triunfal. E, claro, com muita magia Disney.

Nos últimos anos, a turma dos Muppets fez alguns (poucos) trabalhos para a televisão e projetos para as “telinhas” da internet, como seus vídeos de sucesso para o YouTube. Isso aconteceu devido à morte de Jim Henson – criador dos Muppets, Vila Sésamo, Família Dinossauro, entre outros sucessos -, em 1990, e à venda dos direitos para a Disney, em 2004, que não soube aproveitar o potencial dos bonecos, inicialmente.

 

 

Esse cenário mudou quando o comediante Jason Segel, um dos apaixonados pelo grupo, propôs escrever o roteiro para trazê-los de volta à ativa. A proposta foi bem-recebida pela Disney, que investiu pesado no retorno das adoráveis criaturas.

A sinopse é bastante simples.  Gary (Jason Segel) e sua namorada, Mary (Amy Adams), viajam para Los Angeles, para comemorar o décimo aniversário de namoro, acompanhados de Walter, irmão de Gary, o maior fã dos Muppets na Terra, e ele transforma a viagem romântica em um Tour sobre a velha turma de bonecos. Porém, Walter descobre, acidentalmente, o plano do maligno Tex Richman (Chris Cooper) de derrubar os estúdios dos Muppets e explorar petróleo. Agora, ele precisa reunir os antigos astros em um novo espetáculo para salvar os estúdios.

 

 

Mas é na simplicidade que habita a grandeza.  A trama simplista funciona perfeitamente como gancho para o regresso dos bonecos. Sendo assim, é natural que o filme faça uma reintrodução dos personagens antigos, pois são desconhecidos das novas gerações. E isso acontece na primeira parte, além de conhecermos os novos personagens e entendermos a trágica situação atual do grupo e de seus estúdios. Já na segunda parte, conferimos os esforços para a criação de um programa para arrecadar dez milhões de dólares, o valor da propriedade, e sem essa quantia os estúdios passarão a ser do rei do petróleo.

Como um bom filme Disney, “Os Muppets” não deixa faltar os musicais e apresentação de valores morais, a exemplo: união, amizade, triunfo do bem sobre o mal, entre outros. Contundo um filme estrelado por muppets precisa de humor e isso está presente do começo ao fim, em sátiras que tiram de nós leves sorrisos e até nos fazem gargalhar. Essa dinâmica se mostrou melhor do que o esperado, pois muitos temiam que esse fosse o fim dos fantoches. O roteiro soube muito bem fazer críticas de si mesmo, usando de ironia sobre as danças e canções, e abusando da metalinguagem, através de interação com o público, críticas ao modo de se fazer um filme e piadas sobre orçamento.

 

 

A trilha sonora é algo excepcional e deverá agradar desde os mais novos aos não tão novos assim. Uma mistura dos clássicos muppetianos, releituras das músicas antigas, canções originais e versões de outros cantores e bandas. Tudo usado no melhor momento possível, ajudando a fluir e desenvolver a trama, e em nenhum momento estagnando-a.

Outo ponto positivo, que a princípio parecia perturbador, é a dublagem. Em muitas produções live-action dubladas, temos a sensação de falsidade. Não foi esse caso. Tudo parecia bastante natural e as vozes dos dubladores encaixaram perfeitamente com os atores, até mesmo nas cenas com músicas. Ao contrário do que estamos acostumados, tiveram bastante cuidado com essa dublagem. Em alguns casos, as vozes dubladas dos bonecos assemelharam-se às originais. Um agrado aos ouvidos mais exigentes.

Existem alguns defeitos nos filme, como erros de continuidade e a resolução da posse dos estúdios de modo muito “banal”, no entanto, é até compreensível essa resolução em um universo onde tudo se resolve da maneira mais engraçada possível, mas nada que atrapalhe a proposta do longa de renascer os bonecos e de divertir. Nisso ele cumpre bem o seu papel, divertindo crianças, jovens e adultos de qualquer idade. E isso é um fato notável para um grupo de personagens feitos de feltro, especialmente em uma época onde o humor se baseia em violência e piadas de baixo calão, e apenas animações computadorizadas em 3D atraem os menores.

 

 

Agora, é claro, que há várias participações especiais no decorrer da exibição, muitas nem mesmo foram divulgadas para criar uma maior surpresa, e outras estão “escondidas”. Reclamar do mau uso das participações e dos outros muppets seria ingenuidade, visto que é praticamente impossível dar destaque para todos esses, entretanto, quando utilizados, é da melhor forma possível, apoiando a história central, sem criar tramas secundárias. O grande destaque fica para Kermit, Miss Piggy, Walter, Gary e Mary, com atuações convincentes (inclusive por parte dos fantoches).

Em um ano um pouco fraco para o cinema, “Os Muppets” se mostra com uma das melhores produções, com seu humor inteligente, suas canções, seus personagens cativantes e seus cenários coloridos. É diversão garantida dos baixinhos aos altões. E torçamos para que, depois desse filme, os bonecos não caiam no esquecimento mais uma vez.

 

Escrito por Lucas

Um grande aficionado por cinema, séries, livros e, claro, pelo Universo Disney. Estão entre os seus clássicos favoritos: "O Rei Leão", " A Bela e a Fera", " Planeta do Tesouro", "A Família do Futuro" e "Operação Big Hero".