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Eras da Disney | A Era da Guerra

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Olá, Camundongos! Bem-vindos de volta ao especial Eras da Disney. Hoje, vamos continuar nossa viagem pela história do Walt Disney Animation Studios!

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Em 1941, uma parte dos estúdios Disney foi transformada em unidade militar dos Estados Unidos. Tal mudança já previa o rumo que teria a indústria cinematográfica. Desde então, o estúdio começou a receber pedidos de animações que servissem como instrução aos militares. Foram criados desenhos, que dentre as muitas funções, ensinavam a leitura de mapas e os fundamentos da artilharia.

Além disso, a guerra teve ação direta na estruturação do estúdio, uma vez que vários animadores foram servir os Estados Unidos na Europa. Os filmes feitos para o governo deviam ter o menor custo possível e utilizar as técnicas de animação mais básicas. Todos os avanços conquistados com os primeiros longas-metragens foram deixados de lado pois não seria possível bancá-los.

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Os desenhos com Mickey Mouse foram interrompidos para que a imagem do grande protagonista não se misturasse às propagandas anti-guerra. Entretanto, os cartoons com Pato Donald, Pateta e Pluto continuaram sendo produzidos. Tais curtas tinham caráter profundamente ideológico. Em Victory Vehicles (1943), Pateta promovia a economia de gasolina e metais, bens extremamente valiosos para a indústria no contexto de guerra.

Outro exemplo de propaganda, este mais conhecido, é o curta Der Fuehrer’s Face (1943), ou A Face do Führer, que mostra um pesadelo em que Donald serve como operário em uma fábrica na Alemanha nazista. A propaganda dos Estados Unidos contra o nazismo era o grande objetivo dos curtas. Entretanto, tais desenhos não eram lançamentos comerciais rentáveis e o estúdio precisava se manter ativo. O jeito encontrado foi juntar alguns curtas e lançá-los como filmes. Tal método foi mantido até 1949.

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Com a situação precária na Europa, o mercado latino-americano tomou os holofotes e passou a chamar atenção dos norte-americanos. Com isso, Walt Disney e sua equipe viajaram para a América do Sul, com apoio do governo dos Estados Unidos, para poderem produzir filmes que se conectassem ao povo latino. Países como Argentina, Chile, Peru e Brasil foram visitados e acabaram sendo usados como pano de fundo para diversos curtas, que unidos resultaram no lançamento do filme Alô, Amigos, em 1943.

Também nessa época foi lançado o filme Você Já Foi à Bahia? (1945), passado no Brasil com participação de Aurora Miranda, irmã de Carmen Miranda, grande representante da cultura latina na América do Norte. Nestes dois longas, pudemos conhecer dois personagens regionais que geraram reconhecimento imediato dos latinos: Panchito, um galo mexicano, e o muito conhecido pelos brasileiros Zé Carioca.

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O formato dos curtas empacotados não era ideal para os artistas e muito menos agradava Disney, mas era o único meio de se lançar um longa-metragem com pouquíssimos recursos. Após o fim da Segunda Guerra Mundial, pouca coisa mudou no estúdio e mais três filmes no mesmo molde foram lançados: Música, Maestro, em 1946, Como é Bom se Divertir, em 1947, e Tempo de Melodia, em 1948.

Uma alternativa encontrada pelo estúdio para fugir dos desenhos empacotados foi a mistura entre animação e atores reais. Assim foi feito, em 1946, com A Canção do Sul, filme que contava as desventuras de um coelho narradas pelo Tio Remus, um trabalhador de uma fazenda no sul dos Estados Unidos. Enquanto os animais eram animados, os personagens humanos eram atores reais.

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Os filmes empacotados acabaram por ser o reflexo cinematográfico da época da guerra: pouquíssimos custos e nenhuma inovação. Além de sua função propagandista, os filmes serviam também como apoio emocional para a população. A manutenção dos lançamentos era importante para Disney também por esse aspecto. Só no final da década de 1940 o estúdio daria os primeiros passos para lançar um longa metragem seguindo seus antigos moldes.

O filme que encerraria essa era, As Aventuras de Ichabod e Sr. Sapo (1949), era a união de dois curtas de maior duração e animação mais elaborada, ou seja, o mais próximo que o estúdio conseguiria chegar na situação em que se encontrava. Seria só no ano seguinte, 1950, que Disney conseguiria lançar um novo filme completo. Camundongos, a segunda parte do nosso especial Eras da Disney fica por aqui. Semana que vem vamos conhecer a Era de Prata!

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Escrito por Paulo

Mouseketeer desde que me entendo por gente! Finalmente realizei meu maior sonho de Camundongo e visitei todos os parques da Disney no mundo!