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Listas 2000 | Razões para amar a trilha sonora do musical de O Corcunda de Notre Dame

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“Hear me, people of Paris. How much oppression will you allow? Someday your patience will finally break. Why not make someday come right now?”

Phoebus (“Finale”)

Baseado no livro escrito por Victor Hugo, O Corcunda de Notre Dame (1996) é tido como um dos longas-metragens mais maduros já produzidos pelo Walt Disney Animation Studios. E um de seus muitos pontos fortes é a sua soberba trilha sonora, a qual fora muito elogiada à época do lançamento nos cinemas, por ser imponente e fugir do estilo dos filmes anteriores do estúdio.

Assim sendo, não é difícil imaginar o porquê da obra ter sido escolhida para ganhar uma versão para os palcos. Entre 1999 e 2002, um musical inspirado no filme foi encenado em Berlim, na Alemanha. E em 2013, foi a vez dos teatros dos Estados Unidos receberem o espetáculo, o qual também fora extremamente elogiado em sua estreia e conseguiu a façanha de superar a qualidade das canções do filme.


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Diferente de sua contraparte animada, o musical se manteve mais fiel ao texto de Victor Hugo, e portanto, a trilha sonora possui um tom mais sombrio. Algumas diferenças em relação ao longa incluem a participação de Jehan, pai de Quasímodo e irmão mais novo de Frollo, o qual é expulso de Notre Dame por se relacionar com uma cigana (“The Bells of Notre Dame“); e a exclusão da cabra Djali, do cavalo Achilles, e das gárgulas Victor, Hugo e Laverne, sendo essas substituídas por uma congregação de santos de pedras. O final original do livro também fora utilizado em vez das adaptações feitas pela Disney para o filme (“Finale“).


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Como diz o ditado, não se mexe em um time vencedor. Logo, as músicas compostas por Alan Menken e Stephen Schwartz foram mantidas, a exemplo das belíssimas “Out There“; “God Help the Outcasts” e “Hellfire“. Já “Someday“, ouvida nos créditos do filme e cantada pela banda All-4-One, passa a integrar a trama do musical, sendo interpretada pelos personagens Esmeralda e Phoebus, enquanto os dois estão presos e a cigana está prestes a ser enviada para a morte. “In a Place of Miracles“, excluída da versão cinematográfica, também tem a sua chance de brilhar sob a luz dos holofotes, com as vozes de Quasímodo, Esmeralda, Phoebus, Clopin e dos ciganos.


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Impossível comentarmos sobre as músicas e não falarmos de Stephen Schwartz. O compositor, vencedor de seis Drama Desk Awards, três Oscar®, três Grammy®, e um Globo de Ouro, foi também responsável por escrever as letras das canções do clássico animado Pocahontas (1995) e Encantada (2007). Porém, seus grandes sucessos estão na Broadway. Schwartz foi responsável pelas músicas de renomados espetáculos como Godspell (1971), Pippin (1972) e Wicked (2003), além de outras peças como Children of Eden (1991) e Captain Louie (1992). Em resumo, o homem tem talento de sobra.


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Lógico, a magia de O Corcunda de Notre Dame não existiria sem a parceria entre Schwartz e Alan Menken. Praticamente uma lenda viva, Menken é a mente por trás de grandes obras da Disney. São dele as músicas de A Pequena Sereia (1989), A Bela e a Fera (1991), Aladdin (1992), Hércules (1997), Nem que a Vaca Tussa (2004) e Enrolados (2010) – tendo ainda trabalhando nas adaptações para a Broadway de alguns desses clássicos, além do elogiado Newsies (2012). Seus prêmios incluem: onze Grammy®, oito Oscar®, sete Globos de Ouro, e um Tony®. Ou seja, com a união de dois mestres da música, é incontestável a qualidade dessa trilha sonora.


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Para qualquer produção ter o mínimo de sucesso, é necessário escolher muito bem o seu elenco. Aqui, essa seleção foi rigorosa e acabou por render em ótimos intérpretes. Comecemos com Ciara Renee, quem traz vida à sedutora Esmeralda. Renee possui uma voz encantadora e envolvente, digna da bela cigana. Em “Rhythm of the Tambourine” e “The Tavern Song (Thai Mol Piyas)“, temos uma prévia de seu poder de sedução. Mas seu talento é revelado mesmo nas já citadas “God Help the Outcasts” e “Someday“, nas quais carrega na emoção e acaba sendo quase impossível não se emocionar com tais músicas.


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Frollo é um dos personagens mais interessantes e um dos vilões mais marcantes. Patrick Page faz jus ao “incorruptível” personagem, mostrando ao mesmo tempo a sua repulsa espiritual obsessão sexual pela cigana Esmeralda. Seu Frollo consegue ser ainda mais assustador e sombrio do que o do longa-metragem de animação. A sua interpretação de “Hellfire” é perturbadora, impactante e inesquecível, e eleva a música para um outro patamar, tornando-a ainda melhor, o que aparentemente parecia ser impossível, pois Tony Jay, a voz original do juiz eclesiástico na animação, havia feito um trabalho surpreendente.


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Michael Arden é um dos grandes trunfos da adaptação de O Corcunda de Notre Dame. Seu trabalho vocal para o sineiro da igreja é impressionante, com enorme destaque para a diferença entre sua voz falada, soando ligeiramente rouca, e cantada ao interpretar o personagem. Ao cantar, é como se pudêssemos ouvir as aflições do coração ferido, mas puro de Quasímodo. Seu trabalho traz mais camadas de ingenuidade e inocência a Quasímodo e o transforma em um personagem ainda mais adorável. “Top of the World” e “Heaven’s Light” são algumas das faixas a demonstrar todo o talento de Arden.


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Reunindo tantos talentos em um único espetáculo, podíamos esperar algo formidável. Canções conhecidas foram revestidas de tons mais sóbrios, como “Topsy Turvy” e “The Court of Miracles“, embora ainda mantenham intacto o ritmo animado. Já os elementos de música erudita, a exemplo dos cantos gregorianos, estão mais marcantes nas músicas e, somados à presença da congregação de santos de pedras, oferecem pérolas como “Flight Into Egypt” e “Finale“. Podemos ressaltar igualmente a nova versão de “The Bells of Notre Dame“, com outros versos e a grande participação de um coro, explicando o passado de Frollo. O resultado, claro é uma trilha sonora ainda mais soberba e memorável.


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Uma das novas músicas compostas por Menken e Schwartz é “Made of Stone“. Adaptando o famoso diálogo entre as Gárgulas e Quasímodo no filme de animação, no qual as criaturas tentam convencê-lo a salvar Esmeralda da morte, esse é um dos momentos mais emocionantes da trilha sonora. O talento de Arden é posto à prova nessa penúltima faixa da trilha, e o intérprete do personagem consegue surpreender ainda mais, demonstrando o medo, a raiva, a dor e as dúvidas do sineiro, enquanto se questiona o porquê de também não ser feito de pedra. E como se não bastasse, o solo de Arden, nos momentos finais da canção, é de arrepiar a alma!


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Esmeralda” tem a missão de encerrar o primeiro ato do espetáculo. E pode ser considerada o ápice do musical. Frollo reúne a guarda da catedral, incluindo Phoebus, para procurar Esmeralda, acusada de bruxaria. Além de reforçar o elo criado entre Esmeralda e os três personagens masculinos principais, a canção é a síntese da trilha sonora, pois apresenta todas as suas qualidades e características. O número também aprofunda a história e as emoções dos personagens, os quais precisam tomar decisões importantes em seu decorrer. Com cinco minutos e meio, é uma das canções mais intensas do Universo Disney, sem sombra de dúvidas.


São tantos motivos para amar essa trilha sonora… Agora, queremos saber: qual a sua música favorita do musical? Deseja mais conteúdo? Então, nos acompanhe em nossas redes sociais — estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram, no YouTube, no Tumblr e no Snapchat (OCamundongo)!

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Escrito por Lucas

Um grande aficionado por cinema, séries, livros e, claro, pelo Universo Disney. Estão entre os seus clássicos favoritos: "O Rei Leão", " A Bela e a Fera", " Planeta do Tesouro", "A Família do Futuro" e "Operação Big Hero".